Diário do Amapá - 30/05/2025

ESPLANADA |OPINIÃO | DIÁRIO DO AMAPÁ SEXTA-FEIRA | 30 DE MAIO DE 2025 5 ComWalmor Parente (DF), BethPaiva (RJ) eHenrique Barbosa (PE) E-mail: reportagem@colunaesplanada.com.br LEANDRO MAZZINI PODER , POLÍTICAEMERCADO Otoni e Marçal O deputado Otoni de Paula surpreendeu o cenário fluminense ontem e lançou sua pré- candidatura ao Senado pelo PRTB. Ele se reuniu com o presidente do partido, Leonardo Avalanche, e adivinhem quem reapareceu nas articulações? O ex-candidato a prefeito de SP Pablo Marçal, filiado ao PRTB. Avalanche articulava em sigilo e diz que o projeto representa um movimento estratégico para consolidar o partido no Rio. Cadeado O presidente da Comissão Mista da Medida Provisória dos Consignados, deputado Fernando Monteiro (Republicanos-PE), vai propor a criação de mecanismos que protejam de fraudes a concessão de créditos consignados para trabalhadores da iniciativa privada. Para o deputado, é importante que o Congresso adote medidas para corrigir falhas que levaram ao rombo nos consignados do INSS. Xô, polarização! Cadê a verba? Parlamentares prometem pegar pesado quanto aos cortes de recursos das universidades públicas. A deputada Daniela Reinehr (PL-SC) enviou requerimentos de informações para os ministros da Educação e da Fazenda. Decreto de abril impôs bloqueio orçamentário às universidades federais, limitando a liberação de recursos a apenas 61% do orçamento previsto até o mês de novembro. Verde do Centrão Os ambientalistas ganharam um aliado contra o novo PL do Novo Licenciamento Ambiental. E vem do centrão, o deputado federal Marcelo Queiroz (PP-RJ). O projeto é criticado por flexibilizar regras e reduzir exigências para emissão de licenças ambientais. Na terça (27), Dia da Mata Atlântica, Queiroz foi ao ato em apoio à Ministra Marina Silva, na Câmara e afirmou: “Licenciamento ambiental não é entrave”. Prazo de validade Brasil sem seguro O alerta vem do presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg), Dyogo Oliveira, ex-ministro do Planejamento: só 15% das residências do Brasil têm seguro contratado (contra incêndio, furto, catástrofes naturais etc). Em se tratando do maior bem de uma vida inteira para milhões de brasileiros, é um informe importante. Em palestra num seminário do Instituto Clima e Sociedade, no Rio de Janeiro, Dyogo ainda lembrou que grandes modais como estradas e ferrovias também não têm seguro. O bilionário ElonMusk, presidente executivo da Tesla, está deixando o governo Trump após liderar uma tumultuada campanha de eficiência, durante a qual derrubou várias agências federais, mas acabou não conse- guindo realizar as economias geracionais que buscava. Seu "desligamento começará hoje à noite", disse uma autoridade da Casa Branca à Reuters nessa quarta-feira (28), confirmando a saída de Musk do governo. Ontem, Musk usou sua plataforma de mídia social X para agradecer ao presidente Donald Trump, à medida que seu tempo como funcionário especial do governo no Departamento de Eficiência Governamental (Doge) chegava ao fim. A saída foi rápida e sem cerimônia. Ele não teve uma conversa formal com Trump antes de anunciar a partida, de acordo com uma fonte com conhecimento do assunto, que acrescentou que a saída foi decidida "em nível sênior da equipe". Embora as circunstâncias exatas de sua saída não tenham ficado imediatamente claras, ele sai um dia depois de criticar o projeto de lei tributário de Trump, chamando- o de muito caro e de uma medida que prejudicaria seu tra- balho com o Serviço do Departamento de Eficiência Go- vernamental. Algumas autoridades graduadas da Casa Branca, in- cluindo o vice-chefe de gabinete, Stephen Miller, ficaram particularmente irritadas com esses comentários, e a Casa Branca foi forçada a ligar para senadores republicanos para reiterar o apoio de Trump ao pacote, disse uma fonte fami- liarizada com o