Diário do Amapá - 27/03/2025
| OPINIÃO | DIÁRIO DO AMAPÁ QUINTA-FEIRA | 27 DE MARÇO DE 2025 2 LUIZ MELO Diretor Superintendente ZIULANA MELO Diretora de Jornalismo Circulação simultânea em Macapá, Belém, Brasília e em todos os municípios do Amapá. Os conceitos emitidos em artigos e colunas são de responsabilidade dos seus autores e nem sempre refletem a opinião deste Jornal. Suas publicações são com o propósito de estimular o debate dos problemas amapaenses e do país. O Diário do Amapá busca levantar e fomentar debates que visem a solução dos problemas amapaenses e brasileiros, e também refletir as diversas tendências do pensamento das sociedades nacional e internacional. MÁRLIO MELO Diretor Administrativo DIÁRIODECOMUNICAÇÕES LTDA. C.N.P.J: 02.401.125/0001-59 Administração, Redação e Publicidade Avenida Coriolano Jucá, 456 - Centro CEP 68900-101 Macapá (AP) - Fone: 96-3223-7690 www.diariodoamapa.com.br COMPROMISSOCOMANOTÍCIA U m mundo hiper conectado, vivenciando uma pandemia histórica, enquanto as novas gerações estão ansiosas por respostas e proteção. No meio dessa situação, famílias buscam ressignificar o seu papel diante dos novos desafios, rodeadas pelo medo de consequências f ísicas e so- cioemocionais. Acredito que o cenário é assustador para crianças, adolescentes e adultos. No último ano, os papéis essenciais da família, como a transmissão de valores, o acolhimento e o afeto, misturaram-se aos da escola - espaço de aprendizado formal, convívio com as diferenças, fortalecimento de valores sociais. A partir de então, a casa passou a ser foco do ensino remoto e, dentro deste contexto, certamente muitas famílias se questionaram sobre qual postura assumir. Alémdisso, essemomento foi crucial para que vários pais e responsáveis pudessem reconhecer a atuação da escola além dos aspectos cognitivos. Foi notado que os pais, mães, avós e tios estavam mais preocupados com o desenvolvimento infantil nos últimos meses. Muitos, vez ou outra, se questio- naram sobre os riscos que a pandemia trouxe para a vida de todos e, principalmente, para as crianças e adolescentes que, por meses, ficaram afastados da escola, dos amigos, dos familiares, das brincadeiras, das festinhas, do parque de diversão... Sim, os riscos são diversos. E ouvimos vários deles nos diálogos com professores, em reuniões pelo virtuais, nos desabafos com amigos. Entre eles, os quemais se destacam: baixa tolerância à frustração, baixa autoestima, autoritarismo, problemas psicoló- gicos, doenças f ísicas, expectativas não realistas sobre o filho, famílias comdistribuição desigual de autoridade e poder, situação de crise ou estresse social, ausência de um dos membros da família. Esses fatores são im- pactantes e possuem alta probabilidade de gerar se- quelas a longo prazo. No próximo sábado (15), celebraremos o Dia In- ternacional da Família. Para a data, é importante que possamos refletir sobre esses pontos citados acima. Entretanto, o debate sobre o tema abrange também fatores que envolvem a proteção, visto que a família é o alicerce para a criança e o adolescente. Apesar das angústias que a pandemia nos trouxe, devemos pensar em fundamentos que se fortaleceram também – de forma positiva – no último ano. Mais do que nunca, vimos uma integração entre pais e filhos. De modo geral, entendemos que a proteção diz respeito às condições am- bientais, biológicas ou sociais que agem a favor do desenvolvimento e atuam na prevenção de desordem emocional ou comportamental. Contudo, é válido destacar que um bom funcionamento familiar, com vínculos afetivos, apoio e monitoramento são fatores de proteção igualmente essenciais para um desen- volvimento infantil integral e saudável. Por essas razões, convido a nossa comunidade a fazer investimentos conscientes na proteção de nossas crianças e nossos adolescentes! Vamos trabalhar com atitudes que expressam afeto seguro e contínuo; dedicar nosso tempo para acompanhar atividades escolares e participar do lazer com esses jovens. Tenhamos a empatia de exercitar uma