Diário do Amapá - 24/07/2025

O economista estadunidense e vencedor do Nobel de Economia de 2008, Paul Krugman, publicou nesta terça-feira (22) artigo no site Substack no qual elogia o sistema de pagamento brasileiro PIX. Com o título O Brasil inventou o futuro do dinheiro? E será que chegará para os EUA?, Krugman aponta as resistências nos Estados Unidos à adoção de um sistema semelhante ao brasileiro e conta o sucesso que o PIX faz no Brasil. O texto foi divulgado num momento em que o pre- sidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticou o PIX afirmando que o modo eletrônico de pagamento prejudica empresas norte-americanas financeiras de re- cebimento. Krugman, ao falar sobre as vantagens do PIX, ressalta que o Parlamento dos Estados Unidos aprovou um projeto de lei impedindo que o Federal Reserve (banco central dos EUA) crie moeda digital, de certo modo, análoga ao sistema brasileiro. O laureado economista ainda faz uma provocação, citando que o Brasil seria diferente dos Estados Unidos no que diz respeito às instituições e às questões de política econômica: “Amaioria das pessoas provavelmente não considera o Brasil um líder em inovação financeira. Mas a economia política do Brasil é claramente muito diferente da nossa — por exemplo, eles realmente levam ex-presidentes que tentam anular eleições a julgamento. E os grupos de interesse cujo poder, pelo menos por en- quanto, torna impossível uma moeda digital nos EUA parecem ter muito menos influência lá”. Krugman ressalta que o PIX brasileiro tem baixo custo, liquida operações em três segundos, em média, “contra dois dias para cartões de débito e 28 dias para cartões de crédito”. E também que o custo de uma transação de pagamento pelo sistema brasileiro para empresas e comerciantes é de 0,33% do valor da transação contra 1,13% para cartões de débito e 2,34% para os de crédito. O artigo também cita a aceitação que o PIX teve por parte dos brasileiros, utilizado por 90% da população, e finaliza: “outras nações podem aprender com o sucesso do Brasil no desenvolvimento de um sistema de pagamento digital. Mas os EUA provavelmente permanecerão presos a uma combinação de interesses pessoais e fantasias com criptomoedas”. ■ SUCESSO Vencedor do prêmio Nobel publica artigo com elogios ao PIX brasileiro ● FALECOM0COMERCIAL E-mail: comercial.da@bol.com.br site: www.diariodoamapa.com twitter: @diariodoamapa Instagram: @diariodoamapa C om a manutenção parcial do de- creto que elevou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), o Orçamento de 2025 terá R$ 20,6 bilhões liberados, informaram há pouco os Mi- nistérios da Fazenda e do Planejamento. O valor consta do Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas, docu- mento enviado ao Congresso a cada dois meses que orienta a execução do Orça- mento. Em maio, o governo tinha congelado R$ 31,3 bilhões do Orçamento. Com a decisão, o volume de recursos congelados cai para R$ 10,6 bilhões. Todo o dinheiro liberado vem das verbas que estavam contingenciadas, blo- queadas temporariamente para cumprir a meta de resultado primário. Embora a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2025 estabeleça meta de resultado pri- mário zero (nem déficit nem superávit), a equipe econômica considerou o limite in- ferior de tolerância, que permite déficit de R$ 31 bilhões para este ano. Apesar de liberar os recursos, o go- verno bloqueou R$ 100 milhões de gastos discricionários (não obrigatórios) para cumprir o limite de gastos do arcabouço fiscal, que prevê crescimento dos gastos até 2,5% acima da inflação para este ano. O volume de recursos bloqueados no Or- çamento aumentou de R$ 10,6 bilhões para R$ 10,7 bilhões. A liberação dos R$ 10 bilhões por ór- gãos e ministérios será detalhada no pró- ximo dia 30, quando o governo publicar um decreto presidencial com os limites de empenho (autorização de gastos). Resultado primário Para justificar o descontingenciamento, o relatório elevou em R$ 27,1 bilhões a previsão de receitas líquidas (receitas fe- derais, descontadas as transferências ob- rigatórias para estados e municípios). A previsão de gastos subiu R$ 5 bilhões. Com a combinação da elevação de receitas e de despesas, a estimativa de déficit primário em 2025 caiu de R$ 97 bilhões para R$ 74,1 bilhões. Esse valor considera gastos fora do arcabouço fiscal, como precatórios e créditos extraordiná- rios. Ao considerar apenas as despesas dentro do arcabouço fiscal, a previsão de déficit primário cai de R$ 51,7 bilhões para R$ 26,3 bilhões. O déficit primário representa o resul- tado negativo das contas do governo sem os juros da dívida pública. IOF e receitas Em maio, o governo tinha congelado R$ 31,3 bilhões. Sem o decreto do IOF, o governo teria de congelar mais R$ 20,5 bilhões, elevando a retenção de gastos discricionários para R$ 51,8 bilhões. O congelamento desse montante ameaçaria o funcionamento da máquina pública. Após sucessivas desidratações e uma decisão doministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, o governo reduziu para R$ 8,6 bilhões a previsão de arrecadação com o decreto do IOF no restante do ano. A previsão de receitas líquidas, no entanto, subiu R$ 27,1 bilhões e permitiu a reversão completa do contingenciamento anunciado emmaio. Originalmente, o governo tinha di- vulgado que a previsão de arrecadação fi- caria em R$ 11,55 bilhões, mas retirou cerca de R$ 1,4 bilhão por causa do período em que o decreto foi suspenso pelo Con- gresso Nacional e mais cerca de R$ 700 milhões por causa da arrecadação do IOF durante um mês, entre o fim de maio e o fim de junho. ■ GOVERNO LIBERA R$ 20,6 BI DO ORÇAMENTO DE 2025 V Foto/ José Cruz/Agência Brasil RECURSOS ECONOMIA | ECONOMIA | DIÁRIO DO AMAPÁ 7 QUINTA-FEIRA | 24 DE JULHO DE 2025

RkJQdWJsaXNoZXIy NDAzNzc=