Diário do Amapá - 27/03/2025
ESPLANADA |OPINIÃO | DIÁRIO DO AMAPÁ QUINTA-FEIRA | 27 DE MARÇO DE 2025 5 ComWalmor Parente (DF), BethPaiva (RJ) eHenrique Barbosa (PE) E-mail: reportagem@colunaesplanada.com.br LEANDRO MAZZINI PODER , POLÍTICAEMERCADO R$ 2 mi para AM Diferentes projetos para negócios sustentáveis na região da Amazônia vão receber R$ 2 milhões da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) para aceleração. A ABDI se associou ao Fundo Catalítico da Facility de Investimentos Sustentáveis, plataforma vinculada ao Instituto Amazônia +21. A Agência vai dividir governança no Fundo com outros gigantes: CNI, Sebrae, Banco da Amazônia e Instituto Itaú etc. Orçamento dobrado A Embrapa conseguiu um orçamento de R$ 364 milhões para 2025, o maior desde 2019 e o dobro do ano anterior (R$ 161 milhões). Os recursos adicionais permitirão à Instituição a modernização de laboratórios, atualização de campos experimentais e investimento em novas tecnologias. É o famoso celeiro do mundo se consolidando. Só uma espiada Embasado no Tratado do Mercosul, o Brasil pode ter comitiva de senadores visitantes à Bolívia, a fim de se inteirarem do cenário político local. O país vizinho é responsável por grande oferta de gás para nosso mercado, e a instabilidade eleitoral preocupa. O senador Sergio Moro (União-PR) apresentou requerimento para que seja criada uma Comissão Temporária Externa composta de três a seis membros para um “oi”. É ouuuuro! O COB formará hoje outra turma de atletas no Programa de Carreira do Atleta – Núcleo de Transição de Carreira. No 12º ano da iniciativa, serão 11 formandos, entre eles medalhistas olímpicos Erlon Santos, prata na canoagem na Rio 2016, e Rosangela Santos, bronze no atletismo em Pequim 2008. A cerimônia será no Centro de Treinamento do Time Brasil, na Barra da Tijuca, no Rio. Ratinho Jr. na fila Eventos exclusivos, mas de repercussão nacional pela lista de convidados, tendem a se tornar holofotes para datas não tão distantes – em se tratando de política – e catapultas de nomes a quadros de pesquisas de intenção de voto. Não foi diferente ontem, em Brasília, no almoço do LIDE DF, capitaneado por Paulo Octávio, na casa do anfitrião Fernando Cavalcante, commais de uma centena dos grandes empresários do Centro-Oeste. Um animado governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), elencou em palestra os feitos econômicos e sociais dos dois mandatos, até aqui. Nas mesas, comentários de que o balanço é uma premonição do que vem por aí, nacionalmente. Não por acaso, quem abriu o evento, em vídeo no telão, foi Gilberto Kassab, manda-chuva do poderoso PSD que comanda. Kassab foi só elogios a Ratinho Jr., o chamou de líder nacional e um potencial global. Está sacramentada a pré-candidatura de Ratinho Jr. à Presidência da República. Mais um na fila. Mas pelo visto, não é balela (ou balada) sertaneja. O primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba, propôs ações para acelerar a abertura do mercado japonês à carne bovina do Brasil. A demanda histórica dos produtores brasileiros foi um dos temas do encontro entre Ishiba e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está em visita da Estado a Tóquio, capital japonesa. O premiê sugeriu a formação de um grupo para o acompanhamento do setor e manifestou a disposição de enviar especialistas sanitários para coletar informações e avançar mais rapidamente para as próximas etapas de abertura do mercado. Um dos objetivos da viagem de Lula era, de fato, conseguir o compromisso político do Japão de enviar uma missão técnica para inspecionar as condições da produção de carne bovina do país. O Japão importa cerca de 70% da carne bovina que consome, o que representa aproximadamente US$ 4 bilhões ao ano. Desse total, 80% são importados dos Estados Unidos e da Austrália, históricos aliados do país. No caso do Brasil, o processo de negociação para exportar a carne bovina ao Japão vem sendo conduzido há mais de 20 anos. O último protocolo já está sendo debatido há cinco anos. Em maio de 2024, o Brasil se tornou livre de febre aftosa sem vacinação animal. O status abre caminho para que o Brasil possa exportar carne bovina para países como o Japão e a Coreia do Sul, por exemplo, que só compram de mercados livres da doença sem vacinação. Por outro lado, o fim da vacinação exigirá protocolos mais rígidos de controle sanitário por parte dos estados. A homologação do novo status sanitário deve ocorreu em maio deste ano, durante a assembleia-geral da Organi- zação Mundial de Saúde Animal (OMSA). O ciclo de vacinação de bovinos e bubalinos contra a febre aftosa no Brasil começou há mais de 50 anos e o último registro da doença ocorreu em 2006. Atualmente, no Brasil, somente os estados de Santa Catarina, do Paraná, Rio Grande do Sul, Acre, de Rondônia e partes do Amazonas e de Mato Grosso têm o reconhecimento internacional de zona livre de febre aftosa sem vacinação pela OMSA. ■ COMPROMISSO POLÍTICO Japão propõe ações para acelerar abertura comercial à carne brasileira P or unanimidade, a Primeira Turma do SupremoTribunal Federal (STF) decidiunesta quarta-feira (26) tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro réu pelos crimes de golpe de Estado e tentativa de abolir o Estado Democrático de Direito. É a primeira vez que umex-presidente eleito é colocado no banco dos réus por crimes contra a ordemdemocrática esta- belecida com a Constituição de 1988. Esses tipos de crime estão previstos nos artigos 359-L (golpe de Estado) e 359-M (abolição do Estado Democrático de Di- reito) do Código Penal brasileiro. “Não há então dúvidas de que a pro- curadoria apontou elementos mais do que suficientes, razoáveis, dematerialidade e autoria para o recebimento da denúncia contra Jair Messias Bolsonaro”, disse o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no Supremo, referindo-se à acu- sação apresentada no mês passado pelo procurador-geral da República, PauloGo- net. O relator votou para que Bolsonaro também responda, na condição de réu no Supremo, aos crimes de organização criminosa armada, dano qualificado pelo emprego de violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado. Se somadas, todas as penas superam os 30 anos de cadeia. Seguiramo relator osministros Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma, co- legiado composto por cinco dos 11 mi- nistros do Supremo onde tramita o caso sobre o golpe. Os ministros tambémdecidiram, por unanimidade, tornar mais sete aliados de Bolsonaro réus na mesma ação penal. Eles responderão pelos mesmos crimes imputados ao ex-presidente. A Primeira Turma considerou haver indícios suficientes de que os crimes im- putados existiram (materialidade) e foram praticados pelos denunciados (autoria), merecendo assim serem mais bem apu- rados. Os oito réus compõem o chamado “núcleo crucial” do golpe, entre as 34 pessoas que foramdenunciadas. São eles: Jair Bolsonaro, ex-presidente da Re- pública; Walter Braga Netto, general de Exér- cito, ex-ministro e vice de Bolsonaro na chapa das eleições de 2022; General AugustoHeleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional; Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência - Abin; Anderson Torres, ex-ministro da Jus- tiça e ex-secretário de segurança do Distrito Federal; Almir Garnier, ex-comandante daMa- rinha; Paulo Sérgio Nogueira, general do Exército e ex-ministro da Defesa; Mauro Cid, delator e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. ■ CRIMES POR UNANIMIDADE, TURMA DO STF TORNA BOLSONARO E MAIS 7 RÉUS POR GOLPE V Foto/ Antonio Augusto/STF
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