Diário do Amapá - 02/04/2020

LUIZ MELO Diretor Superintendente ZIULANAMELO Diretora de Jornalismo Circulação simultânea em Macapá, Belém, Brasília e em todos os municípios do Amapá. Os conceitos emitidos em artigos e colunas são de responsabilidade dos seus autores e nem sempre refletem a opinião deste Jornal. Suas publicações são com o propósito de estimular o debate dos problemas amapaenses e do país. O Diário do Amapá busca levantar e fomentar debates que visem a solução dos problemas amapaenses e brasileiros, e também refletir as diversas tendências do pensamento das sociedades nacional e internacional. ZIULANAMELO Editora Chefe MÁRLIO MELO Diretor Administrativo DIÁRIO DE COMUNICAÇÕES LTDA. C.N.P.J: 02.401.125/0001-59 Administração, Redação e Publicidade Avenida Coriolano Jucá, 456 - Centro CEP 68900-101 Macapá (AP) www.diariodoamapa.com.br om origem na cidade deWuhan, na Chi- na, o covid-19 já se espalhou por 199 paí- sese territórios, tendocontaminado quase 740 mil pessoase levado à morte,até agora, cer- ca de 35 mil. Infectologistas alegam que, por não haver ainda uma vacina que ofereça imu- nidade contra o vírus, a melhor medida a ser tomada é o isolamento. Nesse sentido, empresas do mundo todo estão estimulando o trabalho home office sempre que possível. Há uma semana isso já vem sendo feito em São Paulo, mas a iniciativa tem esbarrado num problema sério: muitos funcionários não têm notebooks em suas casas e praticamente não há maisbons equipamentos à venda, já que grande parte vem da China e o risco é grande. Como resultado, muitos empresários estão prevendo queda brusca de receita, perda de clientes e demissões.Alguns anteciparam fériascoletivas, mas todos seguem em busca de soluções para evitar o colapso econômico. Comprometida com a situação dos clientes e do país, uma equipe da Online Data Cloud - empresa que atua há 25anos no segmento deTI - ressuscitou uma solução que não é nova,masestava esquecida pelafaci- lidade com que aspessoas têmhoje de adquirir um computador pessoal: o desktop virtual. "Essa solução não atende somente à falta de notebooks nomercado,masprincipalmente per- miteaocolaboradoracessaroambiente da empresa com todas as aplicações existentes.Ouseja,mesmoremotamen- te, ao olhar para a tela do computador, é como se ele estivesse em sua mesa de tra- balho,com todososdadosde queprecisa para dar continuidade a suasatividades de rotina. E o melhor: as equipes internas de TI não precisam sedeslocarpara realizarainstalação",dizAdriano Filadoro, diretor-presidente da empresa. Filadoro explica que o desktop virtual pode ser entregue em qualquer dispositivo e em qual- quer lugar do planeta - favorecendo muito empresascomunidades emoutrospaíses. "Com essa solução, maisasferramentasde colaboração que permitem reuniões virtuais, praticamente inexistem curva de aprendizado e período de transição. É possível trabalhar efeti- vamente de casa desde já.O cliente cria uma máquina-padrão, com todas as aplicações e dados da empresa, e ela poderá ser duplicada em quantas máquinas for necessário. Também podemos deixar desktops em nuvem em compasso de espera, para que sejam ativados de acordo com a neces- sidade dosclientes.Isso é especialmente importante para aquelaspessoas que ainda estão trabalhando emposições-chavedentro das organizações. Com esse recurso, elas podem deixar o escritório e continuar seu traba- lho perfeitamente de casa, de onde pararam, sem perdas de dados ou problemas de continuidade". De acordo com o executivo da Online Data Cloud, assim que a ameaça deixar de existir e as pessoas retornarem aoambiente corporativo, nada do que fizeram em sistema home office será per- dido. "Com esse nível de segurança e eficiência, é o melhor que se pode oferecer em momentos de crise como o atual". oucomaisde ummês apósa confirmação do primeiro caso do novo coronavírus no Brasil, microempreendedores começam a sentir ainda mais osefeitos da pandemia.Para evitar aglomerações e a possibilidade de o vírus se espalhar mais