Diário do Amapá - 01 e 02/05/2025

| OPINIÃO | DIÁRIO DO AMAPÁ QUINTA E SEXTA-FEIRAS | 01 E 02 DE MAIO DE 2025 2 LUIZ MELO Diretor Superintendente ZIULANA MELO Diretora de Jornalismo Circulação simultânea em Macapá, Belém, Brasília e em todos os municípios do Amapá. Os conceitos emitidos em artigos e colunas são de responsabilidade dos seus autores e nem sempre refletem a opinião deste Jornal. Suas publicações são com o propósito de estimular o debate dos problemas amapaenses e do país. O Diário do Amapá busca levantar e fomentar debates que visem a solução dos problemas amapaenses e brasileiros, e também refletir as diversas tendências do pensamento das sociedades nacional e internacional. MÁRLIO MELO Diretor Administrativo DIÁRIODECOMUNICAÇÕES LTDA. C.N.P.J: 02.401.125/0001-59 Administração, Redação e Publicidade Avenida Coriolano Jucá, 456 - Centro CEP 68900-101 Macapá (AP) - Fone: 96-3223-7690 www.diariodoamapa.com.br COMPROMISSOCOMANOTÍCIA E stou morando em Lisboa, este ano, mas venho novamente de visita ao sul da França, pois gosto demais da Côte D´Azur e da Provence, que fica encostadinha. Passamos por Nice, onde já ficamos algumas vezes – uma cidade grande e linda, à beira do Mediterrâneo - e estamos em Fayence, cida- dezinha da Provence, encantadora. Estamos no início do verão, então recém saímos da primavera, de maneira que está tudo muito verde e pejado de flores, muita cor por todo lado. Vejam que privilégio: escrevendo minha crônica na Provence, ao ar livre, ouvindo a cigarra, que é tempo dela, e os muitos passarinhos que (po)voam a região. Minha filha mora aqui, em Fayence, numa casa ampla e acolhedora, com todos os confortos de uma casa da cidade e o bônus de estar rodeada de árvores, numa região tranquila e pacata. Muitas vinhas – as uvas estão cacheando, o fruto ainda está pequeno, mas os pés estão carregados. As oliveiras também de floresceram recentemente, estão cheias de azeitonas, sem contar os pés de nozes, de amêndoas, de ameixas (aquela com a qual se faz a ameixa preta, eu esclareço, porque no Brasil chamamos a nêspera de ameixa, erroneamente), figos, cerejas, pêssegos, morangos, etc., etc. É verdade que o interior nos dá várias vantagens, como o ar puro, a boa comida, muita coisa produzida aqui mesmo, o bom vinho, a amizade dos vizinhos que nem são muito próximos, geograficamente, porque todos têm terrenos grandes, mas todos se conhecem e se dão bem. No segundo dia desta revisita à Fayence, saí com Romain para fazer compras. Fomos a uma quitanda, emMontauroux, tipo Direto do Campo, aí no Brasil, com muita variedade de frutas e verduras, legumes e queijos, tudo fresquinho. Emais: tudo comcertificado de origem, com o nome do produtor. Uma beleza. Dá vontade de levar tudo. Romain comprou muita coisa, inclusive uns cogumelos Porcini, fresquinhos e grandões, que ele fez grelhados e ficou uma delícia. Também fomos a um supermercado que tem um açougue fantástico: diversos cortes de carne de vaca, de vitelo, de borrego, de carneiro, frescas e de aparência excelente, organizadas em seus diversos cortes, inclusive alguns já temperados, prontos para ir ao fogo. E os embutidos e queijos da região também são ótimos, especialidade da região. O jantar foi um banquete. E depois passamos numa boulangerie, quer dizer, padaria. E os pães, ah, os pães e derivados, doces e salgados, recheados ou com cobertura e com essa farinha de grano duro daqui... Eu sou suspeito para falar porque sou movido a pão, mas dentre uma variedade imensa de pães deliciosos, há um que eu consegui gostar mais, que é um pão de gorgonzola. Mas gosto de todos. No dia seguinte fomos a Seillan e jantamos no restaurante La Gloire de mon Pére. Pedimos comida da região e conhecemos pratos fabulosos. O res- taurante fica num declive ao lado da rua, mas como agora é verão e há uma área belíssima do lado de fora, com árvores centenárias, uma fonte enorme no meio e uma outra fone coberta ao lado, também centenárias, as mesas ficam dispostas ao redor da fonte redonda e as lanternas por todo o espaço e as lâmpadas no alto tornam o ambiente meio