Diário do Amapá - 15 e 16/06/2025

ESPLANADA |OPINIÃO | DIÁRIO DO AMAPÁ DOMINGO E SEGUNDA-FEIRA | 15 E 16 DE JUNHO DE 2025 5 ComWalmor Parente (DF), BethPaiva (RJ) eHenrique Barbosa (PE) E-mail: reportagem@colunaesplanada.com.br LEANDRO MAZZINI PODER , POLÍTICAEMERCADO O ataque militar em larga escala de Israel ao Irã e a resposta do regime teocrático com uma saraivada de mísseis lançados contra o território israelense inauguraram uma nova fase no confronto entre os dois países, que passa a ser direto e sem intermediários. Os sinais de ineditismo observados nesta sexta-feira indicam uma escalada prolongada e inevitável, com potencial para empurrar o Oriente Médio para outro patamar de instabi- lidade, arrastando também os EUA. O bombardeio sofrido pelo Irã foi humilhante e pode ser considerado o mais significativo desde a guerra com o Iraque na década de 1980: atingiu parte de suas instalações nucleares, matou dois dos principais comandantes militares, além de cientistas nucleares de alto escalão. O revide era previsível e veio em forma de mísseis ba- lísticos que caíram em alvos civis de Tel Aviv e Jerusalém e obrigaram a totalidade da população israelense a se refugiar em bunkers. O Irã mostrou que, mesmo em posição defensiva, ainda tem capacidade de contra-atacar. A habitual retórica dramática trocada há quase meio século entre os dois arqui-inimigos regionais passou, finalmente, à ação bélica. O desgastado primeiro-ministro Benjamin Netanyahu tenta recuperar pontos com a opinião pública israelense, que desde a Revolução Islâmica convive com a ameaça de aniquilamento alardeada pelo regime iraniano. Ele justificou o ataque como solução para impedir que o programa nuclear do país produzisse uma bomba atômica. Com isso, o premiê arrebata seus críticos e desvia o foco da guerra de Gaza, que se prolonga há 20 meses, dos julgamentos por corrupção e da combalida coalizão de ex- trema-direita que comanda. Na ofensiva ao Irã, o premiê mostrou cautela em não atingir alvos civis, sinalizando que a queda do regime é também um de seus objetivos nesta empreitada militar. ■ ATAQUE MILITAR Israel e Irã protagonizam confronto inédito com potencial para empurrar o Oriente Médio para novo patamar de instabilidade A pós ter a prisão revogada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilson Machado (PL) foi solto na noite desta sexta-feira (13). Ele foi detido pela Polícia Federal por suspeita de tentar obter um passaporte português para o tenente-coronel Mauro Cid, ex- ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), de quem o pernambucano foi mi- nistro do Turismo. Machado estava preso numa cela isolada dos demais detentos, no Centro de Observação Criminológica Professor Everardo Luna (Cotel), emAbreu e Lima, no Grande Recife. Ele deixou o local por volta das 23h. O ex-ministro foi detido de manhã em casa, em Boa Viagem, na Zona Sul. Após a prisão, ele foi ouvido na supe- rintendência da Polícia Federal, no bairro do Pina, na mesma região da cidade, e negou envolvimento com o caso. Em seguida, passou por exame de corpo de delito no Instituto de Medicina Legal (IML), no bairro de Santo Amaro, no Centro. De acordo com a Secretaria de Ad- ministração Penitenciária e Ressociali- zação (Seap), Gilson Machado chegou ao Cotel à tarde. Ele foi posto em cela separada "para a garantia da sua inte- gridade f ísica". GilsonMachado tem 57 anos e, além de político, é empresário do ramo de turismo, sanfoneiro de banda de forró e formado em medicina veterinária pela Universidade Federal Rural de Pernam- buco (UFRPE). Entenda o caso Segundo a Polícia Federal, Gilson Machado teria atuado junto ao Consu- lado de Portugal no Recife, em maio de 2025, a fim de obter