Diário do Amapá - 22/05/2025

| OPINIÃO | DIÁRIO DO AMAPÁ QUINTA-FEIRA | 22 DE MAIO DE 2025 2 LUIZ MELO Diretor Superintendente ZIULANA MELO Diretora de Jornalismo Circulação simultânea em Macapá, Belém, Brasília e em todos os municípios do Amapá. Os conceitos emitidos em artigos e colunas são de responsabilidade dos seus autores e nem sempre refletem a opinião deste Jornal. Suas publicações são com o propósito de estimular o debate dos problemas amapaenses e do país. O Diário do Amapá busca levantar e fomentar debates que visem a solução dos problemas amapaenses e brasileiros, e também refletir as diversas tendências do pensamento das sociedades nacional e internacional. MÁRLIO MELO Diretor Administrativo DIÁRIODECOMUNICAÇÕES LTDA. C.N.P.J: 02.401.125/0001-59 Administração, Redação e Publicidade Avenida Coriolano Jucá, 456 - Centro CEP 68900-101 Macapá (AP) - Fone: 96-3223-7690 www.diariodoamapa.com.br COMPROMISSOCOMANOTÍCIA O Brasil utilizou neste ano uma área plantada de 77 milhões de hectares e tem uma área degradada de quase o dobro, 140 milhões de hectares. Podemos triplicar a área utilizada para o plantio sem a necessidade de desmatar, podemos zerar o desmatamento hoje. Desde criança, lá nos anos 1970, escuto dizer que o Brasil tem a maior área agriculturável do planeta, será? Em novembro de 2017, Agência Espacial Norte-Americana (NASA) publicou o mapeamento e o cálculo das áreas cultivadas do Planeta, excluindo áreas de exploração e plantio florestal e de reflorestamento. Foi utilizado o satélite Landsat 8, ou seja, um método à prova das informações providas por governos. O mundo tinha 1,87 bilhão de hectares de lavouras. A população mundial estava em 7,6 bilhões em 2017. Cada hectare, em média, ali- mentaria quatro pessoas. Mas, a produtividade varia muito, em função de solos, clima, tecnologia empregada e tipo e qualidade dos cultivos pro- duzidos. Disso decorrem grandes diferenças entre os desempenhos agrícolas dos países. Vemos isso também no Brasil, temos a Embrapa e outros institutos, podemos resolver rapida- mente. As maiores extensões cultivadas estavam na Índia, 179,8 milhões de hectares, nos Estados Unidos, 167,8 Mha, na China, 165,2 Mha e na Rússia, 155,8 Mha, estes quatro países totalizam 36% da área cultivada do Planeta. O Brasil vinha em seguida (64 milhões de hectares naquele ano), ocupa o quinto lugar, seguido por Canadá, Argentina, Indonésia, Austrália e México. As áreas desses países representam as seguintes porcentagens do total cultivado no Planeta: Índia, 9,60%; EUA, 8,96%; China, 8,82%; Rússia, 8,32%; Brasil, 3,42%; totaliza-se, com estes valores, quase 40%. Se o Brasil recuperar as áreas degradadas, seremos o primeiro, respondendo minha per- gunta. De acordo com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), a área terrestre no mundo adequada para a agri- cultura, incluindo pecuária, em uso e potencial, compreende cerca de 3 bilhões de hectares. Entretanto, atualmente, mais de 1,5 bilhão de hectares de terras são usadas para a produção agrícola no mundo. A Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) temmuitos projetos para recuperação de solos em cada bioma brasileiro. Por exemplo, para disseminação nas Áreas de Proteção Permanente, inclui até mesmo a goiabeira, embora não seja nativa, ela estimula a revegetação natural, porque atrai muitas aves, que trazem sementes, funcionando como plan- ta- núcleo de pequenos capões iniciais, definhando depois, sob sombrea- mento. Outra planta interessante é a crotalária, leguminosa de rápido crescimento, que tem sido utilizada para adubação verde. Ela é excelente no controle dos nematóides do solo (pequenas larvas que atacam as plantas) e na fixação biológica de nitrogênio (400 kg por hectare), reduzindo a necessidade de aplicação de fertilizantes nitro- genados. A crotalária é uma boa alternativa para a renovação de ca- naviais, pois pode ser cultivada entre os meses de outubro a março, beneficiando o canavial que será posteriormente replantado. ■ Por uma agricultura melhor Outra planta interessante é a crotalária, leguminosa de rápido crescimento, que tem sido utilizada para adubação verde. Ela é excelente no controle