Diário do Amapá - 09/05/2025

| OPINIÃO | DIÁRIO DO AMAPÁ SEXTA-FEIRA | 09 DE MAIO DE 2025 2 LUIZ MELO Diretor Superintendente ZIULANA MELO Diretora de Jornalismo Circulação simultânea em Macapá, Belém, Brasília e em todos os municípios do Amapá. Os conceitos emitidos em artigos e colunas são de responsabilidade dos seus autores e nem sempre refletem a opinião deste Jornal. Suas publicações são com o propósito de estimular o debate dos problemas amapaenses e do país. O Diário do Amapá busca levantar e fomentar debates que visem a solução dos problemas amapaenses e brasileiros, e também refletir as diversas tendências do pensamento das sociedades nacional e internacional. MÁRLIO MELO Diretor Administrativo DIÁRIODECOMUNICAÇÕES LTDA. C.N.P.J: 02.401.125/0001-59 Administração, Redação e Publicidade Avenida Coriolano Jucá, 456 - Centro CEP 68900-101 Macapá (AP) - Fone: 96-3223-7690 www.diariodoamapa.com.br COMPROMISSOCOMANOTÍCIA F órum Econômico Mundial lançou uma nova iniciativa focada em Saúde Mental no Ambiente de Trabalho. O objetivo é compreender as práticas atuais implementadas por organizações para melhorar a saúde mental de seus colaboradores e avaliar como essas práticas be- neficiam tanto o funcionário quanto a empresa. A saúde mental, especialmente no ambiente de trabalho, ganha cada vez mais atenção no mundo corporativo. Em 2019, estimou-se que 15% dos adultos em idade ativa tinham algum transtorno mental. No mundo, cerca de 12 bilhões de dias de trabalho são perdidos anualmente devido à depressão e à ansiedade, com um custo de US$ 1 trilhão por ano em produtividade perdida. É preciso abordar a saúde mental dentro desse contexto organizacional. Muitas vezes, a gestão da saúde dos colaboradores é ineficiente e bastante limitada. A saúde mental de um indivíduo sofre influências diretas e indiretas de diversos fatores, como genética, histórico familiar, acesso à saúde, nutrição, estilo de vida, uso de substâncias, tipo de trabalho, mídias sociais, entre outros. Pode-se influenciar alguns desses fatores de risco, como estilo de vida e ambiente organiza- cional. Pode-se controlar algumas características do trabalho como cultura organizacional, carga de trabalho, autonomia, relacionamento entre colegas e liderança, reconhecimento e remune- ração. E ainda o estilo de liderança e a tolerância em relação a assédio moral e sexual, racismo e falta de diversidade e inclusão que também criam um ambiente ruim para a saúde mental. Práticas abusivas ou má gestão do estresse são fatores de risco, enquanto um ambiente de trabalho seguro, com estruturas adequadas, su- porte social e liderança saudável são fatores pro- tetores. É preciso acabar com o estigma que impede as pessoas de buscar ajuda, tanto em seus círculos de relacionamento mais próximos quanto com profissionais de saúde. E é preciso fornecer meios para que as pessoas acessem suporte especiali- zado. A Vale, uma das maiores mineradoras do mundo, fará parte da iniciativa do Fórum. A empresa criou o Programa Minas pela Mente, que visa promover a conscientização sobre o tema e iniciativas de cuidado, incluindo autoavaliação de saúde mental, diferentes formas de pedir ajuda e intervenção direta em situações críticas. Ela ainda tem dado atenção especial ao tema, com processos para abordar incapacidades laborais, especialmente aquelas relacionadas a distúrbios musculoesqueléticos e mentais. A empresa envolve todas as partes interessadas (gestores, profissionais de saúde ocupacional e RH), colocando o colaborador no centro, garantindo qualidade de vida e re- cuperação para cada indivíduo em tratamento médico. A saúde mental é um aspecto crucial que não deve ser negligenciado no mundo corporativo. É essencial reconhecer os desafios e fornecer os recursos necessários para o bem-estar mental dos colaboradores. As empresas devem observar e ajustar características do trabalho e estilos de liderança, promovendo um ambiente psicologicamente seguro que favoreça a saúde f ísica, social e comportamental dos funcionários. ■ Desafios da Saúde Mental nas Organizações Ela ainda tem dado atenção especial ao tema, com processos para abordar incapacidades laborais, especialmente aquelas relacionadas a distúrbios musculoesqueléticos e mentais. A empresa envolve todas as partes interessadas (gestores, profissionais de saúde ocupacional e RH), colocando o colaborador no centro. O lha, meus amigos, o Brasil conseguiu mais uma façanha digna de aplauso... de pé, mas de sarcasmo! A alta dos preços dos ali- mentos chegou a um ponto em que o cidadão sai de casa com o bolso cheio de dinheiro — e volta com um carrinho que mal enche a sacola da feira. E ainda tem que ouvir explicação econômica com gráfico colorido e nome em inglês! O povo não aguenta mais. E sabe o que mais me irrita? É ver que essa indignação toda é tratada como “volatilidade de mercado”. O arroz tá caro? Culpa do clima, da guerra na Ucrânia, da cotação do dólar, da crise no Mar Cáspio. É sempre a tal da “complexidade global”. Mas ninguém olha pra prateleira vazia do trabalhador. Ninguém desce do planalto pra sentir o drama de quem ganha R$ 1.412 por mês e vê a carne como um luxo de fim de ano. Ontem ouvi uma senhora na fila do caixa di- zendo: — "Moço, eu trouxe R$ 100 achando que ia fazer a feira da semana. Saí com pão, 1/2 kg de café, 20 ovos, farinha de trigo, extrato de tomate e alguns legumes. E ainda devo R$ 3,70 no fiado da quitanda." Não é piada, é rotina. É o Brasil real, aquele que não aparece nos discursos oficiais nem nas redes sociais dos engravatados. E sabe o que é mais revoltante? É ver super- mercado lotado de segurança e vazio de promo- ção. É o medo de roubo sendo maior que o medo da fome. Porque quando a fome aperta, a linha entre o certo e o errado começa a borrar. E o Estado? O Estado faz o quê? Solta pacote de bondade meia-boca, aumenta o teto do auxílio sem estruturar nada, faz barulho com medida provisória e não resolve o básico: o prato do brasileiro. O Brasil tem o solo mais fértil do planeta, colhe toneladas de alimento pra exportar, mas o brasileiro não come. O Brasil produz, mas não distribui. Cresce pra fora, encolhe por dentro. O povo não quer esmola, quer dignidade. Quer poder olhar uma peça de carne sem fazer conta mental. Quer botar fruta na lancheira do filho, arroz e feijão no prato, e quem sabe até um docinho de vez em quando, sem se sentir criminoso. O que a gente tá vivendo não é inflação, é humilhação. É o empobre- cimento silencioso de uma classe média que já virou baixa, e de uma classe baixa que hoje tá à margem de tudo — inclusive da paciência. Se não acordarem agora, vão acordar tarde demais. O povo sabe votar, sabe protestar e, mais cedo ou mais tarde, sabe cobrar. ■ O Carrinho Vazio e o Bolso Estourado O povo não quer esmola, quer dignidade. Quer poder olhar uma peça de carne sem fazer conta mental. Quer botar fruta na lancheira do filho, arroz e feijão no prato, e quem sabe até um docinho de vez em quando, sem se sentir criminoso. E-mail: gregogiojsimao@yahoo.com.br Radialista e estudante de Filosofia GREGÓRIOJOSÉ E-mail: mariosaturno@uol.com.br Tecnologista Sênior MARIO EUGENIO

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