Diário do Amapá - 24/06/2025

| ECONOMIA | DIÁRIO DO AMAPÁ 7 ECONOMIA TERÇA-FEIRA | 24 DE JUNHO DE 2025 Do maior campeonato de robótica da América Latina às máquinas que literalmente imprimem comida, a 17ª edição da Campus Party em Brasília oferece muita tecnologia para quem visita os estandes espalhados pela Arena BRB Mané Garrincha. Mas, em meio a todas essas atrações, a feira também representa uma oportu- nidade de negócios. A startup TourData, do publicitário mineiro Helton Fraga, foi uma das selecionadas para participar da Campus Party. Ele apresentou um sistema que une inteligência artificial e turismo. A proposta é que as prefeituras possam usar a plataforma para fomentar o turismo lo- cal. Para os visitantes, o sistema indica passeios e atrações personalizadas com base no perfil de cada usuário. “Assim, ele vai ter uma visita mais personalizada e tende a voltar mais vezes ou indicar para outras pessoas. Isso fomenta os negócios locais, como estabelecimentos, pousadas e atrativos”, explica Helton. Segundo o desenvolvedor, a inteligência artificial ainda é capaz de aprender com as experiências dos turistas. “Os gestores podem usar essas informações para aplicar em políticas públicas de turismo, movimen- tando cada vez mais a cidade”, completa. Já o desenvolvedor goiano Humberto Felipe Dias, da startup Clivia, veio à Campus Party apresentar um sistema que também utiliza inteligência artificial, mas voltado para a área médica. A empresa trabalhou por dois anos e meio no desenvolvimento de uma atendente virtual para marcação de consultas, facilitando o trabalho dos consultórios e dos pacientes. ■ FEIRA Startups buscam novas oportunidades e tecnologias na Campus Party ● IPCA Mercado prevê inflação de 5,24% e PIB de 2,21 em 2025 O mercado financeiro melhora as expectativas de queda da inflação e alta do Produto Interno Bruto (PIB) para a economia do país. Projeta também dólar mais barato ao final de 2025. Os dados constam do Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (23) pelo Banco Cen- tral. Pela quarta semana consecutiva, omercado demonstra otimismo crescente com relação ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país. A expectativa é de que a inflação feche 2025 em 5,24%. Há uma semana, a expectativa era de que o IPCA do ano ficaria em5,25%; e há quatro semanas projetava inflação de 5,5% em 2025. Com relação aos anos subsequentes, as expectativas de inflação estão estáveis há várias semanas, em 4,5% em 2026; e em 4% em 2027. Selic e PIB Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros - a Selic, definida em 15% - percentual que, até a última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) estava em 14,75%, mas que foi aumentado diante de “incertezas em relação à economia”. Para os anos seguintes, as expectativas do mercado são de que a taxa básica de juros seja de 12,5% em 2026; e de 10,5% em 2027. Com relação ao PIB, que é a soma de todas riquezas produzidas no país, as expectativas também estão melho- rando. O mercado projeta que o PIB fechará 2025 com uma alta de 2,21%. Há quatro semanas, o crescimento pro- jetado estava em 2,14%; e há uma semana estava em 2,2%. Para 2026 e 2027, a expectativa do mercado é de que o Brasil cresça 1,85% e 2%, respectivamente. ■ ● FALECOM0COMERCIAL E-mail: comercial.da@bol.com.br site: www.diariodoamapa.com twitter: @diariodoamapa Instagram: @diariodoamapa O Executivo e o Legislativo travam disputa, que tem girado em torno do Imposto sobre Operações Fi- nanceiras (IOF), para definir de onde sairá o dinheiro – emoutras palavras, quempa- gará a conta ─ para cobrir os R$ 20,5 bilhões necessários para cumprir a meta fiscal do orçamento de 2025. Isso porque o governo já bloqueou ou contingenciou R$ 31,3 bilhões em despesas deste ano. Analistas consultadas pela Agência Brasil avaliamqueogoverno temencontrado resistência do Parlamento para aprovar al- ternativas que evitemcortes aindamaiores dos gastos primários, que costumamafetar a população mais pobre, que é quemmais precisa dos serviços públicos. O Congresso – e setores do empresa- riado ─ tem resistido a medidas que au- mentem a carga tributária e defende que o Executivo amplie os cortes das despesas primárias. Os gastos primários são as des- pesas com serviços públicos, como saúde, educação. Nesse cálculo, não entram os gastos com juros e a dívida pública. A professora de economia da Univer- sidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), Juliane Furno, afirma que várias medidas classificadas como aumento de impostos são, na verdade, de cortes de despesas tri- butárias. “OMinistériodaFazenda estápropondo diversasmedidas de corte de gastos.Quando o governo propõe taxar as LCI e as LCA, ele está cortando gastos, porque, para serem isentas, o governo que cobre o valor. Ou seja, oCongresso não quer cortar qualquer gasto, como gastos tributários, quando in- seridos nas isenções fiscais e tributárias”, destacou à Agência Brasil. O governo propôs taxar em 5% os títulos das Letras de Crédito Imobiliárias (LCI) e do Agronegócio (LCA), que hoje são isentos. Porém, amedida foi duramente criticada pela bancada ruralista, que controla boa parte daCâmara e do Senado. AFrente Agropecuária afirma que isso vai encarecer o crédito rural. Aeconomista Juliane Furno acrescentou que esses gastos tributários beneficiam, emgeral, grandes empresas que se utilizam de subsídios creditícios ou de isenção fiscal. Por isso, o setor empresarial tem exigido mais corte de despesas primárias. “Tudo isso ─ subsídios creditício, sub- sídio tributário e isenção fiscal ─ entra no resultado primário do governo como ‘gasto,’ e esse gasto eles não querem rever. Só que- rem cortar na carne dos gastos vinculados aos mais pobres”, completou Furno. A assessora política do Instituto de Es- tudos Socioeconômicos (Inesc), Cleo Ma- nhas, destacou que a ampliação dos cortes de gastos primários, exigida como alternativa às medidas de aumento de receitas, vai prejudicar a população que mais usa as políticas sociais. “Oque há por trás disso é uma captura do orçamento por parte dos mais privile- giados, ampliando as desigualdades já abis- sais noBrasil. Comrelação aos congressistas, que insistem que o único caminho é o corte de gastos primários, porque não cor- tam das emendas parlamentares que já ocupam cerca de 25% das despesas discri- cionárias?Oudos supersalários?”, questionou Manhas. Custo do crédito e IOF Amedida para elevar alíquotas do IOF, sugerida pelo governo, foi duramente cri- ticada pelas principais lideranças do Con- gresso, pelo mercado financeiro e por setores empresarias. Eles argumentamque amudança encarece o créditodas empresas, o que teria impacto negativo para toda po- pulação. ■ ENTENDA: DISPUTA EM TORNO DO IOF DEFINE QUEM PAGA POR AJUSTE FISCAL V Foto/ Antonio Trindade/TV Brasil META FISCAL

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