Diário do Amapá - 22/07/2025

Mais de 714 mil aposentados e pensionistas já aderiram ao acordo com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), visando reembolsos pelos des- contos ilegais de mensalidades associativas feitos entre março de 2020 e março de 2025. A atualização dos números representa 36% do total de beneficiários aptos a assinar o termo de adesão (cerca de 1,9 milhão), segundo o governo federal. O prazo para a adesão ao acordo vai até o dia 14 de novembro. A devolução dos descontos indevidos começará a ser feita na quinta-feira (24), em parcela única corrigida pela inflação na conta em que o benef ício é pago, por ordem de adesão. Uma medida provisória publicada na semana passada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva abriu crédito extraordinário de R$ 3,31 bilhões para agilizar a devo- lução. O ministro da Previdência Social, Wolneu Queiroz, tem destacado algumas vantagens para quem aderir ao acordo proposto pelo governo federal. A primeira delas é não ser necessário, ao aposentado, gastar dinheiro com advogado. Segundo ele, ao aderir ao acordo, o aposentado ou pensionista se compromete a não entrar na Justiça contra o governo. “Mas pode entrar contra as associações, por exemplo, por dano moral”, disse ele semana passada durante o programa Bom Dia, Ministro, produzido pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC). A adesão pode ser feita de forma gratuita e sem envio de documentos extras, tanto pelo aplicativo Meu INSS quanto em agências dos Correios em todo o país. ■ REEMBOLSOS INSS: 714 mil já aderiram a ressarcimento por descontos ilegais IPCA Mercado financeiro reduz previsão da inflação para 5,1% A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – considerado a inflação oficial do país – passou de 5,17% para 5,10% este ano. É a oitava re- dução seguida na estimativa, publicada no Boletim Focus desta segunda-feira (21). A pesquisa é divulgada, em Brasília, semanalmente pelo Banco Central (BC) com a expectativa de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos. Para 2026, a projeção da inflação foi reduzida de 4,5% para 4,45%. Para 2027 e 2028, as previsões são de 4% e 3,8%, respectivamente. A estimativa para 2025 está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,5% e o superior 4,5%. Em junho, mesmo pressionada pela energia elé- trica, a inflação oficial - divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) - perdeu força e fechou em 0,24%, marcada pela primeira queda no preço dos alimentos depois de nove meses. Apesar da desaceleração nos últimos meses, o índice acumulado em 12 meses alcançou 5,35%, ficando pelo sexto mês seguido acima do teto da meta de até 4,5%. ■ ● ● FALECOM0COMERCIAL E-mail: comercial.da@bol.com.br site: www.diariodoamapa.com twitter: @diariodoamapa Instagram: @diariodoamapa O Brasil não vai sair da mesa de ne- gociação com os Estados Unidos, admitiu hoje (21) o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Ementrevista à RádioCBN, oministro afirmou que o governo brasileiro não vai deixar amesa de negociação, mas não des- carta que o tarifaço sobre os produtos bra- sileiros possa mesmo ter início a partir do dia 1º de agosto. Apesar disso, o governo vem traba- lhando em planos de contingência para ajudar os setores mais prejudicados como planodeDonaldTrump visando estabelecer uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros que são exportados para os Es- tados Unidos. “O Brasil não vai sair da mesa de ne- gociação. A determinação do presidente Lula é de que nós não demos nenhuma razão para sofrer esse tipo de sanção e a orientação dele é a seguinte: o vice-presi- dente [Geraldo] Alckmin, o Ministério da Fazenda e o Itamaraty estão engajados per- manentemente [na negociação].Mandamos uma segunda carta [ao governo dos Estados Unidos] na semana passada, emacréscimo à de maio, da qual nós não obtivemos res- posta até agora, mas nós vamos insistir na negociação comercial para que possamos encontrar um caminho de aproximação dos dois países que não têmrazãonenhuma para estaremdistanciados”, acentuou omi- nistro. Segundo ele, um grupo de trabalho está trabalhando para ajudar os setores brasileiros mais afetados pelo possível au- mento do imposto de importação dos EUA, mas essas possibilidades ainda não foram apresentadas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Cenários possíveis “A pedido do presidente Lula, nós es- tamos desenhando os cenários possíveis, tanto da abertura de negociações por parte dos Estados Unidos, o que não aconteceu ainda, até uma resposta eventual às duas cartas que nósmandamos. Podemos chegar no dia primeiro [de agosto] sem resposta? Esse é um cenário que nós não podemos desconsiderar neste momento. Mas ele não é o único cenário que está sendo con- siderado por nós”, afirmou. “Então nós temos plano de contingência para qualquer decisão que venha a ser tomada pelo Pre- sidente da República”, acrescentou. Haddad disse que o governo Lula não vai “pagar na mesma moeda” em relação a sanções contra americanos ou empresas americanas. Mas que o governo estuda aplicar a lei da reciprocidade. “Temos um grupo de trabalho se pre- parando para apresentar [propostas] essa semana para o presidente. Quais são as al- ternativas que temos? Tanto em relação à lei da reciprocidade quanto em relação a um eventual apoio que o presidente even- tualmente queira considerar em relação aos setores mais prejudicados. Mas isso não foi apresentado ainda ao presidente Lula”, disse o ministro da Fazenda. ParaHaddad, esseplanode contingência não necessariamente vai implicar emnovos gastos públicos. Ele lembrou, por exemplo, que na ajuda às [vítimas das] enchentes no Rio Grande do Sul, o governo federal adotou outros instrumentos além do au- mento de despesas, como linhas de crédi- to. “Não necessariamente isso vai implicar emgasto primário. No caso do RioGrande do Sul, que é uma coisa de outra natureza e foi um evento extremo de natureza cli- mática, a menor parte do investimento para recuperar a economia gaúcha foi de gastoprimário. Amaior parte foi justamente de apoio às empresas afetadas pelas en- chentes do ano passado”, acentuou. ■ BRASIL NÃO SAIRÁ DA MESA DE NEGOCIAÇÃO COM EUA, DIZ HADDAD V Foto/ Valter Campanato/Agência Brasil TARIFAÇO ECONOMIA | ECONOMIA | DIÁRIO DO AMAPÁ 7 TERÇA-FEIRA | 22 DE JULHO DE 2025

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