rapidamente, governadores e prefeitos restringiram a circulação de pessoas e o funcionamento do comércio em shoppings, lojas de rua e salões de beleza, por exemplo. Francielson da Silva Lima, 32 anos, é dono de um salão de beleza no Distrito Federal. Ele trabalha com outrosdoisfuncionários, que foram dispensados, já que o espaço está fechado desde o último decreto do governador do DF, Ibaneis Rocha. O microempreendedor afirma que não pode pagá-los durante a quarentena, pois traba- lham em regime de comissão e, se não há clien- tes, não há dinheiro. Quando questionado sobre o que fará para se sustentar e manter o negócio caso o governo amplie o decreto, ele responde: “Deusproverá”. Francielson tem incerteza quanto ao futuro. “Se decretou que fechou o comércio, então não é que diminuiu o trabalho, acabou o trabalho. Não tem trabalho. Eu tinha, aproximadamente, de 150 a 200 clientes por mês, dependendo do flu- xo. Quanto mais tempoficar fechado, mais pre- juízo a gente vai ter, porque como vamos arcar com as nossas despesas, né?”. Depois de o Governo Federal anunciar um financiamento para socorrer pequenas e médias empresas(saibamais,abaixo)a expectativa agora é de que novas medidas ocorram para ajudar os microempreendedores individuais (Mei), e as microempresas, como a de Francielson. De acordo com o Sebrae (Serviço Brasileiro deApoio às Micro e Peque- nas Empresas), são 9,7 milhões de Meis e 7,5 milhões de microempre- sas, o que totaliza cerca de 17,2 milhões de micronegócios, em todo o país. Enquanto o governo não anuncia algum programa para esse setor, Ale- xandre Arci, economista, diz que o momentoé de reflexão. Ele aconselha tra- balhadores, famílias e empresários a reverem o orçamento e se prepararem para momentos de crise, como este causado pela pandemia do coronavírus. “O cidadão brasileiro e mundial tem que se preocupar com educação financeira, em sempre ter uma reserva de emergência, se preocupar em não ter dentro do orçamento des- perdício.Tem que temum fundo de emergência para que atravesse momentos como esse, caso ocorram, como menos trauma, menos risco e menos dor”. Os decretos que proíbem aglomerações e o funcionamento de diversos estabelecimentos não afetam,apenas, os comerciantes que tiveram de fechar as portas. A pandemia do novo coro- navírus prejudica, também, os chamados servi- ços essenciais, como aqueles do ramo de ali- mentação. É o caso de Luísa Rodrigues.Aempreende- dora é dona de uma padaria, que tem 26 cola- boradores. Duas funcionárias, inclusive, tive- ram as férias adiantadas por fazerem parte do grupo de risco. Luísa sugere que os boletos tivessem seus prazos de pagamento prorroga- dos, pois com a queda nas vendas, há menos dinheiro para pagar os fornece- dores e as despesas com água e luz, por exemplo. Mesmo aberta, a padaria já regis- tra prejuízos que vão impactar em quase 50% do faturamento mensal. Segundoela, asvendascaírambastan- te, porque há menos pessoas nas ruas. Por enquanto, o serviço de entrega não dá os mesmos resultados. Apesar disso, ela não tem intenção de demitir nenhum fun- cionário. “As pessoas têm ficadomaisem casa. Omovi- mento diminuiubastante. Em termos financeiros, diminuiu mais de 40% das vendas. Isso dá mais ou menos cinco mil reaispor dia. No final do mês vão ser 150 mil a menos na venda. Se continuar nesse ritmo a gente vai ter um prejuízo muito grande”. Para tentar diminuir o impacto na economia brasileira, o Banco Central anunciou, na última sexta-feira (27), uma linha de créditoemergencial de R$ 40 bilhões para que pequenas e médias empresas consigamquitar as folhasde pagamento pelos próximos dois meses. O programa se destina exclusivamente para pagar o salário dos funcionários das empresas que faturam entre R$ 360 mil e R$ 10 milhões, e tem, como contrapartida, a exigência de que o empresário que fizer o empréstimo não demita o funcionáriono períodode doismeses.O programa é limitado a dois salários mínimos mensais por funcionário, hoje equivalente a R$ 2.090.

RkJQdWJsaXNoZXIy NDAzNzc=