Diário do Amapá - 12/07/2025
ESPLANADA |OPINIÃO | DIÁRIO DO AMAPÁ SÁBADO | 12 DE JULHO DE 2025 5 ComWalmor Parente (DF), BethPaiva (RJ) eHenrique Barbosa (PE) E-mail: reportagem@colunaesplanada.com.br LEANDRO MAZZINI PODER , POLÍTICAEMERCADO Águas quentes No apagar das luzes da atual gestão da CEDAE, o diretor financeiro Antônio Carlos tenta a recondução de três conselheiros da Fundação PRECE para, segundo fontes, manter a ingerência na empresa e no fundo de pensão. Os nomes foram indicados pelo presidente da PRECE, Antônio Carneiro, aliado de Antônio Carlos. A Cedae informa que “a Fundação é instituição independente, com autonomia jurídica e administrativa”. Bora trabalhar! O deputado federal Arlindo Chinaglia (PT-SP) assumiu a presidência da Comissão Mista do MERCOSUL com a promessa de colocar todo mundo para trabalhar. O parlamentar, ex-presidente da Câmara, sabe que a Comissão é questionada por parte dos colegas, pois já existe o Parlasul, cuja sede é no Uruguai. Dos países membros, só o Brasil tem essa Comissão Mista. Raios x do bolso Chance de Lula A iniciativa tarifária do boquirroto presidente americano pode cair como uma luva para o plano eleitoral de Lula da Silva na tentativa de melhorar seus índices populares rumo à reeleição. Um grande empresário do Rio diz à Coluna que o petista tem a chance de alavancar uma campanha nacional (e pré-eleitoral) ufanista para unir empresários, terceiro setor e políticos de várias estirpes no discurso contra o imperialismo americano. Americano$ Os americanos são os turistas com a média de gastos mais alta no Brasil, mostra estudo da Oxford Economics. Os gringos movimentaram mais de R$ 1 bilhão na economia apenas do Estado do Rio de Janeiro no 1º semestre de 2025. Passaram pela cidade maravilhosa, considerada uma das portas de entrada, 126.366 visitantes dos EUA entre janeiro e junho deste ano, aumento de 39% comparado ao mesmo período de 2024. Prazo de validade É a geopolítica Não tem a ver comJair Bolsonaro. O presidente americano Donald Trump é protecionista, e quer fazer valer sua política internacional. AColuna conversa com diplomatas de diferentes países que acompanham o cenário. Aos fatos: Trump tem uma agenda bem preparada pela assessoria. Havia espaço para dedicar 10 minutos ao Brasil. No pacote tinha afago ao ex- presidente Bolsonaro e cerco à China e Rússia, seus rivais diretos no livre mercado. E como seria? Através do Brasil, que se alinhou aos dois, ao Irã, e tem criticado os EUA nas falas do presidente Lula da Silva. AChina ‘matou’ o Mercosul – negocia diretamente com os países do bloco – e em outra ponta engole os BRICS. Os EUA, que passaram para o 2° parceiro bilateral no Brasil, perceberam que vão perder mais ainda do comércio precioso com nosso País. Trump decretou a taxação para provocar o Brasil e pressionar Lula a negociar o que ele quer, como tem feito com outros países. O saladão do texto de Trump causou aqui a confusão que ele queria. Mas o Governo do Brasil sabe bem que o dedo do Tio Sam aloprado apontado para cá não é para defender Bolsonaro, e sim para preservar o bolso dos americanos. O Brasil registrou 59,2% de crianças alfabetizadas até o fim do 2º ano do ensino fundamental na rede pú- blica, conforme o padrão nacional de alfabetiza- ção. O indicador ficou abaixo da meta estabelecida pelo go- verno federal, por meio do Compromisso Nacional Criança Alfabetizada, que era chegar a pelomenos 60% dos estudantes alfabetizados nesta etapa de ensino, em 2024. O número foi apresentado nesta sexta-feira (11), pelo Ministério da Educação (MEC), e é resultado das avaliações aplicadas pelos estados entre outubro e novembro do ano passado. Segundo o ministro da Educação, Camilo Santana, as fortes chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul em abril e maio de 2024 foram responsáveis pela forte queda do índice de alfabetização no estado e, consequentemente, rebaixaram a média nacional, impedindo o alcance da meta. "O Rio Grande do Sul caiu absurdamente. Se o Rio Grande do Sul tivesse, pelo menos, mantido o percentual de 2023, nós teríamos chegado à meta de 60,2%, em 2024, se não fosse a situação atípica de calamidade no estado. Isso afetou fortemente [o resultado]”, disse Camilo Santa- na. Em 2024, o número de crianças alfabetizadas no estado caiu de 63,4% para 44,7%. De acordo com o ministro, a si- tuação atípica, quando as crianças não tinham condições de ir à escola, tem sido reparada com esforço conjunto dos governos federal, estadual e dos municípios. “A queda foi muito grande: 20%. A gente espera que se restabeleça e [a situação] volte aos padrões anteriores. