Diário do Amapá - 02/09/2025
A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) - considerado a inflação oficial do país - passou de 4,86% para 4,85% este ano. É a décima quarta redução seguida na estimativa, publicada no Boletim Focus desta segun- da-feira (1º). A pesquisa é divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC) com a expectativa de instituições fi- nanceiras para os principais indicadores econômicos. Para 2026, a projeção da inflação também caiu, de 4,33% para 4,31%. Para 2027 e 2028, as previsões são de 3,94% e 3,8%, respectivamente. A estimativa para este ano está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite in- ferior é 1,5% e o superior 4,5%. Em julho, pressionada pela conta de energia mais cara, a inflação oficial divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) fechou em 0,26%, sendo o segundo mês seguido de queda nos preços dos alimentos, o que ajudou a segurar o índice. No acumulado em 12 meses, o IPCA alcançou 5,23%, acima do teto da meta de até 4,5%. Juros básicos Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros - a Selic - definida em 15% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do BC. O recuo da inflação e o início da desaceleração da economia fizeram o colegiado interromper o ciclo de aumento de juros na última reunião, em julho, após sete altas seguidas na Selic. ■ IPCA Mercado financeiro reduz previsão da inflação para 4,85% MELHORIA DE RENDA Consumo em supermercados cresceu 4% em julho, aponta Abras O consumo nos lares brasileiros nos supermercados registrou alta de 4% em julho na comparação com o mesmo mês de 2024, de acordo com levantamento da As- sociação Brasileira de Supermercados (Abras), divulgado nesta quinta-feira (21). Em relação a junho, o crescimento do consumo foi de 2,4%, enquanto no acumulado do ano até julho, o indicador apresentou elevação de 2,6%. Os dados foram deflacionados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do Instituto Bra- sileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “O crescimento interanual de 4% reflete ummovimento sustentado pelamelhora da renda e domercado de trabalho. No recorte mensal, julho costuma apresentar retração por causa das férias escolares, quando muitas famílias optam por consumir fora de casa. Este ano, esse efeito foi menos intenso, tanto em relação a junho quanto ao mesmo período de 2024”, explicou o vice-presidente da Abras, Marcio Milan. Segundo a entidade, a elevação do consumo em julho está atrelada a indicadores do mercado de trabalho, como a melhoria da renda e a taxa de desemprego, que recuou para 5,8% no trimestre encerrado em junho, o menor nível desde 2012, contra 6,9% no mesmo período de 2024. Bolsa Família O levantamento da Abras mostra que a diminuição das pessoas beneficiadas pelo Bolsa Família em julho, em razão do aumento da renda familiar e da queda do desem- prego, não causou retração do consumo das famílias. Em julho, quase 1 milhão de famílias deixaram de receber o benef ício. ■ ● ● FALECOM0COMERCIAL E-mail: comercial.da@bol.com.br site: www.diariodoamapa.com twitter: @diariodoamapa Instagram: @diariodoamapa ECONOMIA P agar um café por Pix sem a neces- sidade de abrir o aplicativo do banco, aproximando o celular da maquininha. Aoperação hoje pode parecer corriqueira, mas o Pix por aproximação, lançado em fevereiro, exigiu não apenas o desenvolvimento de tecnologias. A as- sociação da conta do Pix à carteira virtual do celular envolveu troca confiável de in- formações entre comércio, bancos e a ad- ministradora da máquina. O compartilhamento de dados entre instituições financeiras de todos os tipos é o conceito central por trás do open fi- nance, que completou cinco anos na se- mana passada. Em todos os casos, cabe ao usuário autorizar a utilização das in- formações pessoais por terceiros, podendo cancelá-la quando quiser. Tudo regulado pela Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). O open finance está mais presentes na vida do correntista do que aparenta. O sistema foi essencial para o desenvolvi- mento do Pix automático, lançado em ju- nho, modalidade que substituirá o boleto bancário. Para autorizar a cobrança pe- riódica por empresas, basta o correntista entrar no aplicativo do banco uma única vez e consentir o acesso a seus dados fi- nanceiros. O mesmo ocorre com a consulta dos saldos de contas em diversas instituições numa mesma tela. Ou com a oferta de operações de crédito com juros mais baixos a bons pagadores, com o open fi- nance aumentando a taxa de aprovação dos tomadores de crédito em até 30%. Desde abril de 2023, as instituições podem compartilhar dados sobre investimentos, câmbio, seguros, previdência privada, ca- pitalização e credenciamento. Obstáculos Segundo a Associação dos Iniciadores de Transação de Pagamento (Init), a ex- pansão do open finance enfrenta dois principais gargalos. Oprimeiro é o aumento no sucesso da taxa de conversão dos pa- gamentos. Atualmente, segundo a entidade, de 50% a 60% das operações feitas pelo open finance não apresentam erros. “O desafio é elevar essa taxa para 99,5%, como ocorre com os cartões de crédito e débito”, diz Gustavo Lino, diretor executivo da Init. Apesar dos problemas de erro ou de transações que não conseguem ser com- pletadas, Lino diz que o open finance tem se reveladomais seguro que as transações com cartões bancários. “A segurança das transações no open finance é excelente. Os casos de fraude e golpes são ínfimos”, ressalta. Lino cita o Pix por aproximação, em que o cliente pode conferir, na tela do ce- lular, o valor digitado pelo comerciante antes de aproximar o aparelho. Nos cartões de crédito e débito por aproximação, o valor precisa ser conferido na máquina do estabelecimento. As iniciadoras de pagamentos são em- presas autorizadas pelo BC a iniciar tran- sações sem deter recursos das contas en- volvidas. Elas facilitam a comunicação entre instituições financeiras e possibilitam aos usuários realizar pagamentos e trans- ferências sem acessar diretamente o apli- cativo da instituição financeira. Pessoas jurídicas Outro gargalo está na adesão das em- presas ao compartilhamento de dados. Segundo a AssociaçãoOpen Finance Brasil (AOF), entidade privada que reúne os tipos de empresas do setor e participa das discussões com o BC, houve, em 2024, 40,8milhões de consentimentos de pessoas f ísicas como receptores e 37,6 milhões como transmissores de dados. Cada indi- víduo pode fazer mais de um consenti- mento. ■ MAIOR ADESÃO DE EMPRESAS É DESAFIO PARA EXPANSÃO DO OPEN FINANCE V Foto/ Marcello Casal jr/Agência Brasil LGPD | ECONOMIA | DIÁRIO DO AMAPÁ 7 TERÇA-FEIRA | 02 DE SETEMBRO DE 2025
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