Diário do Amapá - 14/06/2025
| OPINIÃO | DIÁRIO DO AMAPÁ SÁBADO | 14 DE JUNHO DE 2025 2 LUIZ MELO Diretor Superintendente ZIULANA MELO Diretora de Jornalismo Circulação simultânea em Macapá, Belém, Brasília e em todos os municípios do Amapá. Os conceitos emitidos em artigos e colunas são de responsabilidade dos seus autores e nem sempre refletem a opinião deste Jornal. Suas publicações são com o propósito de estimular o debate dos problemas amapaenses e do país. O Diário do Amapá busca levantar e fomentar debates que visem a solução dos problemas amapaenses e brasileiros, e também refletir as diversas tendências do pensamento das sociedades nacional e internacional. MÁRLIO MELO Diretor Administrativo DIÁRIODECOMUNICAÇÕES LTDA. C.N.P.J: 02.401.125/0001-59 Administração, Redação e Publicidade Avenida Coriolano Jucá, 456 - Centro CEP 68900-101 Macapá (AP) - Fone: 96-3223-7690 www.diariodoamapa.com.br COMPROMISSOCOMANOTÍCIA Q uando comecei a ler o livro "Liberdade de imprensa", de Karl Marx, tinha 16 anos. Ao concluir, havia completado 17. Precisei desse tempo para compreender, de fato, a proposta da obra. O objetivo do autor era contestar a censura à Imprensa aplicada em 1841 pelo governo de Frederico IV na Alemanha. Marx indicava que a evolução da imprensa, em sua habilidade de criticar a realidade e a situação atual, sempre espelha o grau de progresso político e social da sociedade que a gerou. Portanto, se a imprensa é mais politizada e crítica, isso ocorre devido ao nível de fervura de ideias e práticas da sociedade que gerou tal imprensa. Perfeito como teoria. Na prática, sempre foi bem diferente. Por exemplo, desde antanho a imprensa brasileira sempre enfrentou tentativas de controle editorial, muitas vezes bem-sucedidas. O mito deon- tológico do jornalismo sobre o relevante papel social da profissão se opõe a uma realidade marcada por acontecimentos re- correntes que contribuem para a compreensão do jornalismo contemporâneo no Brasil. Atualmente, as expressões mais irônicas se re- ferem à imprensa brasileira como oficialista, cha- pa-branca, declaratória, controlada, submissa, entre outras críticas mais severas. Dif ícil contestar. Horas atrás, assistindo a um telejornal local, vi um repórter se esmerando na linguagem fazendo uma pergunta à entrevistada e, o próprio repórter, com a mesma pomposidade vernácula, respondendo à pergunta. Ou seja, ele se autoentrevistou. Fiquei perplexo. A entrevistada, uma secretária de Estado, também ficou com a mesma expressão. Conheci poucos jornalistas que trataram a li- berdade de imprensa como princípio pétreo. Um deles, foi duramente perseguido pelos poderosos de sua terra. Dezenas de processos, incontáveis ameaças de morte, de prisão, emboscadas, agres- sões. Após encerrar as atividades de seu pequeno jornal, viu que sua obra, seu trabalho extenuante em defesa da Amazônia, dos amazônicos e amazô- nicas, somente consumiram-lhe a saúde e a paz in- terior. Ao longo dos séculos, a Imprensa no Brasil sempre foi duramente atacada quando se propôs buscar a verdade como dever de of ício. Veja estes casos: Qual a diferença entre as duas respostas? 1ª - "Cala a boca, jornalista!" 2ª - "Enfia essa pergunta na bunda!" Foram dadas por duas autoridades de altíssima relevância da República brasileira — cada uma no seu tempo. A primeira partiu do general Newton Cruz, durante a ditadura militar no Brasil. Ele era o chefe do Serviço Nacional de Informações (SNI) na época e a frase foi proferida em 1983, durante uma entrevista coletiva, quando questionado sobre a democracia. A segunda foi pronunciada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, contra o jornal Folha de São Paulo, que queria saber se ele voltaria para julgar o HC de Lula da Silva e quem tinha pago sua passagem aérea para Portugal. Ele respondeu: “Devolva essa pergunta a seu editor, manda ele enfiar isso na bunda. Isso é molecagem, esse tipo de pergunta é desrespeito, é desrespeito.” Pois é! Entre Cruz e Mendes se passaram 42 anos, entretanto, nada mudou. E temo, dificilmente mudará. ■ O mito da liberdade de imprensa Horas atrás, assistindo a um telejornal local, vi um repórter se esmerando na linguagem fazendo uma pergunta à entrevistada e, o próprio repórter, com a mesma pomposidade vernácula, respondendo à pergunta. Ou seja, ele