Diário do Amapá - 06/05/2025
| OPINIÃO | DIÁRIO DO AMAPÁ TERÇA-FEIRA | 06 DE MAIO DE 2025 2 LUIZ MELO Diretor Superintendente ZIULANA MELO Diretora de Jornalismo Circulação simultânea em Macapá, Belém, Brasília e em todos os municípios do Amapá. Os conceitos emitidos em artigos e colunas são de responsabilidade dos seus autores e nem sempre refletem a opinião deste Jornal. Suas publicações são com o propósito de estimular o debate dos problemas amapaenses e do país. O Diário do Amapá busca levantar e fomentar debates que visem a solução dos problemas amapaenses e brasileiros, e também refletir as diversas tendências do pensamento das sociedades nacional e internacional. MÁRLIO MELO Diretor Administrativo DIÁRIODECOMUNICAÇÕES LTDA. C.N.P.J: 02.401.125/0001-59 Administração, Redação e Publicidade Avenida Coriolano Jucá, 456 - Centro CEP 68900-101 Macapá (AP) - Fone: 96-3223-7690 www.diariodoamapa.com.br COMPROMISSOCOMANOTÍCIA R ecente notícia abalou omercado de cannabis medicinal brasileiro: a Agência Nacional deVigilância Sanitária (Anvisa) proibiu expressamente a importação de cannabis in natura, bem como flores e partes da planta, para uso pessoal e medicinal. A medida recente frustra pacientes e empresas intermediadoras, que enxergam retrocesso na luta pelo acesso à cannabis medicinal no Brasil. A medida foi oficializada na Nota Técnica (NT) 35/2023, publicada no último dia 19 de julho, que esclarece que a agência reguladora considera que a regulamentação atual dos produtos de cannabis no Brasil não inclui a permissão de uso de partes da planta, mesmo após o processo de estabilização e secagem ou mesmo nas formas rasuradas, trituradas ou pulverizadas. Sim, existem médicos e pacientes que lançam mão da forma vaporizada de cannabis para tratar as mais diversas condições de saúde. Neste contexto, empresas intermediadoras, que representammarcas de cannabis de fora do país, passaram a oferecer a opção em seu cardápio/catálogo de importação direta para uso compas- sivo. Importante destacar que a Anvisa sempre permitiu que pacientes fizessem a importação direta, para uso próprio, de medicamentos não disponíveis no Brasil. Para isso era necessária receita e o laudo médico e uma autorização excepcional, individual, caso a caso. Tudo issoocorrenocampodousocompassivodemedicamentos chamados de órfãos. Uso compassivo vem de compaixão, empatia. Me- dicamentos órfãos são aqueles que não estão registrados perante a Anvisa no Brasil, mas que existem em algum lugar do mundo. São drogas lícitas, que servem para tratamento de doenças raras, ou seja, aquelas condições de saúde que atingem uma parcela muito pequena da população. Em outras palavras, são medicamentos que por seu alto custo, baixa demanda e alto grau de especialidade, não são encontrados nas farmácias e drogarias brasilei- ras. A recente nota técnica da Anvisa, entretanto, dispõe de uma regra de transição para conclusão dos processos que já estavam encaminhados. Qual seja: A partir do dia 20 de julho de 2023 não serão concedidas novas au- torizações para importação da plantaCannabis innatura, partes da planta ou flores. As autorizações já emitidas terão validade até dia 20 de setembro. Alémdisso, haverá um período de 60 dias para conclusão das importações que já estiverem em curso e/ou autorizadas. A discussão sobre o uso da cannabis para fins medi- cinais no país tem um roteiro de quase uma década. Em 2014, uma ação civil pública deu início ao longo processo de liberação da cannabis para uso medicinal no Brasil. Um movimento liderado por mães foi ganhando força, a partir da percepção científica de que medi- camentos derivados de cannabis eram responsáveis pela melhora expressiva de quadros de saúde graves e incapacitantes de crianças. A primeira decisão judicial favorável, considerada como paradigma, foi embenef ício da paciente Anne Fischer, também no ano de 2014. Na ação coletiva de 2014, a 16ª Vara da Justiça Federal de Brasília determinou que a Anvisa incluísse as substâncias derivadas de cannabis na lista de drogas lícitas, permitidas para uso farmacêutico no país. Não somente o canabidiol, mas também o tetrahidrocanabinol (THC), hoje, está autorizado na lista da Portaria 344/98. A lista é o instrumento regulatório que, de um lado, permite o uso medicinal das substâncias, e de outro, orienta os órgãos de segurança pública sobre o que é considerado droga no Brasil. Cabe à Anvisa organizar e manejar a Portaria 344/98, orientando a atividade preventiva-repressiva do estado, no contexto da política nacional de drogas (Lei 11.343). Por exemplo, são autorizadas historicamente substâncias opioides, como a morfina, com alto potencial de