Diário do Amapá - 15/07/2025
ESPLANADA |OPINIÃO | DIÁRIO DO AMAPÁ TERÇA-FEIRA | 15 DE JULHO DE 2025 5 ComWalmor Parente (DF), BethPaiva (RJ) eHenrique Barbosa (PE) E-mail: reportagem@colunaesplanada.com.br LEANDRO MAZZINI PODER , POLÍTICAEMERCADO Muy amigos Na Cúpula do Mercosul, o presidente Lula da Silva recebeu com um abraço forte do presidente da Bolívia, Luis Arce – que não concorrerá à reeleição. Para o petista, dor de cabeça a menos, já que ele e o PT torcem pelo aliado Evo Morales no poder outra vez, apesar de o cocaleiro estar inelegível. Arce derrubou no grito com um general um golpe de Estado ano passado, com Exército (ainda hoje) divido entre ele e Morales. Chapa pantaneira A chapa já está quente em Mato Grosso para a eleição de 2026, conta a bancada, cuja campanha começa daqui a um ano. De um lado, a priori, terá o senador Wellington Fagundes (PL) para o Governo, Jayme Campos e José Medeiros ao Senado. De outro, o vice- governador Otaviano Pivveta (Rep) para o Palácio, com Mauro Mendes (atual governador) e Cidinho Santos (ex- senador) à Casa Alta. Muy amigos 2 Xerife na pista O NOVO do Rio de Janeiro tem conversado com Marcelo Itagiba, 1º delegado da PF a ocupar o cargo de Secretário de Segurança do Estado. A ideia é lançar o Xerife, apelido que ganhou, para o Governo ano que vem. A legenda é presidida no Rio por Rodrigo Rezende, irmão do técnico de vôlei Bernadinho. Tema que mais preocupa o povo, a segurança será decisiva no pleito, acredita a direção do partido. Sinal de fumaça A Comissão de Agricultura se reuniu para debater a posição do Brasil na COP 11 para o Controle do Tabaco, que será realizada em novembro, em Genebra. Durante os debates, vários deputados da Frente Parlamentar do Agronegócio afirmaram que a FPA, sozinha, não aprova nada no Congresso, “mas o Governo sem a FPA também não aprova coisa nenhuma”… Prazo de validade Ninguém avisou O anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de aumentar em 50% as tarifas para produtos brasileiros deixou a turma brasileira de Nova York (Consulado) eWashington em apuros. A Embaixada do Brasil, a maior estrutura diplomática do País no exterior, não antecipou ao Palácio qualquer informação sobre o risco de o País ser super taxado, tampouco fez plano de emergência. Coube ao presidente Lula da Silva virar o timoneiro da nau e anunciar comissão Governo-Empresários para sondar os setores que mais exportam para os EUA. Dentro do Itamaraty, debitam na conta do assessor internacional Celso Amorim a teimosia de Lula da Silva em afrontar Trump. Diplomatas experientes lembram que Xi Jinping, líder da China – um à altura dos EUA – preferiu a cautela, a discrição e a negociação. Lula, agora, aparece com esse mote. A s memórias de medo e de recomeço misturam-se nas palavras do baiano Marcos Cabral de Oliveira, de 50 anos de idade. Fome, secura e abandono na sertaneja Caetité, na Bahia (BA), o caminho com a “mãe de criação” para Brasília (DF) no início dos anos 1980, a esperança de “algumdia melhor”. Omenino virou adolescente e foi trabalhar no lixão da Vila Estrutural, na capital federal. “Aquilo não pode mais. Eu quis que meus dois 8lhos brincassem e estudassem. Hoje tem até lei para isso”. A lei que Marcos , analfabeto, não conhece pelo nome, mas sabe o que significa, responde pela sigla de ECA, o Es- tatuto da Criança e do Adolescente, e vigora desde 13 de julho de 1990. A legislação é ampla na garantia dos direitos da infância foi solidificada e viabilizada sob os ecos da Constituição cidadã de 1988. O desafio brasileiro nessas mais de três décadas foi tentar tirar a legislação do papel e virar ação prática. Quando o filho de Marcos, Marcelo, nasceu, há 27 anos, o estatuto já existia. “Eu sei que estudar e brincar é muito melhor do que o que eu passei. Trabalhar no lixão me causou ferimentos na mão com a sucata. Tenho uma dor nas costas que não passa desde que