Diário do Amapá - 10/05/2025

| OPINIÃO | DIÁRIO DO AMAPÁ SÁBADO | 10 DE MAIO DE 2025 2 LUIZ MELO Diretor Superintendente ZIULANA MELO Diretora de Jornalismo Circulação simultânea em Macapá, Belém, Brasília e em todos os municípios do Amapá. Os conceitos emitidos em artigos e colunas são de responsabilidade dos seus autores e nem sempre refletem a opinião deste Jornal. Suas publicações são com o propósito de estimular o debate dos problemas amapaenses e do país. O Diário do Amapá busca levantar e fomentar debates que visem a solução dos problemas amapaenses e brasileiros, e também refletir as diversas tendências do pensamento das sociedades nacional e internacional. MÁRLIO MELO Diretor Administrativo DIÁRIODECOMUNICAÇÕES LTDA. C.N.P.J: 02.401.125/0001-59 Administração, Redação e Publicidade Avenida Coriolano Jucá, 456 - Centro CEP 68900-101 Macapá (AP) - Fone: 96-3223-7690 www.diariodoamapa.com.br COMPROMISSOCOMANOTÍCIA E m um mundo que gira acelerado, onde as relações se tornam dígitos em telas frias, é fácil esquecer o calor do lar, o aconchego do abraço materno, a sabedoria que flui de uma voz que acalma. Mães, essas figuras centrais em nossas vidas, são frequentemente relegadas a um segundo plano, como se sua importância fosse um eco distante em meio ao tumulto da modernidade. No entanto, é imperativo resgatar essa essência, essa força que molda e sustenta a humanidade. No contexto judaico-cristão, a maternidade é frequentemente exaltada não apenas como um papel, mas como uma vocação divina. No Antigo Testamento, temos muitos exemplos, mas quero destacar a Raquel, que enfrentou a dor da infertilidade com coragem e fé. Sua luta para ter filhos é um testemunho do amor incondicional que as mães têm por seus filhos, um amor que transcende as dificuldades e se transforma em esperança. Raquel, ao dar à luz a José e Benjamim, não apenas trouxe vidas aomundo, mas também plantou as sementes de um futuro que se entrelaçaria com a história do povo hebreu. Assim, o valor de uma mãe se revela na capacidade de transformar dor em força, medo em esperança. Com o passar dos sé- culos, a figura materna se tornou um símbolo de re- sistência e amor. Em cada lar, a mãe é a guardiã das tradições, a transmissora de valores fundamentais. Em o Novo Testamento, Maria, mãe de Jesus, é o exemplomaior, a personificação desse amor. Sua acei- tação do chamado divino, mesmo diante de desafios imensos, reflete a entrega e a fé que devem guiar nossas vidas. Maria é um exemplo de força e devoção que ressoa em todas as mães, independentemente de suas crenças. Ao dizer “sim” ao anjo, ela não apenas aceitou sua missão, mas também nos legou uma lição eterna: a capacidade de amar e cuidar, mesmo nas circunstâncias mais adversas. Contudo, a sociedade contemporânea parece ter se distanciado desses valores. Em meio à correria do dia a dia, as interações se tornaram superficiais, e o papel da mãe, muitas vezes, é subestimado. Os lares se fragmentam, as famílias se desintegram, e o que deveria ser um espaço de acolhimento se transforma emumcampode batalha por atenção e reconhecimento. Avalorizaçãode sucessosmateriais eclipsa a importância do amor e da união familiar. A cultura do imediatismo faz com que o tempo dedicado à família seja visto como um luxo, e não como uma prioridade. Esse desprezo pelos valores familiares não é apenas uma perda pessoal, mas uma ameaça à própria essência da sociedade. Asmães, que são as primeiras educadoras, moldam o caráter das futuras gerações. Se não reco- nhecermos e valorizarmos seu papel, corremos o risco de perder a base que sustenta a convivência humana, pois, o amor e a família são os pilares que sustentam nosso ser. Nesse contexto, é vital resgatar o valor intrínseco das mães, não apenas em datas comemorativas, mas em nosso cotidiano. Precisamos criar ambientes onde a maternidade seja celebrada e respeitada, onde suas vozes sejam ouvidas e suas contribuições reconhecidas. A valorização da maternidade não deve ser apenas uma retórica, mas uma prática diária que envolve amor, respeito e apoio mútuo. Precisamos voltar nossos corações para dentro de casa, para as lições que muitas vezes são deixadas de lado na busca por reconhecimento exterior. A sabedoria materna, que vem acompanhada de amor e sacrif ício, é um tesouro que deve ser celebrado e transmitido. Que nesta data comemorativa, possamos nos lembrar que o amor de uma mãe é um farol que nos guia. Que possamos nos inspirar nas lições do passado e nas mães que nos cercam, lembrando que o amor, a dedicação e a fé de uma mãe são forças transformadoras