Diário do Amapá - 03/05/2025

| OPINIÃO | DIÁRIO DO AMAPÁ SÁBADO | 03 DE MAIO DE 2025 2 LUIZ MELO Diretor Superintendente ZIULANA MELO Diretora de Jornalismo Circulação simultânea em Macapá, Belém, Brasília e em todos os municípios do Amapá. Os conceitos emitidos em artigos e colunas são de responsabilidade dos seus autores e nem sempre refletem a opinião deste Jornal. Suas publicações são com o propósito de estimular o debate dos problemas amapaenses e do país. O Diário do Amapá busca levantar e fomentar debates que visem a solução dos problemas amapaenses e brasileiros, e também refletir as diversas tendências do pensamento das sociedades nacional e internacional. MÁRLIO MELO Diretor Administrativo DIÁRIODECOMUNICAÇÕES LTDA. C.N.P.J: 02.401.125/0001-59 Administração, Redação e Publicidade Avenida Coriolano Jucá, 456 - Centro CEP 68900-101 Macapá (AP) - Fone: 96-3223-7690 www.diariodoamapa.com.br COMPROMISSOCOMANOTÍCIA N o dia 22 de março, é celebrado o Dia Mundial da Água, e, para tratarmos desse tema tão essencial em nossas vidas, é necessário, pri- meiramente, fazer uma breve contextualização de como essa substância química se encontra no Brasil e no resto domundo. Segundo aONU, somente 2,5% da água do nosso planeta é doce, e menos de 1% está disponível para o consumo humano. Alémdisso, o levantamento aponta que aproximadamente 2 bilhões de pessoas vivem empaíses com alto estresse hídrico, e, até o ano de 2050, cerca de 5 bilhões de pessoas enfrentarão problemas com a escassez de água. Com esses fatos emmente, torna-se fundamental buscar soluções para essa problemática, que afeta diretamente as nossas vidas. Os dados mostram que 12% da água doce superficial do planeta estão em território brasileiro, especificamente naAmazônia. Isso demonstra que grande parte da água mais importante está concentrada, em sua maioria, na região Norte do país. Enquanto isso, no Nordeste, muitas pessoas sofrem com a escassez crônica desse recurso. No entanto, é importante ressaltar que essa si- tuação é consequência direta da má gestão dos recursos hídricos e da falta de infraestrutura adequada. Dessa forma, mesmo o Brasil sendo umpaís rico em recursos naturais, é necessário trabalhar para garantir que todos tenham acesso a algo que é essencial para a vida: a água. Outro levantamento preocupante, realizado pelo SistemaNacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), revelou que 35 milhões de brasileiros não têmacesso à água potável e quemais de 100milhões não possuem coleta de esgoto. O estudo também apontou que apenas 50% do esgoto gerado no país é tratado. Portanto, podemos concluir que os desafios emnosso país são complexos e exigemuma atenção especial do poder público no enfrentamento desses graves problemas, que afetamdiretamente apopulação. Ou seja, é principalmente por meio de políticas pú- blicas eficazes que poderemos lutar por melhorias no acesso à água potável para todos. Podemos citar, por exemplo, o importante trabalho das universidades e institutos federais em pesquisas sobre a água, rea- lizadas em parceria com outros órgãos públicos, como a EMBRAPA, que estuda técnicas de irrigação mais eficientes e tecnologias para a reutilização da água. A ONU estabeleceu o Objetivo de Desenvol- vimento Sustentável (ODS) 6, que visa garantir água potável e saneamento para todos até 2030. Além disso, aUNESCOdesenvolve pesquisas e ações voltadas para a conscientização global e a gestão sustentável da água. Essas medidas são essenciais para garantir um futuro sustentável para a humanidade, uma vez que essas organizações internacionais têm o poder de unir países em prol de um objetivo comum: lutar pelo bem-estar dos seres humanos que habitam o planeta. Nós, como cidadãos, devemos refletir e buscar conscientizar omaior número de pessoas possível sobre essa questão, que é de interesse global. Enfim, o Dia Mundial da Água deve ser mais do que uma data simbólica; deve se transformar em uma pauta prioritária para toda a sociedade, em todos os ambientes em que vivemos. Palestras, campanhas publicitárias e informativos devem ser promovidos para chamar a atenção para essa discussão tão importante. Não podemos esquecer, especialmente, da cobrança às autoridades governamentais, que devem investir em saneamento básico, pesquisas e unir forças na busca por alternativas que ajudem no uso correto e sustentável da água potável. O problema da água não é apenas uma questão nacional, mas sim um desafio mundial, que transcende fronteiras e é maior do que todos nós. ■ Outro levantamento preocupante, realizado pelo Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), revelou que 35 milhões de brasileiros não têm acesso à água potável e que mais de 100 milhões não possuem coleta de esgoto. O estudo também apontou que apenas 50% do esgoto