Diário do Amapá - 01 e 02/05/2025

ESPLANADA |OPINIÃO | DIÁRIO DO AMAPÁ QUINTA E SEXTA-FEIRAS | 01 E 02 DE MAIO DE 2025 5 ComWalmor Parente (DF), BethPaiva (RJ) eHenrique Barbosa (PE) E-mail: reportagem@colunaesplanada.com.br LEANDRO MAZZINI PODER , POLÍTICAEMERCADO Previsão global O Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA) desenvolveu ummodelo de IA para a previsão de chuvas em escala global. O IMPA já havia criado modelos semelhantes para o Rio de Janeiro. O projeto foi apresentado pelo doutorando Leonardo Voltarelli, e, segundo o instituto, a IA pode ser aplicada nos países do hemisfério sul onde não há infraestrutura de radar, como na África, Oceania, e de áreas remotas do Brasil. Saúde mundial No dia 19 de maio acontece a Assembleia Mundial de Saúde, órgão máximo de deliberação da OMS, que debaterá a adoção do Tratado das Pandemias, como resposta à crise gerada pela Covid-19. O acordo a ser adotado terá de ser ratificado pelos países signatários. Mas é visto com desconfiança pela comunidade internacional porque os EUA saíram da OMS. O Governo do Brasil apoia a adoção do instrumento. Repasse bilionário Fala, ministra! O deputado Rodolfo Nogueira (PL- MS) quer a convocação da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, para tratar da sua participação no Acampamento Terra Livre, marcado por ataques aos produtores rurais, e o papel dela nos atos antidemocráticos de 10 de abril de 2025, na Esplanada dos Ministérios. Um cerco claro da turma do agro. Crise importada O incômodo com o asilo apressado de Lula à ex-primeira-dama peruana Nadine Heredia não é apenas no Brasil. A convocação do chanceler Mauro Vieira para se explicar na Câmara foi tema dos telegramas diplomáticos que as embaixadas enviam para suas capitais, e nas sedes da OEA e ONU. O Governo Lula está mal na fita internacional, ao resgatar – e com avião da FAB – uma condenada à prisão por corrupção. A la Yakuza Nos bastidores do Congresso, a roda não para: um dos nomes mais influentes da elite partidária brasileira articula ummovimento silencioso, mas ambicioso: assumir o controle da presidência dos Correios. Oficialmente, o discurso é técnico. Mas a verdadeira meta tem outro endereço – o cofre bilionário do Postalis, o fundo de pensão dos servidores. Com bilhões sob gestão e participação acionária em centenas de empresas, o Postalis voltou a chamar atenção de quem já viu de perto o poder da caneta. Mesmo após anos de escândalos e prejuízos que deixaram cicatrizes no fundo, a atual gestão conseguiu impor certo grau de estabilidade. Mas isso está prestes a ser testado. Segundo fontes próximas ao núcleo político, o líder partidário quer mais do que um cargo. O plano é usar as participações societárias do Postalis para interferir diretamente em assembleias de empresas privadas. A ideia é simples, mas perigosa: infiltrar representantes que possam tumultuar votações, forçar negociações e, com isso, fazer valer interesses pessoais e políticos. O modelo lembra uma prática consagrada e temida nos bastidores corporativos japoneses: a dos grupos ligados à máfia Yakuza. O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tri- bunal Federal (STF), solicitou nesta quarta-feira (30) parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre o pedido de prisão domiciliar para o ex-pre- sidente Fernando Collor. Conforme a decisão, a PGR terá prazo de cinco dias para opinar sobre o benef ício. Após receber a manifestação, o ministro vai decidir a questão. Na quinta-feira (25), Moraes determinou a prisão do ex-presidente para dar início ao cumprimento da condenação a 8 anos e 10 meses de prisão por corrupção passiva e la- vagem de dinheiro em um dos processos da Operação Lava Jato. Em seguida, os advogados entraram no STF um pedido de prisão domiciliar. Collor está preso no presídio Baldomero Cavalcanti de Oliveira, em Maceió. Por