Diário do Amapá - 03/05/2025
ESPLANADA |OPINIÃO | DIÁRIO DO AMAPÁ SÁBADO | 03 DE MAIO DE 2025 5 ComWalmor Parente (DF), BethPaiva (RJ) eHenrique Barbosa (PE) E-mail: reportagem@colunaesplanada.com.br LEANDRO MAZZINI PODER , POLÍTICAEMERCADO Crianças no açaí Uma sombra paira sobre a COP30 e a proposta do Pará de tornar o açaí protagonista, pela capacidade de geração de renda na floresta com baixo impacto ambiental. É que o Governo ainda não anunciou solução para o problema do trabalho infantil. A questão é encarada como cultural quando deveria ser questão de honra colocar a criança na escola e oferecer alternativa tecnológica para colheita sem usar as mãos das crianças. Xô Malária O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, acompanha de perto alguns índices de saúde pública. O Brasil registrou redução de 28,6% de casos de malária entre janeiro e março de 2025 (25.473 casos), comparado ao mesmo período do ano anterior (34.807 registros). A malária afeta principalmente as áreas commaior vulnerabilidade social – 99% dos casos estão concentrados na Região Amazônica. Clima e negócios Poder do blocão O deputado Ricardo Barros (PP- PR), ex-líder dos governos FHC, Lula, Dilma Rousseff e Jair Bolsonaro, foi o maior beneficiado com a Federação União Progressista, que terá mais de R$ 1 bilhão de fundo partidário. Ele é o Tesoureiro Geral do Partido. O PP é a 2ª força política no Paraná, com seis deputados federais, sete estaduais e mais de 550 vereadores. Barros terá voz na indicação (ou será o indicado) para presidir o bloco. Máscara voltou Há tempos a Coluna vem alertando para o aumento significativo de casos da Covid-19. Na última sexta (25) a cidade de São Gabriel da Cachoeira (AM) voltou a exigir o uso de máscaras nos rostos em locais fechados pelo Decreto 07/2025. Até a publicação do decreto o município havia registrado 897 casos suspeitos com 378 diagnósticos positivos. As aulas na rede municipal também estão suspensas até 5 de maio. Peruanos revoltados Parlamentares peruanos organizamviagem ao Brasil para discutir eventuais ações que permitam a extradição de Nadine Heredia, a ex-primeira-dama condenada por corrupção e asilada no País por decisão do presidente Lula da Silva. As tratativas já tiveram início entre deputados dos dois países. Além de considerarem uma afronta à Justiça de seu país, o grupo ficou revoltado pelo fato de Lula enviar um jato do Governo para resgatá-la, com autorização da presidente Dina Boluaerte. Eles também queremmostrar como os tentáculos judiciais da Operação Lava Jato no Peru e em outros 14 países deram resultados – com políticos e empresários corruptos condenados e presos – ao contrário do Brasil, onde delatores confessos, com provas, tiveram condenações anuladas por decisões monocráticas de ministros do STF. Uma missão brasileira a Lima também não está descartada. Deputados e senadores esperam também pela boa vontade do chanceler Mauro Vieira de comparecer ao Congresso para prestar esclarecimentos. O episódio de intromissão do Brasil causou mal- estar no corpo diplomático de dezenas de países. Q uando o estado de calamidade pública foi decretado em todo o Rio Grande do Sul, no dia 1º de maio de 2024, há exatamente umano, completado nesta quin- ta-feira (1º), a dimensão de uma tragédia já estava desenhada. Até aquele momento, mais de 130 municípios contabili- zavam prejuízos e o número de mortos e desaparecidos não parava de crescer. A situação ainda escalaria ao nível de uma catástrofe ambiental nos dias posteriores, como resultado de um volume de chuvas sem precedentes. Um estudo divulgado pela Agência Nacional de Águas e Esgoto (ANA) nesta semana, produzido por um comitê de cientistas, concluiu que aquelas foram as piores enchentes da história do estado. Ao todo, as inundações impactaram 478 das 497 cidades gaúchas, afetando diretamente cerca 2,4milhões de habitantes. Onúmero de vítimas fatais chegou a 184, alémde 806 feridos e 25 pessoas até hoje dadas como desaparecidas. As cenas de cidades submersas em água chamou atenção do mundo in- teiro. Quase 200mil pessoas ficaramdesalojadas ou desabrigadas, e uma verdadeira operação de guerra foi deflagrada pelos go- vernos locais e nacional, mobilizando forças de resgate de di- ferentes