gerado no país é tratado. Água: O Elixir da Vida que Merece Nossa MaiorAtenção NIRABRITO E-mail: dtlconsultoria@gmail.com Turismóloga e analista de negócios N o Brasil, o dia 24 de abril é marcado como o Dia Nacional da Língua Brasileira de Sinais (Libras). Esta data não é apenas uma comemoração, mas um chamado à reflexão e à ação em prol da inclusão da comunidade surda na sociedade e, em especial, nos ambientes religiosos. Em um país onde a fé e a espiritualidade desempenham um papel central na vida de milhões, é fun- damental que todas as pessoas, independentemente de sua capacidade auditiva, possam acessar e vivenciar a mensagem do evangelho. As igrejas evangélicas, reconhecidas por seu papel social e comunitário, têm se mobilizado para promover a inclusão dos surdos em seus cultos. Muitas dessas comunidades têm entendido que a inclusão não se resume apenas à tradução das mensagens em Libras, mas envolve uma reestruturação dos cultos, a formação de líderes e a criação de umambiente acolhedor que valorize todas as pessoas. Ao longo dos anos, diversas iniciativas têm surgido, e experiências bem- sucedidas demonstramque a inclusão é possível e necessária. Experiências inspi- radoras podem ser encontradas em Igrejas de todo Brasil. Elas se destacam pela decisão de implementar um programa de inclusão para surdos. Com a ajuda de intérpretes capacitados, essas igrejas não apenas traduzemo sermão, mas também realizamatividades e eventos voltados para a comunidade surda. Durante os cultos, os intérpretes de Libras tor- nam-se parte integrante do serviço, criando uma at- mosfera onde todos podem participar e se sentir in- cluídos. No Amapá, a situação é igualmente promissora. A Igreja Evangélica Assembleia de Deus, tem adotado práticas inclusivas que vão além da simples tradução. No Templo Bete Seã, por exemplo, aMissão Efatá (pa- lavra aramaica que significa “surdos ouçam”) é res- ponsável por todo o serviço de tradução e interação com as pessoas surdas no culto, além de promover a capacitação de voluntários para aprender Libras, in- corporar músicas em sinais, proporcionando uma ex- periência única de louvor e adoração. Essa iniciativa tem atraído não apenas surdos, mas também ouvintes que se interessam em aprender e se engajar com a co- munidade. O resultado é um culto vibrante, onde a linguagemde sinais se torna uma expressão de adoração e pertencimento. Essas experiências revelam que o trabalho de inclusão nas igrejas é viável e traz frutos significativos. No entanto, é preciso reconhecer que os desafios ainda sãomuitos. Umdos principais obstáculos é a resistência cultural que persiste em algumas comunidades. Há lí- deres que, por falta de informação ou medo do desco- nhecido, hesitam em adotar práticas inclusivas. O temor de que a inclusão dos surdos possa desviar a atenção da mensagem central do evangelho é um ponto frequentemente levantado. No entanto, é importante lembrar que a inclusão não diminui amensagem, mas a amplifica, permitindo quemais pessoas a ouçam e a vivam. Muitos surdos ainda têm dificuldade em acessar conteúdos religiosos devido à carência demateriais emLibras, o que dificulta sua compreensão e participação nas atividades da igreja. Para que a inclusão seja efetiva, é essencial que as igrejas se disponham a investir em recursos adequados. Dito isto, o Dia Nacional da Libras deve ser ummomento de celebração, mas também de conscientização. É uma oportunidade para que as comunidades religiosas reflitamsobre suas práticas, identifiquemáreas demelhoria e busquem maneiras de se tornaremmais agregadoras. A união de forças entre as igrejas, as organizações que trabalham em prol dos direitos dos surdos e a própria comunidade é fundamental para que essa transformação ocorra. Ao celebrar o Dia Nacional da Libras, é indispensável lembrar de que a inclusão é umchamado à ação, umconvite para engajar e transformar realidades. Em um mundo onde a diversidade é uma riqueza, a fé deve ser um elo que permite a conexão entre Deus e seus filhos. Que cada culto, cada oração e cada interação nas igrejas seja um testemunho de que, emDeus, todos têm voz, e que a linguagem do amor transcende qualquer barreira. ■ Outro desafio significativo é a formação de intérpretes qualificados. Embora algumas igrejas tenham conseguido formar equipes de intérpretes, muitas ainda enfrentam dificuldades em encontrar pessoas que possam assumir essa função. A falta de recursos e de programas de treinamento adequados limita o alcance do trabalho de inclusão. Além disso, a escassez de materiais adaptados e de recursos visuais nas atividades religiosas também representa um obstáculo. O silêncio que fala E-mail: drrodrigolimajunior@gmail.com . Teólogo, pedagogo e advogado RODRIGO LIMA JUNIOR

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