Diário do Amapá - 21/06/2025
| OPINIÃO | DIÁRIO DO AMAPÁ SÁBADO | 21 DE JUNHO DE 2025 2 LUIZ MELO Diretor Superintendente ZIULANA MELO Diretora de Jornalismo Circulação simultânea em Macapá, Belém, Brasília e em todos os municípios do Amapá. Os conceitos emitidos em artigos e colunas são de responsabilidade dos seus autores e nem sempre refletem a opinião deste Jornal. Suas publicações são com o propósito de estimular o debate dos problemas amapaenses e do país. O Diário do Amapá busca levantar e fomentar debates que visem a solução dos problemas amapaenses e brasileiros, e também refletir as diversas tendências do pensamento das sociedades nacional e internacional. MÁRLIO MELO Diretor Administrativo DIÁRIODECOMUNICAÇÕES LTDA. C.N.P.J: 02.401.125/0001-59 Administração, Redação e Publicidade Avenida Coriolano Jucá, 456 - Centro CEP 68900-101 Macapá (AP) - Fone: 96-3223-7690 www.diariodoamapa.com.br COMPROMISSOCOMANOTÍCIA N o dia 18 de junho de 2025, a Assembleia de Deus celebrou 114 anos de fundação no território brasileiro. Essa que é a maior denominação evangélica do Brasil, com cerca de 25 milhões de membros, sendo a que mais cresceu na primeira década do século 21 entre as denominações evangélicas, pois, abriu quase 10.000 novos templos, o que representou um crescimento de 115%. Estimativas apontam, que atualmente ela possui cerca de 100 mil templos e cerca de 40 mil ministros, quando se inclui todas as denominações da sigla. Contudo, aqueles que olham para essa gigante da fé brasileira, muitas vezes não conhecem o seu início humilde e pequeno. Tudo começou em 1906, quando explodiu na América do Norte em Los Angeles na Califórnia, o avivamento da Rua Azusa. Um movimento que é considerado como o berço do pentecostalismo. Ele foi liderado pelo pastor William Joseph Seymour, um pregador afro-americano que defendia em suas pregações a doutrina do batismo com o Espírito Santo com a evidência do falar em outras línguas. A partir de suas prédicas, a doutrina pentecostal se espalhou pela América, até chegar aos jovens suecos Gunnar Vingren que também foram batizados com o Espírito Santo. Depois de serem alcançados com essa experiência, receberam uma orientação divina para se deslocarem para o Brasil, no estado do Pará, onde deveriam co- municar a mensagem da experiencia vivida por eles. Em razão desse chamado, viajaram de Nova Iorque para o Brasil no Navio Clement, na terceira classe, por um período de três meses. Em 19 de Novembro de !910, eles chegaram em Belém do Pará, no porto das Docas, onde, depois de saírem do Navio, se dirigiram para a praça central, e ali fizeram sua primeira refeição em solo brasileiro, algumas mangas que estavam ao alcance de suas mãos. Sem falar praticamente nada de português, conseguiramchegar a primeira Igreja Batista de Belém, onde foram acolhidos. Nos dias que se seguiram, os dois jovensmissionários, começarama pregar essa doutrina, que para os Batistas que os acolheram, era nova, portanto, dissociada das crenças doutrinárias dessa Igreja. Essa contradição doutrinária, levou o pastor Batista da época a excluí- los commais dezenove pessoas, o que fez comeles co- meçassem a se reunir para a realização de cultos, na casa da irmã Celina de Albuquerque. Em uma dessas reuniões, na madrugada de 18 de junho de 1911, após ser curada de uma enfermidade, Celina recebeu o ba- tismo com o Espírito Santo, sendo a primeira pessoa no Brasil a passar por essa experiência. A partir desse momento, os missionários juntamente com os irmãos que comeles se reuniam, decidiram fundar uma Igreja como o nome “Missão Apostólica da Fé”, que passou a ser chamada de Assembleia de Deus a partir de 1918. Ao longo desses 114 anos, diversos pastores estiverama frente dessa renomada Igreja, desde os primeiros que foram enviados da Suécia, como os pastores Samuel Nyströn e Nels Nelson, assim como os brasileiros, Alcebíades Pereira Vasconcelos, que assumiu a igreja em Belém em 1961, tendo como auxiliares os pastores José Pinto Menezes, Armando Cohen e Firmino Gouveia. Esse último, presidiu a Assembleia de Deus em Belém de 1968 até 1997, quando então, assumiu o pastor Samuel Câmara, que a lidera até os dias atuais. Culturalmente, a música gospel tem sido uma de suas maiores contribuições, pois, influenciada por ritmos brasileiros e letras baseadas na fé, tornou-se uma parte inextricável