mágico. Já havíamos estado ali, em outras visitas, mas como era inverno, o restaurante funcionava só dentro do prédio. É um lugar belíssimo. Ontem estivemos no Lac de Saint-Cassien, um lago enorme que abastece a região e também tem praias, além de ser um lugar onde se pode pescar e fazer aulas de mergulho. Isso tudo sem falar na vastidão de água, outro lugar belíssimo. ■ Verão na Provencee Fernanda aniversariou, no dia 24 de junho, e )zemos uma festa junina bem brasileira, com pé-de-moleque, paçoquita, bolo de milho, cachorro quente, brigadeiro, cajuzinho, beijinho, pipoca, tortas salgadas. LUIZ CARLOS Presidente do Grupo Literário A ILHA/SC Advogado Tecnologista Sênior E-mail: mariosaturno@uol.com.br E m 2019, diversos cientistas liderados pelo chefe de Ciências da Terra do Museu de História Natural, Professor Richard Herrington, enviaram uma carta ao Comitê de Mudanças Climáticas alertando que se os 31,5 milhões de carros do Reino Unido forem substituídos por veículos elétricos até 2050, como planejado pelo governo, isso gerará uma demanda de quase o dobro do fornecimento global anual atual de cobalto. Por enquanto, tanto a mineração, quanto a indústria tem dado conta. Os pesquisadores também calcularam que, com base na mais recente tec- nologia de bateria de lítio NMC 811 (cátodo feito com 80% de níquel, 10% de cobalto, 10% de manganês), a demanda do Reino Unido por baterias de veículos elétricos exigirá três quartos do lítio do mundo e o dobro da produção anual mundial de cobalto. Hoje, mais de 80% da energia consumida pela humanidade provém de fósseis, como petróleo, gás natural e carvão. A eletricidade é a forma de energia que dominará o futuro, gerada pelo sol e pelos ventos principalmente. Estima-se que até 2040, 40% do consumo energético será na forma elétrica. Com isso, estimam que a energia necessária para minerar materiais para baterias de veículos elétricos consumirá 22,5 TWh (TeraWatt-horas), o equivalente a seis por cento do consumo elétrico anual atual do Reino Unido. Só a mineração dos materiais de bateria para substituir os dois bilhões de carros no mundo exigiria quatro vezes a produção elétrica anual total do Reino Unido. Inviável em qualquer cenário. Em outras palavras, embora o carro elétrico seja uma solução para o problema do consumo de energia fóssil e poluição, não é possível a médio prazo. Ou seja, é preciso buscar outras soluções complementares, como reduzir o uso dos carros, promovendo políticas públicas de transporte público, facilitação do uso de bicicletas, elétricas ou não e caminhadas a pé. Caminhar faz bem não somente à saúde f ísica, mas também a mental. Lembro até hoje quando resolvi abandonar o ônibus e ir a pé até a Universidade Federal de São Carlos de 1982 a 1984. Eram duas caminhadas de meia hora, dedicada ao Terço e à re- flexão. Porém, o carro elétrico não precisa ser dependente de bateria, há a alternativa do hidrogênio, ou seja, e eletricidade vem de uma célula de combustível. O gás hidrogênio é armazenado no tanque de combustível. Na célula, ele reage com o oxigênio da atmosfera, produzindo energia elétrica, calor e água. O calor e a água saem do cano de escapamento como vapor de água e a eletricidade vai direto para o motor. Certamente, um passo intermediário, por duas ou três décadas, será substituir motores comuns dos ônibus, caminhões e carros por motores híbridos, muito mais eficientes e leves. Somente esta medida representa uma economia de 30% dos combustíveis. O uso de álcool também contribuiria muito. Enquanto omundo civilizado organiza-se e planeja, o que nossos governantes e políticos representantes estão fazendo? Estão elaborando políticas públicas facilitando a solução? Ou são parte do problema, como muitos foram durante a pandemia? ■ Certamente, um passo intermediário, por duas ou três décadas, será substituir motores comuns dos ônibus, caminhões e carros por motores híbridos, muito mais e)cientes e leves. Somente esta medida representa uma economia de 30% dos combustíveis. Carro elétrico? MARIO EUGENIO

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