assunto. Embora Musk continue próximo ao presidente, sua saída ocorre após queda gradual, mas constante, em sua posição. Após a posse de Trump, o bilionário emergiu rapidamente como força poderosa na órbita de Trump: hipervisível, im- petuoso e livre de normas tradicionais. Na Conferência de Ação Política Conservadora, em fevereiro, ele mostrou uma motosserra metálica vermelha para receber aplausos. "Esta é a motosserra da burocracia", declarou. ■ DESLIGAMENTO Elon Musk deixa governo Trump e encerra mandato turbulento H omens negros, vestidos de branco, entraramprimeiro na sala. Alguns mais velhos e outros mais novos, comsuas cabeças devidamente protegidas por uma espécie de quepe. Chamados de ogãs, nas religiões de matriz africana, eles se posicionaramno centro do palco, diante de atabaques, e iniciaramtoques saudando Exu. Oorixá é conhecido por eles como o mensageiro, responsável pela comunicação entre as divindades, no orum e o ayê, o plano onde vivemos seres humanos. Eram integrantes da Orquestra Brasileira de Atabaques Alabê Fun Fun. O ritual antecedeu a palestra do con- vidado Nei Lopes - escritor, compositor e cantor, sobre a afrodiáspora na América Latina. Aos 83 anos, completados no último dia 9 de maio, o intelectual, dono de quatro títulos doutor honoris causa concedidos por universidades (Federal do Rio Grande do Sul, Federal Rural do Rio de Janeiro, Federal do Rio de Janeiro e Es- tadual do Rio de Janeiro), de dois prêmio Jabuti, autor de 40 livros e de mais de 350 canções, Lopes é reconhecido como um oráculo, aquele que vê o futuro, por cola- borar como pensamento negro brasileiro, apontando caminhos e leituras sobre a história africana e afro-brasileira. Ele falou nessa quarta-feira (28) a uma plateia de estudantes de escolas públicas, majoritariamente negros, em evento do Sesc no Rio de Janeiro. Lopes chamou para si a tarefa de apresentar momentos históricos e pensamentos que tentaram apagar a contribuição negra na formação do Brasil e estão na base do racismo es- trutural e de desigualdade diversas entre brancos e negros, além de intelectuais e movimentos que alertaram para essa es- tratégia, como Frantz Fanon, daMartinica, e Carlos Moore, de Cuba. "A grande tarefa das lideranças negras é fazer opovonegro elevar sua consciência, ou seja, desenvolver a consciência crítica para que se conheça adequadamente sua realidade, passado e presente. Só assim será possível afirmar a sua identidade e autoestima para ser finalmente produtivo e feliz", explicou o pensador. Em cerca de uma hora, Lopes partiu de 1822, quando o Brasil tornou-se inde- pendente de Portugal e repassou cerca de 200 anos de história, citando razões eco- nômicas sobretudo, mas tambémpolíticas e sociais, para o racismo estrutural, de in- teresse das elites econômicas do país. Elas deram um jeito, em vários momentos, de deixar os descendentes dos africanos es- cravizados de fora do desenvolvimento, sempoder estudar, por não ser permitido, sem poder adquirir terras (em função da Lei de Terras), sem representação justa emórgãos públicos e privados emargina- lizados, submetidos a uma série de vio- lências físicas e simbólicas, como as teorias eugenistas (raciais), a apreensãopela polícia de artigos religiosos e até a prisão de sa- cerdotes de religiões de origem afro. ■ CONTRIBUIÇÃO NEGRA TAREFA DE LIDERANÇAS NEGRAS É CRIAR CONSCIÊNCIA CRÍTICA, DIZ ESCRITOR V Foto/ Tomaz Silva/Agência Brasil Maricá (RJ), cidade administrada por Washington Quaquá (PT), conseguiu o inimaginável. A Câmara de Vereadores reuniu no mesmo palco o bolsonarista deputado Eduardo Pazuello (PL- RJ) e os petistas históricos José Dirceu e Eduardo Suplicy. Embora não tenham apertado as mãos, Pazuello e Dirceu conviveram harmoniosamente no ambiente. Houve quem lhes viu se cumprimentado com sorrisos e gestos à distância.

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