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), vinculado ao MEC, considera alfa- betizados os estudantes capazes de ler pequenos textos; compreender informações básicas e tirar conclusões, inclusive de materiais visuais, como de tirinhas e histórias em quadrinhos; e escrever textos simples, como convites ou bilhetes, mesmo com alguns erros ortográficos. ■ MEC Com 59,2% de crianças alfabetizadas em 2024, Brasil não atinge meta O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou, nesta sexta-feira (11), que o governo tem apoio do povo brasileiro para enfrentar as sanções econômicas do governo dos Estados Uni- dos (EUA) e que o Brasil não pode “baixar a cabeça” para as chantagens e ameaças de Donald Trump. “Esse país não baixará a cabeça para ninguém. Ninguémporámedo nesse país com discurso e com bravata. Ninguém. E eu acho que, nesse aspecto, nós vamos ter o apoio do povo brasileiro, que não aceita nenhuma provocação”, disse o pre- sidente, durante cerimônia, em Linhares, no Espírito Santo (ES), de lançamento de indenização a atingidos pelo rompimento da barragemdeMariana, emMinasGerais (MG). Diversos setores da sociedade brasileira têmcriticado amedida do governoTrump de taxar todos os produtos brasileiros em 50%, incluindo organizações empresariais, de trabalhadores, meios de comunicação, do Parlamento e dos movimentos sociais. Lula voltou a defender o uso da Lei de Reciprocidade para responder as taxações de Trump caso as negociações comWas- hington não surtam efeito. Trump alega falsamente que os EUA têm déficit co- mercial com o Brasil, o que é desmentido pelas próprias estatísticas dos EUA. “Entre comércio e serviço, nós temos um déficit de US$ 410 bilhões com os EUA [em 10 anos]. Eu que deveria taxar ele”, disse Lula, acrescentando que Trump está “mal informado”. Bolsonaro Opresidente Lula ainda fez duras crí- ticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que vem sendo investigado pelo Ministério Público (MP) por supostamente articular sanções contra o Brasil para escapar do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF). Bolsonaro é acusado de tentativa de golpe de Estado. Já Trump alega que ele é vítima de perseguição política e associa as tarifas contra o Brasil ao julgamento do político do PL. “Que tipo de homem que é esse que não temvergonha para enfrentar oprocesso de cabeça erguida e provar que foi inocente? Quemestá denunciando ele não é ninguém do PT, quem está denunciando ele são os generais e o ajudante de ordens dele, que era coronel do Exército”, disse Lula. Opresidente ainda questionou a ação da família Bolsonaro contra o julgamento da trama golpista. O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) se licenciou do cargo de parlamentar e foi para os EUA, onde pede ações do governo Trump contra o Brasil. “O 'coisa' [Bolsonaro] mandou o filho, que era deputado, se afastar da Câmara para ir lá, ficar pedindo, ‘Ô Trump, pelo amor de Deus, Trump, salva meu pai, não deixa meu pai ser preso.’ É preciso que essa gente crie vergonha na cara”, disse Lula, ainda na cerimônia, emLinhares (ES). ■ TARIFAS COM 59,2% DE CRIANÇAS ALFABETIZADAS EM 2024, BRASIL NÃO ATINGE META V Foto/ Ricardo Stuckert/PR Estudo da Croma Consultoria “O futuro da relação do brasileiro com o dinheiro e as finanças”: 15% acreditam que a situação financeira não vai melhorar no País; 72% querem poupar mais que antes; e 78% cortariam gastos numa eventual crise. Isso, antes do tarifaço do Donald Trump contra o Brasil, que pode mexer com a economia.
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