Diário do Amapá - 16 e 17/03/2025

FALECOM0COMERCIAL E-mail: comercial.da@bol.com.br site: www.diariodoamapa.com twitter: @diariodoamapa Instagram: @diariodoamapa |ECONOMIA | DIÁRIO DO AMAPÁ 7 ECONOMIA DOMINGO E SEGUNDA-FEIRA | 16 E 17 DE MARÇO DE 2025 A redução a zero do Imposto de Importação para alimentos só valerá para carnes desossadas bovinas e não beneficiará outros tipos de carne como de porco e de aves, decidiu nesta quinta-feira (13) o Comitê Executivo de Gestão (Gecex) da Câmara de Comércio Exterior (Camex). O órgão oficializou a medida anunciada na semana passada para segurar o preço de alimentos, detalhando os itens com tarifa zerada. A lista com os códigos de No- menclatura Comum do Mercosul (NCM) tem nove tipos de alimentos divididos em dez NCM, porque a redução para o café beneficia a versão torrada e a versão em grão não-torrada. ■ ● Camex aprova isenção do Imposto de Importação para nove alimentos CAMEX E mbalada pelo aquecimento da produção e do consumo, o faturamento real (descontada a in- flação) da indústria de transformação cresceu 3,3% em janeiro, divulgou nesta sexta-feira (14) a pes- quisa Indicadores Industriais, da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Em relação a janeiro do ano passado, o faturamento subiu 12,8%. Segundo a CNI, a demanda por bens industriali- zados continua alta, o que se reflete no faturamento. A entidade, no entanto, adverte que será dif ícil manter esse ritmo por causa da desaceleração da economia provocada pelo aumento dos juros. O número de horas trabalhadas na produção cres- ceu 1,9% em janeiro na comparação com dezembro, revertendo a queda de 1,4% nos dois meses anteriores. Em relação a janeiro de 2024, o indicador acumula alta de 5,4%. A utilização da capacidade instalada (UCI) man- teve-se em 78,2% em janeiro na comparação com de- zembro, na série livre de efeitos sazonais (semoscilações típicas da época do ano). Em relação a janeiro do ano passado, a UCI caiu 0,8 ponto percentual. O bom desempenho da indústria, no entanto, não se reflete com tanta intensidade no mercado de trabalho. Em janeiro, o número de postos de trabalho ativos no setor cresceu apenas 0,1%. A massa salarial caiu 0,3%, e o rendimento médio do trabalhador in- dustrial caiu 0,8%. Segundo a CNI, a expectativa é de interrupção da alta do emprego industrial por causa do aumento dos juros. Na comparação com janeiro do ano passado, o desempenho do mercado de trabalho na indústria é melhor. O total de postos de trabalho ativo subiu 2,4%. No entanto, a massa salarial real (descontada a inflação) recuou 1,8%, e o rendimento médio real do trabalhador industrial caiu 4%. Realizada desde 1992 em parceria com as Federa- ções Estaduais das Indústrias, a pesquisa Indicadores Industriais identifica, mensalmente, a evolução de curto prazo da atividade da indústria de transformação. Os estados pesquisados respondem a mais de 90% do produto industrial brasileiro. ■ EMPREGO ESTÁVEL FATURAMENTO DA INDÚSTRIA CRESCE 3,3% EM JANEIRO A paralisaçãodaOrganizaçãoMundial do Comércio (OMC) promovida pelos Estados Unidos (EUA) limita a capacidade da organização de arbitrar conflitos na área comercial, justo no mo- mento em que se aprofunda a guerra de tarifas iniciada pelo governo do presidente Donald Trump. Para o professor do Instituto de Eco- nomia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Luiz Carlos Delorme Prado, a OMC vem sendo desidratada por Was- hington desde o governo de BarackObama (2008-2016), do Partido Democrata. A or- ganização foi criada em 1995 com apoio dos Estados Unidos (EUA). “Os EUAestiveramno centroda criação e da operação do atual sistema internacional de comércio, o que inclui a OMC. Este sis- tema foi criado quando os EUA tinham uma certa hegemonia econômica e essas regras do jogo, em última instância, bene- ficiavamo país economicamente mais for- te.” Quando os estadunidenses começaram a enfrentar uma concorrência mais dura, especialmente da China, eles foram aban- donando aOMC, explica o especialista em comércio exterior. “A política industrial no governo Joe Biden [2021-2025] já era absolutamente fora das regras da OMC, em especial as medidas de proteçãoda indústria doméstica americana. Então, por ausência de árbitros indicados [pelos EUA] e a decisão americana de não participar da OMC, o sistema não opera”, completou. A administração Trump anunciou e aplicou tarifas contra importações dos prin- cipais parceiros comerciais, comoMéxico, Canadá eChina, assimcomo contra setores específicos, como aço e alumínio, com algum impacto sobre o Brasil. Essas medidas são vistas como uma tentativa de reverter um déficit comercial dos EUA que chegou a US$ 918 bilhões em 2024, 17%maior que 2023. Árbitro O professor Prado acrescentou que a organização, quando funcionava, tinha um papel limitado para corrigir medidas con- sideradas desleais ou irregulares de acordo com as regras estabelecidas pela OMC. Dos cerca de 590 casos analisados nos tribunais de apelação da entidade, poucos chegaram ao final do processo. Quando a reclamação era aceita, a organização se li- mitava a autorizar o país prejudicado a re- taliar o país alvo do processo. “Você autorizar os EUA a retaliarem a República Dominicana é uma coisa. Você autorizar a RepúblicaDominicana a retaliar os Estados Unidos, é outra coisa. Não há uma simetria nesse processo. De qualquer maneira, enquanto havia a preocupação de manter o sistema funcionando, havia algum tipo de processo de negociação”, ponderou. Brasil Por enquanto, o governo brasileiro tem evitado retaliar os EUA depois que o país norte-americano taxou a importação de aço e alumínio em25%de todos os parceiros. ■ OMC PARALISADA POR EUA LIMITA CAPACIDADE DE ARBITRAR GUERRA DE TARIFAS EUA DE FORA V Foto/ reprodução

RkJQdWJsaXNoZXIy NDAzNzc=