se autoentrevistou. EMANUEL REIS E-mail: pautamcp@gmail.com Jornalista e Teólogo O "Dia dos Namorados", tem uma origem incerta, mas, no Brasil como conhecemos, surgiu em 1948 e foi idealizado pelo publicitário João Dória, por motivos comerciais. O objetivo era melhorar as vendas da loja pela qual ele foi contratado durante o mês de junho, que era considerado até então, um período de desaquecimento comercial. O dia 12 de junho foi es- colhido por ser aquele que antecede a festa católica de Santo Antônio, conhecido como “o santo casamenteiro”. No restante dos países do mundo, esse dia é co- memorado em 14 de fevereiro com o nome de "Valentine's Day". Esse dia costuma ser aquele, que apesar da questão comercial, é dedicado para as mais cativantes expressões de sentimento, onde os apaixonados, escrevem versos, dedicammúsicas e relembrammomentos. Os mais clássicos, enviam buquês de flores, com alguma lembrancinha carinhosa, enquanto os mais atualizados, fazem seus textos com fotos ou vídeos repletos de momentos felizes, postando-os em suas redes sociais. Mas, será que ainda existe amor verdadeiro, nessa geração onde tudo é muito célere, na qual os relacionamentos encerram na mesma velocidade que iniciam. Onde a fidelidade e longevidade conjugal, alémde serem artigos muito raros, não são motivos de celebração na sociedade. Onde a felicidade do “eu” é mais importante que a do “nós”. Onde as músicas de “sofrência” que falam de traições, de separações ocupam os primeiros lugares nos hits mais ouvidos, sejam nas rádios ou nos aplicativos de músicas? Para que se tenha alguma conclusão nesse sentido é necessário conhecer o significado do amor verdadeiro. Poderia buscar esse conceito nos grandes escritores da literatura brasileira, onde certamente encontraria um significado repleto de palavras inspiradoras. Con- tudo, vou partir da premissa que o “amor verdadeiro” não é um sentimento, mas, uma decisão. Dessemodo, não existe um lugar mais apropriado para encontrar esse amor, que nas páginas das Escrituras Sagradas. Das muitas descrições fornecidas pelas Escrituras, umas das que mais aprecio é a de João o apóstolo, pois, primeiramente ele diz que o “amor não é um sentimento, mas, uma pessoa”, quando declara: “Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor”. Emoutra descrição emseu evangelho, o velho apóstolo, apresenta o amor como uma oferta inigualável, quando diz que: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. Desse modo, iniciamos a construção do nosso en- tendimento de que o amor verdadeiro só pode ser encontrado em sua fonte, que é o próprio Deus. Quando fala de sua importância, destaca que o amor deve ser a base de tudo, pois, sem ele não importa quem sou, o que tenho, ou o que faço, mas, seria comparado a nada. Em seguida, Paulo destaca as características, ou as virtudes desse amor, ao dizer que: “O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Nãomaltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta”. Pode-se perceber a partir desse texto paulino, que existe uma confusão conceitual, pois, uma coisa é a paixão que está relacionada ao começo, ao imediato, ao intenso e ao externo, enquanto o amor, está relacionado, ao final, ao abundante e ao interno. A paixão é determinada pelo que não se ver e pelo que se sente, o amor por sua vez, é forjado apesar daquilo que se ver, e independente daquilo que se sente. Ou seja, a paixão esconde os defeitos, mas, o amor revela a essência. Evidentemente, que emum relacionamento saudável é necessária a presença da paixão, que aquece o coração, entrelaça as vidas e sentimentos, mas, é indis- pensável o amor, que torna essa chama duradoura e alicerça esse sentimento na rocha inabalável que é Cristo, tornando-se capaz de suportar qualquer coisa, em qualquer tempo. ■ O apostolo Paulo, quando escreve a sua primeira carta aos coríntios, faz uma das mais belas descrições do verdadeiro amor. Nela, ele apresenta um conceito etimológico, a sua importância e as suas características. A palavra utilizada por ele para descrever o amor é a expressão grega “ágape” que significa “o amor que se doa, incondicional, que se entrega” O amor que tudo suporta E-mail: drrodrigolimajunior@gmail.com . Teólogo, pedagogo e advogado RODRIGO LIMA JUNIOR
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