Diário do Amapá - 29 e 30/06/2025
DECRETOS ENTREVISTA A pós ver o Congresso derrubar a alta do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aproveitou um evento sobre reforma agrária para reforçar o discurso de proteção aos mais pobres. Lula esteve nesta sexta-feira (27) em Araguatins, no Tocantins, e voltou a se apresentar como um presidente que dá prioridade aos trabalhadores brasileiros. "Eu não sou o presidente dos pobres. Eu sou vocês na Presidência da República", discursou. Segundo o presidente, muitas pessoas não o aprovam porque ele enviou ao Congresso o projeto de lei que isenta de IR quem recebe até R$ 5 mil mensais. O governo propôs compensar a perda de arrecadação com a cobrança de um imposto mínimo sobre as rendas mais altas. Derrota expõe fragilidade O presidente fez o discurso dois dias após Câmara e Senado aprovarem uma proposta que barrou a alta na alíquota do IOF definida por Lula em um decreto. O Planalto, agora, avalia questionar o ato no Supremo Tri- bunal Federal (STF). ■ DISCURSO Após derrota no IOF, Lula reforça discurso de proteção a mais pobres Q uase seis meses após o início dos trabalhos no Legislativo neste ano, projetos listados pelo governo federal como prioritários — como a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e a regulamentação da reforma tributária — continuam sem avanços significativos no Congresso. Câmara e Senado, por outro lado, impuseram der- rotas para o Palácio do Planalto com a aprovação de propostas que contrariam os interesses de Lula e de sua equipe. O caso mais recente foi a derrubada dos decretos do presidente que elevavam o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) – o que expôs o momento hostil da relação entre Executivo e Legislativo. A medida obriga a equipe econômica a buscar al- ternativas para uma frustração de receitas da ordem de R$ 10 bilhões neste ano. O governo federal apresentou, em fevereiro deste ano, uma lista com 48 propostas prioritárias. A maior parte das matérias, contudo, segue em estágio inicial, sem previsão de análise. ■ O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira (27) que não vê omissão por parte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na condução do governo e das negociações políticas com o Congresso. Ementrevista aoEstúdio i, oministro rebateudeclarações do senador Ciro Nogueira (PP-PI), que comparou o atual governo ao de Dilma Rousseff e disse que Lula estaria ausente das articulações com o Legislativo. Segundo o ministro, Lula acompanhou de perto todas as principais negociações envolvendooCongresso, incluindo a reforma tributária, o novo arcabouço fiscal e a tentativa de reverter o decreto legislativo que anulou o aumento do IOF para operações de câmbio. “Ele nunca fez nada sem antes conversar comos presi- dentes da Câmara e do Senado. É quem mais tem infor- mações sobre o que está acontecendo”, disse. Haddad reagiu comveemência às falas deCiroNogueira, que acusou o governo Lula de falta de articulação e classificou a atual gestão como uma repetição do governo Dilma. Oministro lembrou que o próprio senador foi mi- nistro da Casa Civil no governo do ex-presidente Jair Bol- sonaro (PL). ■ Projetos prioritários do governo ficam parados em meio à relação hostil entre Planalto e Congresso Haddad diz que não há omissão de Lula na articulação política com o Congresso 58% DOS BRASILEIROS DIZEM TER VERGONHA DOS MINISTROS DO STF; 30% EXPRESSAM ORGULHO S egundo uma pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta-feira (27), 58% dos brasileiros dizem ter vergonha dos ministros do Supremo Tribunal Fede- ral (STF), enquanto 30% ex- pressam sentir orgulho do grupo. ➡ O instituto entrevistou 2.004 pessoas, em 136 mu- nicípios, entre 10 e 11 de ju- nho. As perguntas seguiam sempre a seguinte estrutura: "você tem mais orgulho do que vergonha ou mais ver- gonha do que orgulho (de determinada instituição)?". A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. Os Três Poderes registraram índices semelhantes: 56% declaram vergonha em relação ao presidente Lula (PT); 58% sentem vergonha pelos depu- tados atuais; 59% têm vergonha dos senadores. A percepção (vergonha ou orgulho) dos magistrados do STF é fortemente alinhada à preferência político-parti- dária dos entrevistados. Veja: Entre apoiadores declarados de Bol- sonaro: A vergonha em relação ao tribunal atinge 82%. Apenas 12% se declaram orgulhosos dos ministros. Entre os que declaram preferência pelo PL: A taxa de vergonha chega a 91%. Apenas 5% sentem orgu- lho. Entre eleitores do presi- dente Lula: Os ministros são motivo de orgulho para a maioria: 52%; 36% dizem ter vergonha; 12% não sabem. Entre os que preferem o PT: O orgulho supera a ver- gonha: 53% contra 36%. A popularidade dos mi- nistros é inferior entre os evangélicos: 66% dizem ter vergonha dos magistrados. Apenas 22% sentem orgulho. Entre os católicos, os "envergonha- dos" caem para 56%, e os "orgulhosos" sobem para 33%.Percepção sobre as Forças Armadas. ■ DATAFOLHA Instituto entrevistou 2.004 pessoas, em 136 municípios, entre 10 e 11 de junho. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. POLÍTICA |POLÍTICA | DIÁRIO DO AMAPÁ DOMINGO E SEGUNDA-FEIRA | 29 E 30 DE JUNHO DE 2025 FALECOMAREDAÇÃO E-mail: diario-ap@uol.com.br site: www.diariodoamapa.com twitter: @diariodoamapa Instagram: @diariodoamapa 10 V Foto/ TV Justiça
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