Diário do Amapá - 11/09/2025

Cerca de 6,55 milhões de famílias deixaram a linha da pobreza nos últimos dois anos. Em termos in- dividuais, essas famílias representam um contingente de 14,17 milhões de pessoas. A constatação está em uma análise de famílias inscritas no Cadastro Único (CadÚnico) e divulgada pelo Ministério do Desenvolvimento Social (MDS). OCadÚnico considera como linha da pobreza famílias com renda de até R$ 218 por pessoa. Em 2023, o cadastro tinha 26,1 milhões de famílias nessa faixa de renda. Em julho de 2025, a quantidade foi reduzida para 19,56 mi- lhões, diminuição de 25%. Para o titular do MDS, ministro Wellington Dias, há uma combinação de desenvolvimento econômico e so- cial. “As pessoas estão saindo da pobreza, seja pelo trabalho ou pelo empreendedorismo", diz. O cadastro do governo terminou julho deste ano com 41,6 milhões de famílias, o que significa 95,3 milhões de pessoas. O ministério classifica os inscritos no CadÚnico em três faixas de renda mensal por pessoa: • situação de pobreza: até R$ 218 • baixa renda: entre R$ 218,01 e meio salário mínimo (R$ 759) • renda acima de meio salário mínimo O CadÚnico funciona como porta de entrada para benef ícios do governo, como o Bolsa Família. No caso do programa de transferência de renda, a principal regra para ter direito é que a renda de cada pessoa da família seja de, no máximo, R$ 218 por mês. ■ DESENVOLVIMENTO SOCIAL Mais de 6,5 milhões de famílias deixaram linha da pobreza em 2 anos ● ATIVIDADE INDUSTRIAL Faturamento da indústria subiu 5% em 2025, mostra CNI O faturamento da indústria brasileira aumentou 5,1% nos primeiros sete meses deste ano, na com- paração com o mesmo período de 2024, segundo dados divulgados nesta terça-feira (9) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Se considerado somente o mês de julho de 2025, o faturamento da indústria cresceu 0,4% em relação a junho do mesmo ano e caiu 1,3% frente a julho de 2024. O emprego industrial também cresceu no acumulado do ano, de janeiro a julho: houve alta de 2,3%, em com- paração a igual período de 2024. Em julho, o indicador teve elevação de 0,2%, em comparação a junho, e de 2,3%, em relação a julho de 2024. “Omercado de trabalho se encontra bastante aquecido, com crescimento da ocupação e um ambiente de taxas de desemprego batendo mínimas históricas. Isso tem gerado uma pressão sobre os rendimentos do trabalhador e acontece na economia como um todo”, destaca a espe- cialista em Políticas e Indústria da CNI, Larissa Nocko. Já a utilização da capacidade instalada (UCI) apre- sentou novo recuo em julho. Desde abril de 2024, quando o indicador alcançou 79,7%, observa-se uma trajetória descendente. Em julho de 2025, o nível de utilização caiu para 78,2%, 1,6 ponto percentual abaixo do registrado no mesmo mês de 2024. De acordo com a CNI, o movimento é causado prin- cipalmente pela manutenção de uma política monetária restritiva, com juros altos, que, ao conter o crédito e a demanda, reflete diretamente no ritmo da atividade in- dustrial. ■ ● FALECOM0COMERCIAL E-mail: comercial.da@bol.com.br site: www.diariodoamapa.com twitter: @diariodoamapa Instagram: @diariodoamapa ECONOMIA | ECONOMIA | DIÁRIO DO AMAPÁ 7 QUINTA-FEIRA | 11 DE SETEMBRO DE 2025 A inflação apurada pelo Índice Índice Nacional de Preços ao Consumi- dor (INPC) fechou o mês de agos- to em -0,21%. Resultado é a primeira de- flação ─ queda média de preços ─ desde agosto de 2024, quando registrou -0,14%. Agosto marca também o sexto mês seguido com perda de força do INPC. Em fevereiro, o índice chegou a bater 1,48%. Em julho fechou em 0,21%. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No acumulado de 12 meses, o índice alcança 5,05%, abaixo dos 5,13% dos 12 meses terminados em julho. Usado para reajustes O INPC é muito utilizado como in- dexador para cálculo de reajuste anual de salários de diversas categorias. O salário mínimo, por exemplo, além de outras métricas, leva o INPC anual de novembro para se chegar ao valor no ano seguinte. O seguro-desemprego, o benef ício e o teto do INSS são reajustados com base no resultado de dezembro. Luz e comida Em agosto, habitação foi o grupo que mais ajudou a derrubar a inflação. Ela caiu -1,04%, representando impacto de - 0,18 ponto percentual (p.p.) no INPC. Grande parte desse alívio foi provocada pela conta de luz, que registrou redução de 4,32%. A explicação principal está no Bônus Itaipu, desconto que as famílias receberam na conta de luz que compensou a bandeira tarifária vermelha 2, que adiciona R$ 7,87 na conta de luz a cada 100 Kwh consumidos. O segundo maior impacto negativo na inflação foi o preço dos alimentos, que recuou 0,54% emmédia (-0,13 p. p.). Foi a terceira deflação seguida desse grupo de preços. Perfil do INPC O INPC apura a inflação para as fa- mílias com renda até cinco salários mí- nimos. Essa é a principal diferença para o Índice Nacional de Preços ao Consu- midor Amplo (IPCA), conhecido como inflação oficial, responsável por medir a evolução do custo de vida de famílias com renda de um a 40 salários mínimos. Atualmente o mínimo é R$ 1.518. O IBGE divulgou, também nesta quarta-feira, que o IPCA registrou -0,11% em agosto. O instituto confere pesos diferentes aos grupos de preços pesquisados. No INPC, por exemplo, os alimentos repre- sentam 25% do índice, mais que no IPCA (21,86%), pois as famílias de menor renda gastam proporcionalmente mais com co- mida. Na ótica inversa, o preço de pas- sagem de avião pesa menos no INPC do que no IPCA. De acordo com o IBGE, a apuração do INPC “tem por objetivo a correção do poder de compra dos salários, por meio da mensuração das variações de preços da cesta de consumo da população assalariada commais baixo rendimento”. A coleta de preços é feita em dez re- giões metropolitanas: Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre. Além de Brasília (DF) e das capitais Goiânia (GO), Campo Grande (MS), Rio Branco (AC), São Luís (MA) e Aracaju (SE). ■ ÍNDICE QUE CORRIGE SALÁRIOS, INPC ACUMULA 5,05% EM 12 MESES DEFLAÇÃO V Foto/ Arquivo/Tânia Rêgo/Agência Brasil

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