a emissão de um passaporte português para Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator de investigações contra o ex- presidente. A finalidade seria de viabilizar a saída de Cid do território nacional. A Polícia Federal também diz que encon- trou no celular de Cid arquivos que mostram que o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro tentou, em janeiro de 2023, a obtenção da cidadania portuguesa. Na terça-feira (10), a Procuradoria- Geral da República (PGR) encaminhou ao STF uma manifestação para investigar o ex-ministro. O celular, o carro e outros pertences de Gilson Machado foram apreendidos no momento da prisão. Ao chegar ao Instituto de Medicina Legal, Machado disse à imprensa que entrou em contato com o consulado de Portugal no Recife para agendar a re- novação do passaporte do pai. ■ PRISÃO REVOGADA EX-MINISTRO DO TURISMO GILSON MACHADO DEIXA A PRISÃO NO GRANDE RECIFE APÓS DECISÃO DE MORAES V Foto/ Divulgação Solução caseira O presidente do PSB e prefeito do Recife, João Campos, deverá ser o candidato favorito a governador de Pernambuco. Sua eventual vitória, no entanto, deixará o partido sem prefeito de capital. Uma solução apresentada por alguns integrantes da sigla é apoiar a candidatura de Cícero Lucena (PP), prefeito de João Pessoa, para governador da Paraíba. Caso ele vença, seu vice Leo Bezerra (PSB) assumiria a capital. Sinal amarelo A concessionária LAMSA, da Linha Amarela no Rio de Janeiro, obteve na 5ª Vara Empresarial tutela cautelar com valor da causa em R$ 1,5 bilhão. Para evitar especulações de falência, explica à Coluna que foi uma medida protetiva do caixa e dos patrimônios diante de um credor de debêntures das 3ª e 5ª emissões. A Justiça deu fôlego de 30 dias para a LAMSA negociar o débito. No ar, no chão Saldo negativo A cúpula do Progressistas está irritada com o advogado Tarso Duarte de Tassis, vice-presidente de Negócios de Atacado do banco, e com o presidente da Caixa, Carlos Vieira – ambos, aliás, estariam se estranhando. Tanto o PP quanto Vieira acham que Duarte não atende as expectativas (de gente importante) da bancada e querem rifá-lo. Torcedor aflito Luís Roberto Barroso, presidente do STF, revelou a amigos numa rodinha, há dias, que não consegue mais prestigiar uma partida de futebol no Rio ou em Brasília. E só sai à rua com escolta de três seguranças. “A civilidade é algo que precisa preceder a democracia. Hoje em dia todos se acham no direito de se manifestar com grosseria”. Prazo de validade Confiante na canetada O ex-presidente Jair Bolsonaro não brincou à toa com o ministro Alexandre de Moraes, em seu depoimento no STF. É óbvio que ele nunca chamaria o juiz para sua chapa eleitoral. É que Bolsonaro acredita piamente que um aliado, ou aliada, vai chegar ao Palácio do Planalto em 2026. Para ele, Tarcísio de Freitas ou a esposa Michelle Bolsonaro. E, no seu plano esperançoso, um deles dará o indulto presidencial numa canetada, o livrando da condenação e abrindo caminho no Tribunal Superior Eleitoral para uma suposta candidatura em 2030. Esse é o seu sonho, mesmo que eventualmente condenado cumpra prisão – e nos seus planos, domiciliar, por causa das constantes cirurgias para lhe salvar o intestino (e a vida) após o atentado a faca. Mas cada dia com sua agonia. Em 2030, se tiver saúde e cenário favorável, Bolsonaro terá 76 anos. A Infraero vai expandir sua operação comercial no Aeroporto Santos Dumont, no Centro do Rio de Janeiro, o único terminal de capital ainda nas mãos da estatal, porém joia da coroa nesse setor – ao lado do paulistano Congonhas, já privatizado. A estatal negocia novos espaços comerciais no subsolo e no 2º andar.

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