Diário do Amapá - 31/05/2025
| ECONOMIA | DIÁRIO DO AMAPÁ 7 ECONOMIA SÁBADO | 31 DE MAIO DE 2025 Emmeio a notícias do Brasil e do exterior, omercado financeiro teve umdia de instabilidade. O dólar teve forte alta e aproximou-se de R$ 5,70. A bolsa de valores caiu quase 0,5% e fechou abaixo dos 139 mil pontos. O dólar comercial encerrou esta quarta-feira (28) vendido a R$ 5,695, com alta de R$ 0,5 (+0,89%). A cotação chegou a operar em torno de R$ 5,65 no início das nego- ciações, mas acelerou ainda durante a manhã. Na máxima do dia, por volta das 13h20, chegou a R$ 5,71. Com o avanço desta quarta-feira, a moeda norte-ame- ricana passou a acumular alta de 0,85% na semana e de 0,33 emmaio. Em 2025, a divisa cai 7,85%. Omercadode ações tambémteve umdia de instabilidade. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 138.888 pontos, com queda de 0,47%. O indicador interrompeu uma sequência de três altas. Apesar da queda desta quarta, a bolsa sobe 0,77% na semana. Tanto fatores domésticos como internacionais contri- buírampara a alta do dólar e a queda da bolsa. As incertezas em relação ao aumento do Imposto sobre Operações Fi- nanceiras (IOF) provocaram temores de que o Congresso derrube o decreto e complique o cumprimento das metas fiscais de 2025. Nesta quarta, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, disse que a pasta está disposta a estudar alternativas para revogar pontos do decreto. Ele deu a declaração após reunião com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e com presidentes de quatro bancos. Diante das articulações para que o Congresso derrube o decreto de aumento do IOF, o ministro da Fazenda, Fer- nando Haddad, se reunirá nesta noite com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e com líderes partidários. O en- contro ocorrerá na residência oficial do Senado. ■ COTAÇÃO Dólar aproxima-se de R$ 5,70 com incertezas sobre IOF ● VARIAÇÃO SUPERAVITÁRIA Contas externas têm saldo negativo de US$ 1,3 bilhão em abril As contas externas de abril de 2025 apresentaram déficit de US$ 1,3 bilhão. No mesmo mês do ano an- terior, o saldo das transações correntes – compras e vendas de mercadorias e serviços, e transferências de renda com outros países – tambémestava negativo, emUS$ 1,7 bilhão. Com isso, na comparação interanual com abril de 2024, foi registrada uma variação superavitária de US$ 352 mi- lhões. De acordo com o Banco Central (BC), houve recuo no déficit relativo a renda primária (US$ 550 milhões) e no de serviços (US$ 98milhões); bemcomo aumento do superávit em renda secundária (US$ 79 milhões). Tendo como recorte os 12meses encerrados em abril, o déficit em transações correntes ficou em US$ 68,5 bilhões, valor que corresponde a 3,22% do Produto Interno Bruto – PIB, a soma dos bens e serviços produzidos no país. Em março, o déficit estava em US$ 68,9 bilhões (3,23% do PIB). Em abril de 2024, ele estava em US$ 26,7 bilhões (1,18% do PIB). Balança comercial No caso da balança comercial de bens, o resultado apresentado em abril foi superavitário em US$ 7,4 bilhões, frente a US$ 7,8 bilhões registrados nomesmomês de 2024. “As exportações de bens totalizaram US$ 30,6 bilhões, mantendo-se no patamar de abril do ano anterior, enquanto as importações de bens aumentaram 1,5%, somando US$ 23,2 bilhões”, informou o BC. Já o resultado na conta de serviços foi deficitário, totali- zando US$ 4,2 bilhões em abril de 2025, o que corresponde a uma redução de US$ 98 milhões, na comparação com igual mês de 2024. ■ ● FALECOM0COMERCIAL E-mail: comercial.da@bol.com.br site: www.diariodoamapa.com twitter: @diariodoamapa Instagram: @diariodoamapa C om o crescimento de 1,4% no Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre deste ano, em relação ao trimestre anterior, a economia brasileira atingiu um novo patamar re- corde. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB nacional vem atingindo níveis recordes consecutivos há 14 trimestres, ou seja, o quarto trimestre de 2021. No primeiro trimestre deste ano, também atingiram patamares recordes os setores da agropecuária e dos serviços. Os serviços, aliás, vêm atingindo níveis recordes há 15 trimestres, ou seja, desde o terceiro trimestre de 2021. Sob a ótica da demanda, também atingiram pata- mares recordes o consumo das famílias, consumo do governo e exportações. Por outro lado, indústria e investi- mentos estão longe de seus patamares recordes, ambos atingidos em 2013. A formação bruta de capital fixo, ou seja, os investimentos, por exemplo, está 6,7% abaixo do nível do segundo trimestre de 2013, enquanto a indústria está 4,7% abaixo do nível do terceiro trimestre da- quele ano. “A indústria é a única das grandes três atividades econômicas que ainda está no patamar abaixo do pico”, ressalta a pesquisadora do IBGE, Rebeca Palis. PIB Segundo o IBGE, o crescimento do PIB do quarto trimestre de 2024 para o primeiro trimestre deste ano foi puxado principalmente pelo desempenho da agropecuária, que teve crescimento de 12,2%. “A agro tem dois efeitos principais este ano: um é a questão climática que está favorável e a outra é que as colheitas que estão crescendo muito, como a soja, que é a nossa principal lavoura, está concentrada no primeiro semestre. A gente também tem o milho crescendo, o fumo, o arroz, várias colheitas que estão crescendo esse ano têmmuita safra no primeiro semestre”, explica Rebeca. Os serviços, que correspondem a 70% da economia brasileira, também ti- veram desempenho positivo, crescendo 0,3% no trimestre em relação ao trimestre anterior, com destaque para as atividades de informação e comunicação (3%). Já a indústria apresentou taxa negativa (- 0,1%), devido a resultados da construção (com queda de 0,8%) e da indústria da transformação (-1%). Segundo Rebeca Palis, esses são se- tores que estão sentindo os efeitos da alta taxa básica de juros (Selic). Sob a ótica da demanda, houve altas em todos os componentes no primeiro trimestre deste ano em relação ao tri- mestre anterior: consumo das famílias (1%), formação bruta de capital fixo (3,1%), exportações (2,9%) e consumo do governo (0,1%). “Em relação ao consumo das famílias, a gente ainda tem fatores que prejudicam, como a inflação bem resiliente e a política monetária restritiva. Mas a gente continua tendo melhora no mercado de trabalho, continua tendo programas de transfe- rência de renda do governo para as fa- mílias e o crédito continua crescendo, apesar de estar mais caro, então são várias coisas contribuindo positivamente”, disse a pesquisadora. “Mas o consumo das famílias poderia ser mais alto se a gente não tivesse uma política monetária restritiva”. ■ PIB ATINGE PATAMAR RECORDE PELO 14º TRIMESTRE SEGUIDO V Foto/ CNA/Wenderson Araujo/Trilux IBGE
RkJQdWJsaXNoZXIy NDAzNzc=