ser ex-presidente, ele cumpre a pena em uma ala especial. De acordo com os advogados, Collor tem 75 anos e possui diversas comorbidades, como doença de Parkinson, apneia do sono grave e transtorno afetivo bipolar. A pedido do ministro, os advogados entregaram laudos médicos para comprovar as doenças. Os documentos estão em segredo de Justiça. Em 2023, Collor foi condenado pelo STF. Conforme a condenação, o ex-presidente e ex-senador, como antigo dirigente do PTB, foi responsável por indicações políticas para a BR Distribuidora, empresa subsidiária da Petrobras, e recebeu R$ 20 milhões em vantagens indevidas em con- tratos da empresa. Segundo a denúncia, os crimes ocorreram entre 2010 e 2014. Ao determinar a prisão, Moraes entendeu que os recursos da defesa de Collor para derrubar a condenação são protelatórios para evitar a condenação. Na segunda-feira (28), por 6 votos a 4, a decisão foi re- ferendada pelo plenário virtual do STF. ■ CONDENAÇÃO Moraes pede parecer da PGR sobre prisão domiciliar para Collor O Brasil encerrou o mês de março com saldo positivo de 71.576 em- pregos com carteira assinada. O balanço é do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), divulgado nesta quarta-feira (30) pelo Ministério do Trabalho e Emprego. O resultado decorreu de 2.234.662 admissões e de 2.163.086 desligamen- tos. Em março do ano passado, o saldo positivo foi de 244.315 empregos. Segundo o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, a diferença pode ser explicada pelo fato de o carnaval deste ano ter caído em março, em vez de ser em feve- reiro, como normalmente ocorre. No acumulado do ano (janeiro/2025 a março/2025), o saldo foi de 654.503 empregos, resultado de 7.138.587 ad- missões e 6.484.084 desligamentos. Segundo Marinho, os resultados do Caged de março são uma sinalização para a possibilidade de redução da taxa de juros no país. “De repente isso deixa o povo do Banco Central feliz, quem sabe eles pos- sam com isso tirar o pé do freio da con- tenção e liberar a economia para funcionar melhor. Está na hora de falar em parar de aumentar a taxa Selic e falar em reduzir a taxa Selic. Essa é a mensagem do mercado de trabalho”, disse. Setores Três dos cinco grandes grupamentos de atividades registraram saldos positivos emmarço e dois apresentaram saldo ne- gativo: Serviços (+52.459 postos) Construção (+21.946 postos) Indústria (+13.131 postos) Comércio (-10.310 postos) Agropecuária (-5.644 postos) Regiões No mês passado, quatro das cinco regiões brasileiras apresentaram saldos positivos e uma saldo teve negativo: Sudeste (+48.086 postos) Sul (+24.533 postos) Centro-Oeste (+6.962 postos) Norte (+5.170 postos) Nordeste (-13.199 postos) Das 27 unidades da Federação, 19 registraram saldos positivos. Perfil Entre os postos de trabalho gerados emmarço, 48.922 forampara as mulheres e 22.654 para os homens. A faixa etária com maior saldo positivo foi de 18 anos a 24 anos, com 77.902 postos. Desocupação Na manhã de hoje, o Instituto Brasi- leiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, que mostram que o Brasil fechou o pri- meiro trimestre de 2025 com taxa de desocupação de 7%. Esse patamar fica acima do registrado no trimestre anterior, encerrado em dezembro (6,2%), no en- tanto, é omenor para os meses de janeiro a março em toda a série histórica. ■ SALDO POSITIVO BRASIL REGISTROU 71,5 MIL POSTOS FORMAIS DE TRABALHO EM MARÇO V Foto/ Valter Campanato/Agência Brasil A Lei Aldir Blanc, criada na pandemia da Covid-19 para ajudar o setor cultural brasileiro, pode ganhar até R$ 3 bilhões em repasses anuais para Estados e Municípios. O PL Nº 363/2025, do deputado federal José Guimarães (PT-CE), foi aprovado na quarta-feira (23) em caráter de urgência na Câmara. A Lei prevê um repasse de R$ 15 bilhões ao setor cultural entre 2023 e 2027.

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