que, se cultivadas, podem mudar o mundo, deixando um legado para as futuras gerações. ■ No final, o valor de uma mãe vai além do que as palavras podem expressar. Ele é sentido nas pequenas coisas — no sorriso que ilumina o dia, no conselho que muda o rumo da vida, na força que nos impulsiona a seguir em frente. Celebrar esse valor é um convite a todos nós para reconhecermos e honrarmos as mães, não apenas como figuras centrais de nossas histórias pessoais, mas como pilares da sociedade. Ovalor de uma mãe: um canto à vida e à fé E-mail: drrodrigolimajunior@gmail.com . Teólogo, pedagogo e advogado RODRIGO LIMA JUNIOR E stamos vivendo no Brasil uma epidemia de dependência em jogos de azar que está adoecendo a nossa população de forma alarmante. As promessas de dinheiro fácil e rápido seduzem as pessoas, fazendo com que depositem sua fé e apostem quantias cada vez maiores na esperança de ganhos que parecem "fáceis". No entanto, o sistema dopaminérgico do cérebro é profundamente afetado por esse vício, deixando as pessoas em um estado de dependência dif ícil de superar. No pós-pandemia, estamos en- frentando um cenário em que casas de apostas e plataformas online atingiram o auge de sua popularidade. As famosas "bets" e jogos como o "Tigrinho" tornaram-se parte do cotidiano de muitos brasileiros. A Organização Mundial da Saúde (OMS) já classifica o transtorno dos jogos de azar como uma doença, e estima-se que aproximadamente 3% da população mundial sofra com esse tipo de dependência. No Brasil, recentemente, jornais e sites de notícia divulgaram que pessoas que recebem benef ícios do governo estão utilizando esses recursos para fazer apostas. Esse fato evidencia que chegamos a um es- tágio gravíssimo de dependência em território na- cional. Além disso, os jogos de azar estão presentes em todos os lugares: nas mídias sociais, na televisão e em propagandas pelas ruas, tornando-se quase impossível escapar de seu alcance. Diante desse cenário, é essencial adotar medidas eficazes para combater essa dependência, que afeta não apenas a saúde mental da população, mas tam- bém a economia do país de forma significativa. Uma pesquisa encomendada pela Associação Bra- sileira de Apostadores Online (ABRAPEL) ao Da- tafolha revelou que mais de 30 milhões de brasileiros já fizeram algum tipo de aposta online. Esse número reflete a dimensão do problema, que se espalha por escolas, universidades, empresas e outros ambientes, onde as plataformas de apostas prometem "milagres financeiros". Em casos mais extremos, essas pro- messas ilusórias levam as pessoas a perderem seus patrimônios, como carros, casas e outros bens. Em São Paulo, o Ambulatório de Jogo Patológico (AMJO), uma instituição pública vinculada ao Hos- pital das Clínicas, oferece tratamento especializado para o vício em jogos de azar. Além disso, existem grupos de apoio, como os Jogadores Anônimos (JA), que promovem o diálogo e o compartilhamento de experiências para ajudar as pessoas a se afastarem da dependência. No entanto, essas iniciativas ainda são insuficientes diante da magnitude do problema. Infelizmente, as autoridades governamentais não têm fiscalizado ade- quadamente esse setor, e, de certa forma, há até um incentivo indireto a essas práticas no país. A falta de conscientização e de políticas públicas eficientes faz com que pessoas mais vulneráveis, muitas vezes sem acesso à informação, caiam nessas armadilhas digitais. Por isso, é nossa missão trabalhar para alertar as futuras gerações sobre os riscos do vício em jogos de azar, ao mesmo tempo em que buscamos criar ambientes mais saudáveis por meio de medidas eficazes de prevenção e combate. Diante dessa realidade, é fundamental que governantes e a mídia atuem em conjunto para conscientizar a população sobre os malef ícios dos jogos de azar. Essa conscientização pode ajudar as pessoas a reconhecerem seus comportamentos impulsivos e a buscarem tratamento adequado, com apoio psicológico, na luta contra essa dependência que tanto prejudica vidas e fa- mílias. ■ Em São Paulo, o Ambulatório de Jogo Patológico (AMJO), uma instituição pública vinculada ao Hospital das Clínicas, oferece tratamento especializado para o vício em jogos de azar. Além disso, existem grupos de apoio, como os Jogadores Anônimos (JA), que promovem o diálogo e o compartilhamento de experiências para ajudar as pessoas a se afastarem da dependência. O abuso de jogos de azar está nos destruindo NIRABRITO E-mail: dtlconsultoria@gmail.com Turismóloga e analista de negócios

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