eu vivia por lá”. Viver por lá significava também passar madrugadas e frio cercado de lixo e carregando materiais que eram maiores do que ele. “Quem trabalhou no lixão não quer isso para quem ama”, afirma Marcos . Os dois filhos foram estudar, atuaram como aprendizes em empresas e puderam sonhar até com a faculdade. Marcelo, que hoje trabalha como lojista, chegou a ingressar no curso superior de análise de sistemas. Ele também é voluntário em um instituto chamado Viver, iniciativa criada pela igreja Presbiteriana e hoje é uma ONG, que recebe crianças em vulnerabilidade na região. Marcelo é grato por um dia ter sido aluno do instituto enquanto o pai precisava ir para o lixão. “Aqui eu brincava e aprendi a jogar bola”. Outros colegas “perderam- se na vida”. ■ DIGNIDADE ECA 35 anos: Estatuto regulamentou direitos das crianças no Brasil O governo federal vai trabalhar para reverter a imposição de tarifas comerciais sobre as exportações do Brasil aos Estados Unidos, anunciada na quarta-feira (9) pelo presidente Donald Tr ump. “Nós vamos trabalhar para reverter isso, porque não tem sentido essa tarifa. Ela, inclusive, prejudica também o con- sumidor norte-americano. Nós entendemos que ela é inadequada, ela não se justi8ca. Vamos recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC)”, afirmou o vice- presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, após a inauguração do Novo Viaduto de Francisco Morato, em São Paulo, neste domingo (13). Segundo Alckmin , o governo se reu- nirá nos próximos dias com o setor pri- vado, e também está sendo analisada a aplicação da Lei de Reciprocidade Eco- nômica, sancionada em abril, que esta- belece critérios para a suspensão de con- cessões comerciais, de investimentos e de obrigações relativas a direitos de pro- priedade intelectual, em resposta a me- didas unilaterais adotadas por país ou bloco econômico que impactem negati- vamente a competitividade internacional brasileira. “Os Estados Unidos têm conosco su- perávit na balança comercial, tanto de serviços quanto de bens. O Brasil não é problema para os Estados Unidos. Os Es- tados Unidos têm dé8cit na sua balança. E o Brasil e os Estados Unidos têm uma integração produtiva. Nós temos 200 anos de amizade comos Estados Unidos. Então, não se justi8ca e o mundo econômico precisa de estabilidade e de previsibilidade”, disse Alckmin . O líder norte-americano anunciou uma taxa de 50% sobre todos os produtos importados dos brasileiros. A informação foi feita por meio de uma carta ao pre- sidente Luiz Inácio Lula da Silva. As ta- rifas passam a valer a partir do dia 1º de agosto. No documento, Trump justifica a medida citando o ex-presidente Jair Bol- sonaro, que é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado. O presidente norte-americano tambémdestacou ordens do STF emitidas contra apoiadores do ex-presidente bra- sileiro quemantêmresidência nos Estados Unidos. Trump cita ainda supostos "ata- ques insidiosos do Brasil contra eleições livres e a violação fundamental da liber- dade de expressão dos americanos”. "A forma como o Brasil tem tratado o ex-presidente Bolsonaro, um líder al- tamente respeitado em todo o mundo durante seu mandato, inclusive pelos Estados Unidos, é uma vergonha inter- nacional. Esse julgamento não deveria estar ocorrendo. É uma Caça às Bruxas que deve acabar imediatamente!", es- creveu Trump. ■ TARIFAS COMERCIAIS GOVERNO VAI TRABALHAR PARA REVERTER TAXAÇÃO DOS EUA, DIZ ALCKMIN V Foto/ Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil Passou em branco. Rompendo uma tradição diplomática histórica, o Governo Brasil deixou de respaldar uma resolução na Organização dos Estados Americanos em defesa da soberania argentina das Ilhas Malvinas, sob controle da Inglaterra. Birra pura de Lula da Silva e Celso Amorim com o presidente da Argentina, Javier Milei.
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