Diário do Amapá - 25/09/2025
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse esperar que a nova faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil mensais seja san- cionada até outubro pelo presidente Luiz Inácio Lula da Sil- va. Em entrevista ao portal ICL Notícias, nesta terça-feira (23), o ministro disse que o combate à desigualdade social é fator primordial para o desenvolvimento do Brasil, o que reforça o posicionamento do governo federal em favor da ampliação da faixa de isenção. Se tudo der certo, disse o ministro, “20 milhões vão deixar de pagar IR durante este mandato. Já atualizamos a faixa de isenção por três vezes neste governo. Em um mandato, passamos de uma faixa de R$ 1,9 mil [de isenção] para R$ 5 mil. Nunca houve isso”. Na avaliação de Haddad, a reforma do Imposto de Renda é a primeira real tentativa do Estado brasileiro para mexer no tema da desigualdade. “Além disso, a renda teve um aumento, em3 anos, de 18% acima da inflação. Não sou eu quem está dizendo. São dados do IBGE. É o maior aumento de renda desde o Plano Real.” “Uma coisa é combater a miséria, e o presidente Lula está fazendo isso pela segunda vez, ao tirar o Brasil domapa da fome. Agora, o tema da desigualdade, raramente foi tocado. Estamos entre os piores dez países em termos de distribuição de renda.” O ministro destacou que, atualmente, o país ainda tem mais de R$ 600 bilhões em renúncias fiscais. “Na minha opinião, esse é omaior escândalo. Nós conseguimos reverter R$ 100 bilhões e foi essa crítica toda ao governo, uma renúncia que já estava batendo em R$ 700 ou R$ 800 bilhões". Ele disse que o objetivo do governo é diminuir o imposto sobre o consumo ao cobrar mais imposto de renda dos ricos. ■ REFORMA Isenção do IR até R$ 5 mil deve ser sancionada em outubro ● ABAL Vendas de produtos de alumínio crescem 3%; exportações caem 11% As vendas de produtos de alumínio totalizaram 1.040,9 mil toneladas no primeiro semestre de 2025, uma alta de 2,9% sobre o registrado em igual período de 2024. As vendas internas foram de 947,9 mil toneladas (alta de 4,6%) e as exportações, 93 mil toneladas, uma queda de 11% em relação aos seis primeiros meses do ano passado. Os dados são da Associação Brasileira do Alumínio (ABAL). “Os números confirmam a resiliência da indústria brasileira do alumínio, mesmo em um cenário global marcado por desafios como o tarifaço e a desaceleração da economia mundial. Ainda assim, é importante destacar que já observamos sinais de arrefecimento na demanda, o que reforça a necessidade de mantermos atenção re- dobrada ao contexto internacional e às políticas comerciais que impactam diretamente nossa competitividade”, afirmou a presidente-executiva da ABAL, Janaina Do- nas. Em agosto, os Estados Unidos aliviaram parte das sanções a produtos brasileiros que levam alumínio, aço ou cobre na sua composição. A medida alcança pouco mais de 6% das exportações que eram sobretaxadas e unificou essas tarifas para o mundo todo. Entre os segmentos que mais cresceram no primeiro semestre, destacam-se o de eletricidade, com aumento de 18% nas vendas, principalmente pelo significativo au- mento da demanda por cabos elétricos para transmissão e distribuição de energia; embalagens, com elevação de 7%; e transportes, com alta de 2,4% impulsionada pelas vendas de implementos para caminhões. ■ ● FALECOM0COMERCIAL E-mail: comercial.da@bol.com.br site: www.diariodoamapa.com twitter: @diariodoamapa Instagram: @diariodoamapa ECONOMIA | ECONOMIA | DIÁRIO DO AMAPÁ 7 QUINTA-FEIRA | 25 DE SETEMBRO DE 2025 E m dois anos, o número de empresas com atuação na área industrial que utilizam a tecnologia de inte- ligência artificial (IA) mais que dobrou e apresentou um salto de 163%. A quan- tidade passou de 1.619 em 2022 para 4.261 em 2024. No primeiro semestre do ano passado, 41,9% das empresas industriais pesqui- sadas faziam uso da IA, enquanto essa marca era de 16,9% dois anos antes. A constatação está na Pesquisa de Inovação Semestral (Pintec), divulgada nesta quarta-feira (24) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento foi feito com uma amostra de 1.731 empresas da área industrial, em um universo de 10.167 companhias com 100 ou mais emprega- dos. O levantamento foi financiado pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), uma organização bra- sileira sem fins lucrativos. O estudo teve apoio técnico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O gerente de pesquisas temáticas do IBGE, Flávio José Marques Peixoto, as- socia o avanço da IA ao maior uso das chamadas IAs generativas. “Aquelas que criam conteúdos, texto, imagens”, diz. Ele contextualiza que, entre as duas pesquisas, houve o lançamento, em no- vembro de 2022, e a difusão, em 2023, do ChatGPT, software de IA que simula conversas e cria conteúdos. “Eu diria que está relacionado com esse aumento maior, dessa disponibilidade”, assinala. Flávio Peixoto lista uma série de ou- tras formas de inteligência artificial que ganharam espaço nas empresas indus- triais, como mineração de dados, reco- nhecimento de fala, reconhecimento de processo de imagem, geração de lingua- gem natural (GLN), o aprendizado de máquina (machine learning), a automa- tização de processos e fluxos de traba- lho. “Uma que é particularmente inte- ressante na indústria é a manutenção preditiva, uso de IA dentro do sistema de produção, na movimentação f ísica de máquinas, tomada de decisões, meio que de forma autônoma”, descreve. Perfil das empresas O IBGE identificou que o uso da IA se torna mais comum à medida que au- menta o tamanho da empresa. Nos ne- gócios com 500 ou mais empregados, 57,5% das empresas utilizam IA, supe- rando a marca das companhias de 250 a 499 funcionários (42,5%) e das com 100 até 249 trabalhadores (36,1%). Dentro das empresas, as áreas que mais utilizavam IA eram administração (87,9%) e comercialização (75,2%). O IBGE mapeou as áreas de ativida- des nas quais a IA é mais presente. No topo do ranking figuram: Equipamentos de informática, ele- trônicos e ópticos: 72,3% usam Máquinas, aparelhos e materiais elé- tricos: 59,3% Produtos químicos: 58% Dos 25 ramos pesquisados, os três com menos uso de IA são: Fumo: 22,9% das empresas utilizam Couro: 20,7% Manutenção, reparação e instalação de mecanismos e equipamentos: 19,2% Tecnologias digitais avançadas O estudo revela que 89% das empre- sas industriais (9.054) utilizam alguma tecnologia digital avançada. ■ NÚMERO DE EMPRESAS INDUSTRIAIS QUE USAM IA CRESCE 163% EM DOIS ANOS TENDÊNCIA ABSOLUTA V Foto/ Rawpick/Freepick
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