causar dependência química e psíquica... ■ Anvisa versus cannabis medicinal: para não dizer que não falei das flores Em 2014, uma ação civil pública deu início ao longo processo de liberação da cannabis para uso medicinal no Brasil. Um movimento liderado por mães foi ganhando força, a partir da percepção científica de que medicamentos derivados de cannabis eram responsáveis pela melhora expressiva de quadros de saúde graves e incapacitantes de crianças. E-mail: caio@libris.com.br Advogada CLAUDIADE LUCCA A escolha de determinada cirurgia estética, em alguns casos, é feita de acordo com a tendência e padrão de cada época. Neste ano, há maior procura por redução e diminuição das mamas, que voltou à tona - movimento muito presente na década de 80, quando o padrão era mamas menores e mais proporcionais ao corpo. Diferente dos anos 90 e 2000, quando houve um número acentuado de procedi- mentos para colocar próteses de silicone consideravelmente grandes até 2010. Para as mulheres que realizaram o implante de silicone no passado e hoje desejam voltar com os seios naturais, o procedimento mais recomendável é o explante. A cirurgia é a retirada do silicone, feita normalmente na mesma incisão que foi inserida. "No momento de realizar o explante é necessário moldar a mama, já que ao ser retirada a prótese, a mama pode ter um formato não muito harmônico. Por isso, no momento do explante é verificado se o corpo da mulher e o organismo terão uma reestruturação natural ou se será necessário fazer uma mamoplastia juntamente com o explante", explica o médico cirurgião plástico, Professor da Uninove e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, Dr. Victor Cutait. Ele complementa que no caso de mamoplastia pode- se usar enxerto de gordura, se necessário, para corrigir alguma deformação. A partir disso, afirma que apenas um profissional cirurgião plástico certificado pode analisar a técnica e decidir o melhor resultado. Um dos motivos para o aumento das buscas por ex- plantes é que algumas mulheres se arrependem do silicone grande. "No passado, já houve o corpo tipo ‘Pa- nicat’ como padrão de beleza e hoje está em declínio, no momento em que, atualmente, o volume das próteses são mais naturais e proporcionais ao corpo das mulheres", analisa o cirurgião. Ele complementa que neste 2021, há buscas por próteses de todos os tamanhos e também explantes, di- ferentemente de uma década atrás, quando a procura era predominantemente por implantes. Além disso, outro motivo para a retirada do implante são os casos de contratura, que é uma inflamação na região mamária causada pela prótese. O problema é be- nigno e os sintomas são rigidez da prótese, podendo evoluir para deformação da mama e dores na região. O indicado é a retirada no início da inflamação e a solução é a troca do silicone ou retirada permanente. A contratura pode acontecer apenas de 1 a 3% das mulheres com prótese, e a possibilidade aumenta a partir de 10 anos com a mesma prótese. Outra complicação que pode aparecer é a Síndrome Asia, também conhecida como "doença do silicone", que é um conjunto de sintomas que incluem fadiga, dor nas juntas e muscular que podem se desenvolver por conta do implante. O médico alerta que a proporção de casos ainda é baixa: "Os principais casos ocorrem àquelas que têm uma predisposição alérgica ao componente do material presente no silicone ou doenças reumatológicas que desenvolvem ou agravam o problema quando colocam o implante", explica. Para evitar problemas e complicações por conta da prótese, o médico cirurgião plástico recomenda o acompanhamento com especialista e exames de mama a cada seis meses. Apesar da maior procura por explantes, segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, a cirurgia que predomina dentre as mulheres ainda é o implante de silicone. Com isso, o mais importante na cirurgia de mama é atender a vontade da mulher. "Não existe mais um padrão definido. Há pacientes que querem mama grande e destacadas, outras que preferem pequenas e discretas - o mais importante de tudo isso é que a mulher esteja feliz com o seu corpo, se aceite e se ame. Para isso serve a cirurgia plástica: devolver a confiança e a autoestima da mulher moderna", finaliza Cutait. ■ Explante de mama: Por que esse procedimento está em evidência O indicado é a retirada no início da inflamação e a solução é a troca do silicone ou retirada permanente. A contratura pode acontecer apenas de 1 a 3% das mulheres com prótese, e a possibilidade aumenta a partir de 10 anos com a mesma prótese. VICTOR CUTAIT E-mail: fernanda.ribeiro@digitaltrix.com.br Médico cirurgião
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