Diário do Amapá - 17/05/2025

| OPINIÃO | DIÁRIO DO AMAPÁ SÁBADO | 17 DE MAIO DE 2025 2 LUIZ MELO Diretor Superintendente ZIULANA MELO Diretora de Jornalismo Circulação simultânea em Macapá, Belém, Brasília e em todos os municípios do Amapá. Os conceitos emitidos em artigos e colunas são de responsabilidade dos seus autores e nem sempre refletem a opinião deste Jornal. Suas publicações são com o propósito de estimular o debate dos problemas amapaenses e do país. O Diário do Amapá busca levantar e fomentar debates que visem a solução dos problemas amapaenses e brasileiros, e também refletir as diversas tendências do pensamento das sociedades nacional e internacional. MÁRLIO MELO Diretor Administrativo DIÁRIODECOMUNICAÇÕES LTDA. C.N.P.J: 02.401.125/0001-59 Administração, Redação e Publicidade Avenida Coriolano Jucá, 456 - Centro CEP 68900-101 Macapá (AP) - Fone: 96-3223-7690 www.diariodoamapa.com.br COMPROMISSOCOMANOTÍCIA N os últimos anos, uma nova tendência tem chamado a atenção no Brasil: os bebês reborn, bonecos hiper-realistas que imitam a aparência de um recém-nascido. Esses bonecos, feitos com silicone e cada vez mais sofisticados, têmconquistado o coração demuitos, especialmente de adultos que buscamuma experiência emocional intensa. Amania dos bebês reborn, que já se espalhou por diversas partes domundo, chegou ao Brasil comuma força impres- sionante, gerando debates sobre suas implicações no campo das relações humanas e na saúde emocional. Os bebês reborn são mais do que simples brinquedos; eles oferecem uma ex- periência sensorial e emocional comum forte apelo realista. Paramuitas pessoas, especialmente aquelas que enfrentam solidão, luto ou dificuldades emocionais, esses bonecos se tornamcompanheiros valiosos. Para algumasmães que perderam seus filhos, a busca pela interação com um reborn, se torna uma forma de lidar com a dor da perda, preenchendo um vazio emocional que é dif ícil de enfrentar. Entretanto, essa nova mania não é isenta de controvérsias. Psicólogos e espe- cialistas em saúde mental, levantam questões sobre os efeitos que esses bonecos podem ter nas relações interpessoais. Alertamque a dependência emocional dos bebês rebornpode levar a umafastamentodas conexões humanas reais, criando umciclo de isolamento. Infor- mam, que a prática de tratar esses bonecos como se fossem seres vivos pode, emúltima análise, dificultar a habilidade de lidar com a realidade e as relações inter- pessoais. Para alguns, a fuga para omundo dos reborn pode servir como ummecanismo de defesa, evitando a dor da interação social e das responsabilidades emo- cionais que vêm com ela. Além disso, a mania dos bebês reborn também le- vanta questões sobre a percepção damaternidade e da paternidade. Muitos dos colecionadores e cuidadores de reborns são mulheres que, por diferentes razões, podemnão ter filhos ou podem ter enfrentado dificul- dades em sua maternidade. A presença desses bebês de silicone pode ser uma forma de reimaginar a expe- riênciamaterna, mas tambémpode refletir uma tensão social em relação às expectativas sobre o que significa ser mãe ou pai. Essa nova realidade, que alguns já chamam de “nova maternidade”, embora possa oferecer uma saída para alguns, também pode provocar sentimentos de inadequação e comparação em relação a aqueles que têm filhos biológicos. A questão da saúde emocional se torna ainda mais complexa quando se considera a diferença entre o afetoqueumrebornpodeproporcionar e a experiência emocional que um ser humano real pode oferecer. A interação com um bebê de silicone pode trazer certo conforto, mas, a falta de reciprocidade emocional e a ausência de uma conexão genuína podem exacerbar a solidão. Outra questão que vem sendo avaliada é que apesar da adoção de um reborn ser uma forma de evitar a dor da rejeição e da perda, essa medida pode ser contraproducente, levando a uma maior dificuldade em desenvolver relacionamentos saudáveis e autênticos comoutras pessoas. Enquanto a popularidade dos bebês reborn continua a crescer, é fundamental que tanto os entusiastas quanto os críticos da prática reflitam sobre suas implicações. A mania pode ser uma forma de acolhimento e carinho, mas também pode ser uma armadilha emocional que dificulta a formação de laços humanos significativos. Essa necessidade de afeto e a busca por validação emocional revelamuma so- ciedade que está perdida, tentando encontrar um equilíbrio saudável entre a realidade e suas próprias construções emocionais. Assim, a mania dos bebês reborn nos convida a olhar para dentro de nós mesmos e a questionar o que realmente buscamos nas nossas interações. É um lembrete de que, embora o carinho e o afeto sejam essenciais, a verdadeira