dos nematóides do solo (pequenas larvas que atacam as plantas) e na fixação biológica de nitrogênio (400 kg por hectare), reduzindo a necessidade de aplicação de fertilizantes nitrogenados. E-mail: mariosaturno@uol.com.br Tecnologista Sênior MARIO EUGENIO N ão sou filósofo. Essa é a premissa maior do pequeno texto que segue. Contudo, ao observar o modo de vida da grande maioria deles, pontuaria algumas características que superam o simples fato de pensar a vida e os elementos por eles observados independente da corrente ou linha de pensamento. O viés da sempre e firme indagação de um fenômeno e a paixão por descortinar o que ali se esconde, acabam por endereçar às suas próprias vidas uma especial maneira de viver, a vida dita vivida. Essa especial maneira de viver - e diga-se que a expressão “a vida vivida” pode ou não significar a melhor das vidas -, em certa medida, acaba por se revelar em dois aspectos largos ao menos, bastante significativos, a saber: a convivência do filósofo com ele próprio e a sua convivência com a sociedade. Começando pelo segundo aspecto, inerente a convivência do filósofo com a sociedade, aparentemente, o desdobramento se dá pela necessidade de conviver muitas vezes como que é diametralmente oposto ao exercício desempenhado pelo filósofo. Por que? Isso se dá pois em regra a filosofia ao abrir espaço para o conhecimento justamente dessa relação e seus desdobramentos, com observância de correntes de pensamento e de formas de pensar desde a mitologia grega dos Jônios, passando por Platão, Aristóteles, Sócrates até Martin Heidegger e Hannah Arendt, para citar alguns pensadores apenas, permite a esses estudiosos a avaliação cri- teriosa (como deve ser a filosofia) comprofundidade dos exemplos passados os trazendo para o presente e porque não imaginando o futuro pelo ciclo que teima em se repetir, ao menos nas estruturas de po- der. Entre os diversos espaços que habitam os pen- samentos desses filósofos, como o reconhecimento do homem e suas experiências existenciais, a ob- servação das consequências das organizações de Estado, as estruturações do tecido social, a existência ou não do divino, as aporias, entre outros tantos, unindo isso em espaço e tempo commáxima fideli- dade a historicidade, procurando por vezes se colocar no lugar do outro que escreveu para tentar sentir o regozijo ou a angústia daquele momento os fazem pessoas diferentes. E aqui, seria importante deixar claro, que todas as pessoas são diferentes, e a diferença que citamos se localiza e tem como objeto central o liame da busca pelo conhecimento e (re)conhecimento de si que cada filósofo possui. Noutras palavras, através de experiências de narrativas lidas com profundidade e realmente estudadas, essas mesmas nar- rativas como que num processo de “osmose intelectual” (me perdoem a ex- pressão) acabam de certa maneira perpassando da consciência filosófica para a vivência do próprio filósofo. Se verdade é que o conhecimento liberta, no campo da filosofia ele parece libertar vezes dois. Isso se dá, principalmente, na minha ótica, pela já citada caminhada na contramão domundo. De toda essa experiência de compreensão buscada pelo filósofo, acaba por lhe ser incrustado inúmeras formas de agir, algumas vezes sedimentadas em valores absorvidos ao longo da vida. Referidos valores somados aos profundos estudos, acabam por diversas vezes revelando uma antevisão através de sinais dados pela sociedade e principalmente pelo Estado do que está por vir, e noutras oportunidades a certeza do conflito direto entre os valores ou sentido da vida estabelecido a fórceps para a sociedade, que destoa em gênero, número e grau daquilo já absorvido ou apreendido, para melhor dizer, pelo filósofo. ■ Por que filósofos se distanciam da vida vivendo? Aqui reside o ponto alto, a quase absoluta certeza (com perdão da expressão que nada tem de filosófica, pelo contrário, é para ser criticada mesmo) do que se quer alcançar pelo conhecimento, cria num só tempo algumas consequências: a primeira, seria a repugnância da maioria pela opção de discordar... E-mail: caio@libris.com.br Advogado RICARDO PEREIRA

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