estados, que contaram com o apoio abnegado de milhares de voluntários também vindos de todas regiões o país, e uma rede gigantesca de doações. No pico da emergência, o estado chegou a registrar 81,2 mil pessoas acolhidas em abrigos, sem contar famílias que improvisaram abrigos onde podiam. Enfrentamento à calamidade Ainda no auge da crise, a reportagem da Agência Brasil percorreu algumas das regiões afetadas, documentando os impactos no comércio e nas comunidades mais vulneráveis, incluindo aquelas populações historicamente invisibilizadas. O poder público uniu esforços para tentar lidar com o caos. A suspensão da cobrança da dívida do Rio Grande do Sul com a União e a instituição de um auxílio emergencial de R$ 5,4 mil, que foi pago a 420 mil famílias, ajudaram a conter um cenário socioeconômico ainda mais grave. ■ RECUPERAÇÃO Um ano após as cheias no RS: do caos à lenta reconstrução E ntre 1º de janeiro e 30 de abril, o estado do Amazonas registrou 63 notificações de mpox, sendo 33 casos confirmados e 29 descartados. A Secretaria de Saúde do Amazonas in- formou que, até o momento, não há re- gistro de óbito causado pelo vírus. Em nota, o órgão reforçou que pes- soas que apresentarem sintomas sus- peitos, incluindo febre, lesões na pele ou cansaço extremo, devem procurar atendimento médico em uma unidade básica de saúde (UBS), além de seguir orientações de isolamento. As orientações indicadas pela pasta para reduzir o risco de infecção são: Evitar contato direto com lesões de pele, erupções cutâneas, crostas ou flui- dos corporais de pessoas infectadas; Lavar as mãos frequentemente com água e sabão ou utilizar álcool em gel, especialmente após tocar superf ícies compartilhadas ou estar em locais pú- blicos; Praticar sexo seguro, utilizando pre- servativo, e estar atento a sinais suspeitos em si mesmo ou no(a) parceiro(a); Manter a etiqueta respiratória, co- brindo a boca e o nariz ao tossir ou es- pirrar, para evitar a disseminação de partículas virais; Usar máscaras de proteção respira- tória em ambientes com alta probabili- dade de transmissão, como locais fe- chados e mal ventilados; Manter a higiene pessoal de forma rigorosa, garantindo a limpeza adequada do corpo e objetos de uso pessoal. No Pará, de 1º de janeiro à 23 de abril, foram confirmados 19 casos de mpox, sendo 14 apenas na capital, Belém. As demais infecções foram confirmadas nos municípios de Ananindeua e Mari- tuba, além de um caso importado de outro estado. Também em comunicado, a Secre- taria de Saúde do Pará nega surto no estado e destaca alinhamento e com- prometimento para fortalecer medidas de prevenção, diagnóstico e tratamento da doença. “É fundamental que os profissionais dos municípios estejam atentos com os fluxos de notificação e diagnóstico que já estão bem estabelecidos pela secre- taria, que segue as diretrizes do Minis- tério da Saúde para que a doença não se propague.” Nova cepa Em março, o Ministério da Saúde confirmou o primeiro caso de infecção pela cepa 1b da mpox no Brasil. A pa- ciente, uma mulher de 29 anos que mora na região metropolitana de São Paulo, teve contato com um familiar que esteve na República Democrática do Congo, país que enfrenta surto da doença. Em nota, o ministério informou que o caso no Brasil foi confirmado labora- torialmente, por meio da realização de sequenciamento para caracterizar o agente infeccioso. O exame permitiu a obtenção do genoma completo que, se- gundo a pasta, é muito próximo aos de casos detectados em outros países. “Até o presente momento, não foram identificados casos secundários. A equipe de vigilância municipal mantém o ras- treamento de possíveis contatos”, des- tacou o comunicado. ■ INFECÇÃO REGIÃO NORTE DO BRASIL REGISTRA CASOS DE MPOX V Foto/ Reuters/Dado Ruvic A 2ª edição da Brazil Climate Investment Week, maior e principal evento especializado em investimentos e soluções para o clima e a natureza no Brasil, será realizada de 5 a 7 de junho em São Paulo. O encontro é organizado pela Converge Capital e pela Capital for Climate. O evento reunirá os principais empresários e investidores do mercado financeiro e deve movimentar US$ 5 bilhões em projetos para agenda climática.
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