conexão humana, com todas as suas complexidades e desafios, é insubstituível. Afinal, o amor mais profundo e verdadeiro não pode ser encontrado em um boneco, mas na fragilidade e na beleza das relações reais que construímos ao longo da vida. ■ Este fenômeno também reflete uma sociedade que, em muitos aspectos, está se distanciando das conexões humanas, pois, a tecnologia, as redes sociais e a cultura do consumo criaram um ambiente onde muitos buscam gratificação instantânea e experiências superficiais. Os bebês reborn, nesse contexto, podem ser vistos como uma forma de buscar conexão em um mundo que parece cada vez mais fragmentado. Bebês Reborn: entre o afeto e a realidade E-mail: drrodrigolimajunior@gmail.com . Teólogo, pedagogo e advogado RODRIGO LIMA JUNIOR O Dia do Gari é comemorado em 16 de maio em todo o Brasil. Uma data tão importante como essa merece devida atenção, princi- palmente pelo fato de os profissionais da limpeza urbana serem invisibilizados por exercerem uma tarefa que é vista como “inferior” por muitas pessoas, que não conseguem reconhecer a importância e enxergar o valor que esses cidadãos representam em nossas vidas. Os profissionais da limpeza pública são responsáveis pela organização e limpeza das ruas, avenidas, praças, parques e demais locais públicos. Suas funções incluem também a correta coleta de resíduos, reciclagem, limpeza de bueiros, manutenção de diversas áreas públicas para que tudo fique em perfeita harmonia e a limpeza pós-eventos e desastres. Uma pesquisa conduzida pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), que entrevistou 1.851 coletores de lixo, varredores, auxiliares de limpeza e jardineiros, indicou que 1 a cada 4 profissionais do ramo da limpeza já sofreu discriminação. Inclusive, muitos relataram que nem pelo nome são chamados, e isso mostra um extremo preconceito social para com essas pessoas batalhadoras, que são iguais a qualquer outra pessoa. A pesquisa mostrou que 42% desses pro- fissionais sofreram discriminação, seja em seu local de trabalho ou em outros ambientes, quando revelam com o que trabalham. Mas, mesmo com todos esses desafios árduos diários e com a igno- rância das pessoas, esse levantamento mostrou que esses trabalhadores possuem orgulho de es- tarem fazendo a diferença no mundo e ajudarem na construção de um mundo cada vez melhor. O trabalho dos garis é essencial para a saúde pública, pois evita a contaminação do meio am- biente e a proliferação de doenças por toda a cidade. O lixo acumulado nas ruas iria gerar um caos em todas as demais áreas, especialmente na saúde pública, que sofreria de forma mais severa os impactos da ausência de garis. Devemos colocar no imaginário das pessoas que necessitamos va- lorizar e respeitar todos esses profissionais, que estão diariamente se sacrificando para garantir uma sociedade mais desenvolvida. Precisamos entender que todas as profissões possuem seu valor e nenhuma é melhor do que outra, mas sim que existem graus de urgência (por isso que garis, enfermeiros, bombeiros, professores, médicos e policiais são as profissões consideradas essenciais para que a sociedade funcione de forma equilibrada). As ações de enfrentamento à discriminação e de valorização desses trabalhadores devem partir, primeiramente, das nossas autoridades go- vernamentais e, depois, da sociedade em geral, que deve unir forças para que tudo possa funcionar. Tudo isso pode ser realizado de forma eficiente, e precisamos listar quais as melhores maneiras de obter êxito nessa tarefa de buscar a correta valorização dos profissionais da limpeza urbana. Projetos devem ser feitos e votados pelos representantes do povo, para que os garis recebam valorização salarial e respeito social. Com esses projetos aprovados, o poder das redes sociais e da mídia é essencial para que debates possam ser promovidos, palestras sejam realizadas e ações sejam feitas, visando mostrar a todos que o papel dos garis é de grande relevância. Enfim, faça você a diferença e busque cons- cientizar as pessoas ao seu redor sobre esse tema tão importante para o nosso país, que enfrenta muita desigualdade. ■ As ações de enfrentamento à discriminação e de valorização desses trabalhadores devem partir, primeiramente, das nossas autoridades governamentais e, depois, da sociedade em geral, que deve unir forças para que tudo possa funcionar. Tudo isso pode ser realizado de forma eficiente, e precisamos listar quais as melhores maneiras de obter êxito nessa tarefa de buscar a correta valorização dos profissionais da limpeza urbana. Dia do gari NIRABRITO E-mail: dtlconsultoria@gmail.com Turismóloga e analista de negócios

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