da identidade da igreja. Além disso, a Assembleia de Deus tem sido uma voz significativa no cenário político, com a criação da Bancada Evangélica, que representa os interesses de seus membros no governo. Ao celebrar seus 114 anos, a Assembleia de Deus no Brasil é um testemunho da resiliência e adaptabilidade de uma instituição que começou compoucos, mas cresceu paramilhões. Sua história é tecida na tapeçaria cultural e social do Brasil, e será interessante observar como a igreja continuará a evoluir e a impactar a nação nos anos vindouros. ■ A Assembleia de Deus teve um profundo impacto na sociedade brasileira, contribuindo de várias maneiras. Ela tem sido uma forte defensora da educação, criando várias instituições educacionais. Através de suas missões e projetos sociais, tem desempenhado um papel significativo na ajuda dos menos favorecidos, com foco na erradicação da pobreza, combate ao analfabetismo e fornecimento de assistência médica. Parabéns a Assembleia de Deus no Brasil E-mail: drrodrigolimajunior@gmail.com . Teólogo, pedagogo e advogado RODRIGO LIMA JUNIOR S e tem uma coisa que o brasileiro aprendeu a cultivar ao longo das últimas décadas é a paciência. E o varejo nacional parece seguir pelo mesmo caminho. Fevereiro trouxe números que reforçam um movimento já esperado: desaceleração. O Índice do Varejo Stone (IVS) apontou uma retração de 0,9% no mês, puxado por uma queda de 1,6% no varejo f ísico. A exceção, como vem acontecendo nos últimos anos, é o comércio online, que registrou uma leve alta de 0,4%. Pequena, mas suficiente para mostrar que o consumidor quer facilidade e preço, e o digital ainda é o caminho mais curto para isso. O cenário não surpreende. O mercado de trabalho, embora ainda aquecido, começou a mostrar sinais de fraqueza. A taxa de desemprego subiu para 6,5% em janeiro, segundo a PNAD, e a criação de empregos formais perdeu fôlego. O que isso significa? Menos dinheiro circulando e mais gente pisando no freio na hora de gastar. Soma-se a isso a inflação dos alimentos, que insiste em pesar na conta do su- permercado, e o resultado é um consumidor que prioriza o essencial e adia o supérfluo. Os números não mentem Se a fotografia geral do varejo não é das mais animadoras, alguns setores ainda tentam remar contra a maré. Móveis e eletrodomésticos, por exemplo, tiveram uma leve alta de 0,2% em feve- reiro. Mas, sejamos francos: isso não significa re- cuperação. O setor continua no mesmo nível do final do ano passado, mostrando que o brasileiro ainda está cauteloso na hora de investir em itens duráveis. Já na análise por estado, Pernambuco liderou o crescimento, com alta de 1,8%, seguido por Roraima (1,6%) e Amazonas (1,1%). Do outro lado da moeda, Mato Grosso do Sul despencou 8,4%, sendo o maior tombo registrado no mês. Uma oscilação que reflete não apenas as dificul- dades econômicas locais, mas também o des- compasso entre as regiões do país. O que fazer? Reinventar-se Se há uma lição para o empreendedor diante desse cenário, é que a zona de conforto não é mais uma opção. O consumidor mudou, e o varejo precisa acompanhar. Estratégias personalizadas, campanhas assertivas e um atendimento omnichannel são mais do que recomendações – são condições para a sobrevivência no jogo do mercado. A boa notícia? O digital se consolida cada vez mais como um terreno fértil. Quem souber investir na experiência do cliente, integrar bem os canais de venda e oferecer condições atrativas pode ter um diferencial competitivo importante. Não basta apenas estar presente no e-commerce. É preciso oferecer praticidade, preços justos e uma experiência de compra fluida. O varejo brasileiro segue testando a paciência de quem compra e de quem vende. E, no fim das contas, vence quem souber jogar melhor com o tempo e as oportunidades. ■ O varejo brasileiro e o jogo da paciência Adolescentes negras, indígenas e de regiões rurais são as que mais enfrentam a gravidez precoce. E não é coincidência. É falta de acesso a serviços de saúde, educação e oportunidades. Jogue aí na mistura o casamento infantil, a violência sexual e a falta de informação sobre saúde reprodutiva, e você tem a receita perfeita para manter as desigualdades como estão. E-mail: gregogiojsimao@yahoo.com.br Radialista e estudante de Filosofia GREGÓRIO J.L. SIMÃO
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