Diário do Amapá - 07/06/2025

| ECONOMIA | DIÁRIO DO AMAPÁ 7 ECONOMIA SÁBADO | 07 DE JUNHO DE 2025 Em um dia de alívio no mercado global, o dólar fechou abaixo de R$ 5,60 e atingiu o menor valor em oito meses após os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da China, Xi Jinping, conversarem por telefone. A bolsa de valores caiu, pressionada por ações de bancos e pelo mercado internacional. Odólar comercial encerrou esta quinta-feira (5) vendido a R$ 5,586, com recuo de R$ 0,059 (-1,05%). A cotação operou em queda durante toda a sessão. Na mínima do dia, por volta das 14h15, encostou em R$ 5,57. A moeda norte-americana está no menor nível desde 8 de outubro, quando estava em R$ 5,53. A divisa cai 2,36% em junho e acumula queda de 9,64% em 2025. O alívio no mercado de câmbio não se repetiu na bolsa de valores. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 136.226 pontos, com recuo de 0,57%. Em baixa pela segunda vez seguida, o indicador está no menor nível desde 8 de maio. Ações de bancos despencaram durante a tarde, com o aumento da expectativa de que o Banco Central (BC) eleve a Taxa Selic (juros básicos da economia) em 0,25 ponto percentual neste mês. As apostas de uma última alta antes de uma pausa subiram após a divulgação de que o Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas) cresceu mais que o previsto no primeiro trimestre. Além disso, a bolsa brasileira refletiu a queda das bolsas norte-americanas, afetadas principalmente pelas empresas de tecnologia. Os desentendimentos entre Donald Trump e o bilionário ElonMusk agravaram-se nesta quin- ta-feira, fazendo as ações da Tesla, companhia do empresário, caírem 16,42% apenas hoje, afetando o mercado de ações dos Estados Unidos. *Com informações da Reuters ■ DIA DE ALÍVIO Dólar atinge menor valor em oito meses com conversa de Trump e Jinping ● CLASSIFICAÇÃO S&P mantém nota da dívida brasileira e não prevê mudanças A agência de classificação de risco S&P Global, antiga Standard & Poor’s, manteve a nota da dívida pública brasileira dois níveis abaixo do grau de investimento. A agência reafirmou a perspectiva estável da classificação, indicando que não pretende mudar a nota nos próximos meses. O grau de investimento representa a garantia de que um país não corre o risco de dar calote na dívida pública. Em comunicado, a S&P informou esperar um aumento na dívida líquida do governo em decorrência de déficits fiscais elevados. No entanto, a desaceleração da economia num cenário de juros elevados deve reduzir o déficit nas contas externas do país, compensando as preocupações fiscais. “Nossa perspectiva estável equilibra a fraqueza do perfil fiscal do Brasil com os pontos fortes de sua política externa e monetária", afirma a agência. As exportações de commodities (bens primários com cotação interna- cional), informou o comunicado, ajudarão a diminuir a necessidade de financiamentos externos. Na avaliação da S&P, o arcabouço fiscal em vigor desde 2023 tem problemas para se sustentar no longo prazo. No entanto, as reformas necessárias para reequilibrar as contas públicas, segundo a agência, só serão feitas após as eleições presidenciais de 2026. Para a agência, os principais problemas para as contas públicas são a estrutura rígida de gastos com expressivos volumes do Orçamento vinculados a gastos obrigatórios e os juros altos. Embora tenha mantido a perspectiva estável, a S&P advertiu que pode reduzir a nota da dívida pública brasileira nos próximos dois anos se não forem feitas reformas após 2026. ■ ● FALECOM0COMERCIAL E-mail: comercial.da@bol.com.br site: www.diariodoamapa.com twitter: @diariodoamapa Instagram: @diariodoamapa A s propostas para compensar o au- mento do Imposto sobre Opera- ções Financeiras (IOF) serão en- caminhadas ao Congresso na próxima semana, disse nesta terça-feira (3) o mi- nistro da Fazenda, Fernando Haddad. Acompanhado do vice-presidente, Geraldo Alckmin, do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e do presidente da Câmara, HugoMotta, Haddad deu entrevista após almoço no Palácio da Alvorada. Segundo Haddad, o desenho final das propostas será apresentado aos líderes partidários no próximo domingo (8), em reunião na residência oficial do presidente da Câmara, antes de ser divulgado para a imprensa. Mais cedo, o ministro tinha dito que o pacote para compensar a alta do IOF incluirá uma proposta de emenda à Constituição (PEC), um projeto de lei e “provavelmente” uma medida provisó- ria. Após o almoço, que reuniu o presi- dente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice- presidente Alckmin, ministros, parlamen- tares governistas e os presidentes da Câ- mara e do Senado, o ministro disse haver um alinhamento entre o governo e os parlamentares da base aliada sobre as ações para compensar a elevação do IOF. “Houve umalinhamentomuito grande emrelação aos parâmetros dessasmedidas. Há um compromisso de não anunciar antes de qualquer reunião dos líderes. Nem parcialmente, em respeito ao Con- gresso, que é quem vai dar a última palavra”, disse Haddad. O ministro explicou que as medidas serão concluídas até o início da próxima semana pelos técnicos da equipe econô- mica. “Faremos até o começo da semana que vem, nomais tardar, uma convocação para que a equipe técnica dos ministérios da área econômica venha a Brasília para apresentar a formulação mais concreta e o impacto [fiscal] das medidas. A partir da semana que vem vamos encaminhar para obter êxito na maioria da casa para a aprovação”, acrescentou. Revisão do decreto Segundo o ministro, parte do decreto que elevou as alíquotas de IOF pode ser revista. Isso porque, somente após o de- senho final das medidas, o governo saberá o quanto arrecadará para poder compensar a alta do IOF anunciada há duas semanas, semdescumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal e o arcabouço fiscal. “Preciso de pelo menos parte das me- didas para rever o decreto. Tenho a Lei de Responsabilidade Fiscal, o arcabouço [fiscal], uma série de constrangimentos legais que me impõem uma obrigação que tenho que cumprir. No que diz respeito ao ano que vem, temos liberdade. No que diz respeito a esse ano, preciso aguar- dar uma reunião com os líderes para uma definição definitiva”, justificou. Motta e Alcolumbre Sem dar detalhes sobre as medidas em discussão, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, disse que há sintonia entre o Executivo e o Legislativo sobre o assunto. “O que mais me animou foi o senti- mento da reunião, todos preocupados com o país”, afirmou ele, que reiterou que o governo e o Congresso estão discutindo medidas “abrangentes e estruturantes”, que pretendem resolver os problemas das contas públicas em 2025 e nos anos seguintes. O presidente do Senado, Davi Alco- lumbre, declarou que o governo conseguiu estabelecer um canal de diálogo com o Congresso e se disse entusiasmado com o pacote. ■ ALTERNATIVAS A IOF SERÃO ENCAMINHADAS AO CONGRESSO NA PRÓXIMA SEMANA V Foto/ Valter Campanato/Agência Brasil DESENHO FINAL

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