Diário do Amapá - 29/07/2025
Impulsionada pelos juros e pelo baixo volume de vencimentos de títulos, a Dívida Pública Federal (DPF) ultrapassou pela primeira vez a barreira de R$ 7,8 tri- lhões. Segundo números divulgados nesta segunda-feira (28) peloTesouroNacional, aDPF passou de R$ 7,67 trilhões em maio para R$ 7,883 trilhões no mês passado, alta de 2,77%. Em junho de 2024, o indicador superou pela primeira vez a barreira de R$ 7 trilhões. Mesmo com a alta no mês passado, a DPF continua abaixo do previsto. De acordo com o Plano Anual de Financiamento (PAF), apresentado no início de fevereiro, o estoque da DPF deve encerrar 2025 entre R$ 8,1 trilhões e R$ 8,5 trilhões. ADívida PúblicaMobiliária (emtítulos) interna (DPMFi) subiu 2,99%, passando de R$ 7,361 trilhões em maio para R$ 7,581 trilhões em junho. No mês passado, o Tesouro emitiu R$ 154,62 bilhões em títulos a mais do que resgatou, principalmente em papéis prefixados. Além disso, a dívida interna subiu por causa da apropriação de R$ 65,13 bilhões em juros. Pormeio da apropriação de juros, o governo reconhece, mês a mês, a correção dos juros que incide sobre os títulos e incorpora o valor ao estoque da dívida pública. Com a Taxa Selic (juros básicos da economia) em15%ao ano, a apropriação de juros pressiona o endividamento do governo. No mês passado, o Tesouro emitiu R$ 161,31 bilhões em títulos da DPMFi. Com o baixo volume de vencimentos de títulos em junho, os resgates somaram R$ 6,69 bilhões. A Dívida Pública Federal externa (DPFe) caiu 2,28%, passando de R$ 309,17 bilhões em maio para R$ 302,12 bilhões em junho. O principal fator foi a queda de quase 4,41% do dólar no mês passado. ■ IMPACTOS Dívida pública sobe 2,77% em junho e ultrapassa R$ 7,8 trilhões QUEDA Petrobras reduz em 14% preço do gás natural para distribuidoras Os preços de vendadamoléculade gás serãoatualizados e terão quedamédia de cerca de 14%, na comparação com o trimestre anterior. A redução, segundo a Petrobras, entra em vigor na próxima sexta-feira (1º) para os contratos acordados pela companhia com as distribuidoras. A Petrobras informou, em nota, que os contratos com as distribuidoras incluem“atualizações trimestrais da parcela do preço relacionada à molécula do gás e vinculam esta va- riação, para cima ou para baixo, às oscilações do petróleo Brent e da taxa de câmbio R$/US$”. Conforme a companhia, no trimestre, que começa em agosto de 2025, a referência do petróleo Brent caiu 11,0% e o câmbio teve apreciação de 3,2%, o que significa que a quantia em reais para a conversão em um dólar caiu 3,2%. “Importante destacar que as variações por distribuidora dependem dos produtos contratados com a Petrobras, e que considerando osmecanismos criados pela empresa, em 2024, dos prêmios por performance e de incentivo à demanda é possível ampliar a redução no preço damolécula”, apontou a petroleira. O preço médio da molécula vendido às distribuidoras acumula de dezembro de 2022 até esse efeito de agosto, um recuo de 32%. “Considerando a aplicação integral dos prêmios, a redução acumulada média poderia atingir mais de 33%”, completou a Petrobras. A companhia chamou atenção que o preço final do gás natural ao consumidor depende não somente do preço de venda da molécula pela companhia, mas entram no cálculo tambémo custo do transporte até a distribuidora, o portfólio de suprimento de cada distribuidora. “Assim como por suas margens (e, no caso do GNV – Gás Natural Veicular, dos postos de revenda) e pelos tributos federais e estaduais”, concluiu. ■ ● ● FALECOM0COMERCIAL E-mail: comercial.da@bol.com.br site: www.diariodoamapa.com twitter: @diariodoamapa Instagram: @diariodoamapa O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu, nesta segunda- feira (28), a soberania do Brasil sobre seus minerais críticos e afirmou que as riquezas do país serão usufruídas pelo povo brasileiro. Lula ainda criticou o crescente interesse dos Estados Unidos (EUA) nesses minerais e disse que as empresas privadas poderão pesquisar o território nacional mas “sob o nosso con- trole”. “Eu fiquei sabendo que os Estados Unidos vão ajudar a Ucrânia [na guerra contra a Rússia], mas estão querendo ter privilégio nos minerais críticos da Ucrânia. Esses dias eu li que os Estados Unidos têm interesse nos minerais críticos do Brasil. Ora, se eu nem conheço esse mi- nério, e ele já é crítico, eu vou pegar ele para mim. Por que que eu vou deixar para outro pegar?”, argumentou Lula, em evento em São João da Barra, estado do Rio. Minerais críticos ouminerais de terras raras são aqueles cuja disponibilidade atual é limitada, e a exploração é consi- derada necessária para assegurar a tran- sição energética, já que são essenciais para a fabricação de peças e equipamentos associados à ideia de energia verde. Por exemplo, há demanda por cobre nas usinas eólicas, por silício para os painéis fotovoltaicos, por níquel e lítio para as baterias, por bauxita e alumina para os cabos de transmissão. Pesquisa indica que a busca por mi- nerais necessários para projetos de tran- sição energética já vem causando conflito nas novas frentes exploratórias. Outro estudo mostra que, no Brasil, essa procura acelera a crise climática. Lula disse que o governo está esta- belecendo parcerias, com a criação de uma “comissão ultraespecial”, para o le- vantamento de todo tipo de riqueza no solo e no subsolo do país. De acordo com o presidente, 70% do território ainda não foram pesquisados. “Nós temos que dar autorização para a empresa pesquisar sob o nosso controle. A hora que a gente der autorização para uma empresa, e ela achar, ela não pode vender sem conversar com o governo e, muito menos, ela vai poder vender a área que temominério, porque aquilo é nosso”, afirmou. “O povo brasileiro tem que ter direito de usufruir da riqueza que essas coisas podem produzir. É simples assim. A gente não quer nada dos outros, a gente quer apenas garantir que aquilo que é nosso possa gerar riqueza para que este país deixe de ser um país eternamente em via de desenvolvimento e seja um país alta- mente desenvolvido”, acrescentou. Nesse sentido, Lula defendeu as po- líticas educacionais do governo, de am- pliação da oferta e de maior acesso ao ensino técnico e superior, com a cons- trução de universidades e institutos fe- derais. “A qualificação do nosso povo [é] que vai garantir a competitividade do Brasil, produtividade na escala e competitividade na qualidade. Porque não tem país do mundo que tenha se desenvolvido que, antes, não tenha feito investimento na educação.” Nova termelétrica Nesta segunda-feira, o presidente participou da inauguração da Usina Ter- melétrica GNA II, no Porto do Açu, em São João da Barra. A nova usina foi selecionada como estratégica no Novo Programa de Acele- ração do Crescimento (Novo PAC), atrain- do R$ 7 bilhões em investimentos e ge- rando mais de 10 mil empregos. ■ LULA DEFENDE SOBERANIA DO BRASIL SOBRE MINERAIS CRÍTICOS V Foto/ Ricardo Stuckert/PR RIQUEZAS ECONOMIA | ECONOMIA | DIÁRIO DO AMAPÁ 7 TERÇA-FEIRA | 29 DE JULHO DE 2025
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