Diário do Amapá - 21 e 22/09/2025
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta sexta-feira (19) que não irá a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), que ocorrerá de 22 a 26 de setembro, nos Estados Unidos, em razão da possibilidade de o Congresso Nacional colocar em votação a reforma do imposto de renda. “Eu vou permanecer no Brasil emvirtude dessa possibi- lidade. Nós entendemos que, possivelmente, os líderes se reúnamnaCâmara [dosDeputados] para julgar a conveniência e a oportunidade de levar a plenário na semana que vem. Eu estou ficando [no Brasil] um pouco em função disso”, afirmou, em entrevista na capital paulista. ACâmara dos Deputados poderá colocar em votação o projeto de lei que isenta do Imposto de Renda (IR) quem ganha até R$ 5 mil. A matéria prevê também redução parcial do imposto para quem recebe entre R$ 5 mil e R$ 7.350. Estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) estima que a mudança pode ampliar de 10 milhões para 20 milhões o total de tra- balhadores isentos. Já a redução parcial deve alcançar 16 milhões de pessoas. Atualmente, é isento de pagar o imposto de renda quem ganha até dois salários mínimos (R$ 3.036 por mês). Em agosto, a Câmara dos Deputados aprovou, por una- nimidade, o requerimento de urgência do projeto de lei, ou seja, o que possibilita o texto ser votado em plenário. ■ REFORMA Haddad não vai à ONU para acompanhar possível votação de isenção do IR ● FALECOM0COMERCIAL E-mail: comercial.da@bol.com.br site: www.diariodoamapa.com twitter: @diariodoamapa Instagram: @diariodoamapa ECONOMIA | ECONOMIA | DIÁRIO DO AMAPÁ 7 DOMINGO E SEGUNDA-FEIRA | 21 E 22 DE SETEMBRO DE 2025 A pós perder o filho de 2 anos e 4 meses por negligênciamédica, Eve- lin de Moura Nascimento, de 38 anos, diz que transformou o luto em luta. Por causa da morte do filho, resolveu criar um projeto para acolher famílias vítimas de negligência médica. Evelin deu ao projeto o nome “Mufi”, que significa mais um futuro. Assim, co- meçou a confeccionar camisas. Formada em técnico de produção de moda, fez o curso de capacitação na con- fecção de camisas no projeto Mulher Po- tência Empreendedora, do Instituto da Providência. “O curso me ajudou muito nessa fase de perda de um filho, me senti muito acolhida. OMufi virou uma marca e agora vou criar peças buscando justiça pelo meu filho”. “Essa luta tambémé emprol daminha filha de 1 ano e 11 meses para mostrar que, a partir de um luto, a vida não acaba, se inicia um outra”, afirmou. Mulheres empreendedoras Evelin foi uma das 260 mulheres em- preendedoras do projeto que se formaram nesta quinta-feira (18), no Teatro Bangu Shopping, na zona oeste do Rio de Janeiro. Elas cursaram aulas nos setores de gas- tronomia, moda e beleza por nove meses para estarem aptas a abrir seus negócios. Desde 2022, a iniciativa atendeu a 1,7 mil mulheres e gerou 684 novos negócios. Segundo a diretora executiva do Ins- tituto da Providência, Maria Garibaldi, são 260 mulheres que agora conseguem olhar para a frente e ver sua trajetória como empreendedoras, donas dos seus negócios, autônomas e gerando renda. “As mulheres continuam com men- torias para abertura dos negócios. São mulheres dos 18 aos 60 anos, em situação de vulnerabilidade, residentes na zona oeste do Rio. São mulheres que hoje não geram renda e depois vão ter um aumento exponencial da renda. Isso melhora a renda da família e faz comque ela consiga proporcionar educação, saúde e lazer para sua família”, disse a diretora. Raquel Baltar de Paula, de 40 anos, lembra que o marido e o filho de 20 anos foram demitidos na mesma época e as contas da família apertaramcomo aluguel e o cuidado com o outro filho de 2 anos. Para ajudar na renda familiar, Raquel co- meçou a trabalhar na produção de salgados de um buffet. “Então eu vi como uma oportunidade de, em vez de ser funcionária, eu poderia comprar salgados para revender. E foi assim que a minha história começou”, contou. Raquel lembra que o negócio começou a se expandir. Depois das vendas na rua, passou a vender no bairro inteiro, em Ja- carepaguá, na comunidade do Tanque, e como começou a tomar gosto pelo negócio, resolveu procurar cursos para se capaci- tar. “Eu conheci o projeto e fiz a inscrição. Fui chamada, e agora eu posso dizer que foi a melhor coisa da minha vida que me aconteceu. Conhecer o projeto, aprender a técnica de doces e salgados. Tive profis- sionais maravilhosos ali, me ajudando, me apoiando, a questão da rede de apoio tambémcomomeu bebê foi fundamental”, destaca Raquel. Ela diz com orgulho que começou a deslanchar e já sabe fazer seus próprios salgados, em vez de comprá-los para re- vendê-los na rua. “Já estou tendo renda. Durante um tempo, eu fui a provedora do meu lar. Meu filho, de 20 anos, vende os salgados na rua também. Só falta meu esposo vir também. Eu quero deixá-lo na parte ad- ministrativa do negócio”, disse. ■ ONG AJUDA MULHERES A SAIR DA VULNERABILIDADE E VIRAR EMPREENDEDORAS PROGRAMA V Foto/ Tânia Rêgo/Agência Brasil
RkJQdWJsaXNoZXIy NDAzNzc=