Diário do Amapá - 16 e 17/03/2025
POLÍTICA |POLÍTICA | DIÁRIO DO AMAPÁ DOMINGO E SEGUNDA-FEIRA | 16 E 17 DE MARÇO DE 2025 FALECOMAREDAÇÃO E-mail: diario-ap@uol.com.br site: www.diariodoamapa.com twitter: @diariodoamapa Instagram: @diariodoamapa 9 Ssss Ex-presidente e senador pelo Amapá, descreve com riqueza de detalhes travessia do regime militar para a volta das eleições presidenciais O ex-presidente do Brasil, José Sarney, escreveu um texto – algo entre artigo e reportagem – em que conta a sua visão a respeito de uma ma- drugada longa em que dormiu vice e acordou titular do Palácio do Planalto, no dia 15 de março de 1985. Ele quebrou o silêncio dos últimos anos em que tem ficado mais recluso, cuidando da esposaMarly e de sua própria, aposentado da política e prestes a completar 95 anos de idade. Confira a íntegra do texto de José Sarney Governei num tempo dif ícil depois de umregime autoritário. A Democracia — e quem diz Democracia diz Liberdade — tinha que ser implantada como fundamento da vida republica- na. A tragédia da morte de Tan- credo pairava no coração de to- dos os brasileiros. Substituí-lo, tarefa quase impossível. Aamea- ça da deposição e do retrocesso não deixaram de rondar o meu mandato. Deixei o governo, em 1990, com o País pacificado, sem ne- nhuma prontidão militar, com os militares voltando aos quar- téis, os partidos clandestinos, à legalidade, com anistia para os sindicatos. Deixamos uma Constituição aprovada, com o avanço demo- crático de assegurar em sua ple- nitude a Cidadania. Tendo con- vocado a Constituinte, implan- tamos, com a Constituição de 1988, um conjunto de direitos individuais e coletivos. No meu governo, com o “Tudo pelo Social”, universali- zamos a saúde e foram criados o SUS, o seguro-desemprego, o vale-transporte, o vale-alimen- tação e iniciamos a distribuição diária de mais de 8 milhões de litros de leite às crianças do Brasil —programa considerado pela UNESCO como o melhor programa de alimentação feito para crianças, em nível mun- dial. Na área internacional, aca- bamos com a divergência his- tórica do Brasil coma Argentina buscando a criação, na América Latina, de ummercado comum, como o Mercado Comum Eu- ropeu. E assim criamos o Mer- cosul, com Raúl Alfonsín. E o fatomais importante: consegui- mos o fim da corrida nuclear Brasil-Argentina, fazendo do nosso continente o único do mundo livre de armas atômicas: um serviço prestado à Huma- nidade. A nossa Transição Demo- crática foi considerada pelo bra- silianista Ronald M. Schneider como a melhor e mais exitosa do continente, sem hipotecas militares — uma Democracia que é a terceiramaior domundo ocidental. Tenho orgulho de dizer que a Democracia não morreu em minhas mãos; ao contrário, flo- resceu. Autor José Sarney, advogado e es- critor, foi presidente da Repú- blica entre 1985 e 1990, exerceu mandatos de deputado federal, senador e governador e desde 1980 é membro da Academia Brasileira de Letras (ABL). ■ 40 ANOS NA HISTÓRIA EM TEXTO DE PRÓPRIO PUNHO, SARNEY RELEMBRA BASTIDORES PARA A REDEMOCRATIZAÇÃO Amiraldo Favacho lamenta ausência do Ibama em seminário na Alap O conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Amapá, Amiraldo Favacho, durante o seminário sobre petróleo e gás no Amapá, ocorrido sexta-feira, 14, na Assembleia Legislativa, lamentou a ausência do Ibama na discussão e, entre outras coisas, cobrou mais au- toridade do presidente Lula. Amiraldo, fazendo o uso da palavra, disse que a exploração de petróleo na Margem Equatorial pode ajudar a sanar um problema crescente no es- tado, a fome. Segundo o conselheiro, em visitas a co- munidades na re- gião do Oiapoque, onde foram ouvi- das lideranças in- dígenas, foi cons- tatado que sequer está havendo plantação de mandioca para produção de fari- nha, alimento bá- sico dos nativos. Para Amiral- do, a possibilidade de crescimento econômico também irá gerar maior permanência de jovens no estado. “Eles estão indo para Santa Catarina, pois aqui não tem emprego”, lamentou. Por fim, disse que o petróleo pode ser um importante agente de mudança para tirar o Amapá do isolamento so- cial. “Esse estado já foi extremamente prejudicado em nome da preservação. Somos ignorados pelo governo federal. A fome é maior que a dor do desen- gano”, filosofou o conselheiro. ■ PETRÓLEO P ara fortalecer a atuação jurídica do Estado, o governador do Amapá, Clécio Luís, promoveu 14 procuradores da Procuradoria Geral do Estado (PGE). Uma ceri- mônia nesta sexta-feira, 14, no Palácio do Setentrião, em Macapá, marcou a primeira promoção realizada no órgão, reconhecendo o compromisso destes profissionais com a defesa do interesse público. “Nós vivemos no Amapá um am- biente único, especialmente no cenário político, e precisamos construir con- sensos para um estado melhor. Para isso, temos que ter uma PGE fortale- cida para que os projetos, os esforços e os negócios deem certo. Temos mui- to a fazer pelo futuro do Amapá e isso só é possível com uma Procura- doria forte”, destacou o governador Clécio Luís. Por mérito e dedicação, os 14 pro- curadores ascendem da Classe 3 para a Classe 2 da carreira. A promoção está alinhada ao Plano de Governo da gestão, que prevê a valorização dos servidores públicos. Para procuradores como Marcelo Ramos, a conquista representa o re- conhecimento da atuação dos servi- dores públicos na defesa do interesse coletivo. “Hoje tenho a graça de ser pro- movido pelo governador Clécio Luís, num ato significativo tanto para a Procuradoria quanto para mim, que vim para o Amapá e fui acolhido por esta terra de muitos sabores e ritmos. Com essas promoções, nos sentimos ainda mais motivados para entregar mais trabalho na construção das po- líticas públicas do Amapá”, comentou o procurador Marcelo. ■ INÉDITO Clécio realiza promoção de 14 procuradores e fortalece atuação jurídica do Estado CLÉBERBARBOSA DA REDAÇÃO
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