comunicação não violenta e uma escuta atenta; praticar comportamento familiar que desenvolva sentimentos bons, com senso de justiça, responsabilidade e generosidade. Assim, certamente estaremos oferecendo proteção a eles, mesmo que não tenhamos todas as respostas. ■ A família como fator de proteção E-mail: atendimento@proativacomunicacao.com.br Orientadora Educacional do Colégio Seriös Por essas razões, convido a nossa comunidade a fazer investimentos conscientes na proteção de nossas crianças e nossos adolescentes! Vamos trabalhar com atitudes que expressam afeto seguro e contínuo; dedicar nosso tempo para acompanhar atividades escolares e participar do lazer com esses jovens. ANDRESSAARARUNA E ssa frase, que circula frequentemente nas redes sociais, reflete um dos aspectos mais problemáticos do momento atual de globalização e hiper- conectividade: a manifestação das “lacrações’ e dos linchamentos vir- tuais. A primeira é um termo que se popularizou para descrever a busca por uma vitória retórica ou moral nas redes sociais. Muitas vezes, as pessoas se esforçam para expressar suas opiniões de maneira assertiva, ganhando aprovação de seus seguidores. No entanto, essa busca incessante por retirar o outro de cena, ridicularizar e zombar muitas vezes leva a discursos superficiais e simplistas, que não contribuem para um diálogo saudável e construtivo. Vivemos em uma era globalizada e digital, onde a comunicação instantânea e o compartilhamento de informações se moldam de maneira como inte- ragimos uns com os outros. As redes sociais se tornaram um campo de batalha onde opiniões divergentes são frequentemente recebidas não com debate e discussão saudável, mas com ataques virtuais rápidos e implacáveis. O que antes era um espaço para trocar ideias e compartilhar experiências se transformou, em muitos casos, em uma arena de julgamento instantâneo e revistas pú- blicas. É importante lembrar que a liberdade deexpressão é um direito fundamental nas sociedades democrá- ticas, e o debate saudável é essencial para o progresso e a evolução das ideias. No entanto, o ambiente tóxico que muitas vezes se encontra nas redes sociais está minando essa liberdade, criando um clima de medo onde as pessoas hesitam em expressar suas opiniões genuínas por recebimento de represálias virtuais. O linchamento virtual, que pode incluir ameaças, difusão e perseguição online, é prejudicial não apenas para a vítima, mas também para o tecido da sociedade como um todo. Ele polariza ainda mais as opiniões, inicia o diálogo construtivo e promove uma cultura de cancelamento que não permite espaço para o elogio, aprendizado ou per- dão. Em vez de ignorar rapidamente as opiniões alheias, é fundamental que aprendamos a ouvir e a considerar diferentes perspectivas. Tudo bem que tem pessoas que são como vinho, ficariam melhores deitadas e com uma rolha na boca. Mas não pode ser sempre assim. Desde muito tempo temos pessoas se metendo em nossas vidas, não calçam nossos sapatos, não sabem o aperto que passamos, mas sabem bem o que fariam em nossos lugares. Outras, nas redes sociais, sequer conhecemos, mas dizem que sabem bem o que “quisemos dizer”. Como pode isso? As “lacrações” e os linchamentos virtuais são sintomas de uma cultura de comunicação superficial e precipitada que, em última análise, prejudica a qualidade do debate público e a liberdade de expressão. Para construir uma sociedade mais justa e respeitosa, é essencial que repensemos nossa abordagem nas redes sociais e promovamos uma cultura de compreensão e diálogo cons- trutivo. ■ Tudo bem que tem pessoas que são como vinho, ficariam melhores deitadas e com uma rolha na boca. Mas não pode ser sempre assim. Desde muito tempo temos pessoas se metendo em nossas vidas, não calçam nossos sapatos, não sabem o aperto que passamos, mas sabem bem o que fariam em nossos lugares. E-mail: edmir@libris.com.br Presidente da Apecs RICARDO LAZZARI “Sua opinião é que nem anuncia no YouTube. Ignoro em 5 segundos”
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