Diário do Amapá - 02/04/2020

asd azul 3>6 magenta 4>8 Jurista renomado, pro- fessor e deputado federal, nessa ordem, Luiz Flávio Gomes, 62 anos, morreu na manhã desta quarta, 1º. Com a retirada total do navioAnna Karoline 3do fundo do rio Amazonas, no trecho onde naufragou há um mês, renovam-se asesperanças de familiares de passageiros desa- parecidos de que corpos sejamencontrados nasdependências da embarcação que ainda não foram vistoriadas. A SESA atualizou na quarta-feira (1) os números do covid-19 em todo o estado. São 11 casos confirmados (todos em Macapá) e 444 casos suspeitos em 11 dos 16 municípios, sendo que 368 deles foram registrados em Macapá. Santana contabilizouna última semana uma diminuição significativa no número de casos suspeitos do covid-19. Com isso, a prefeitura local e a secre- taria municipal de saúde intensificamreco- mendações pelo isolamento social e pela prevenção para deter o coronavírus dentro dos limites do município. O presidente do Tjap, João Lages, segunda pessoa a ser diagnosticada com o covid-19no estado, divulgouna quar- ta-feira (1), umvídeo noqual afirma estar curado da doença ao mesmo tempo em que reforça a importância do isola- mento social, fator que segundo ele garantiu a sua cura. Depoisdos profissionais da saúde nocombate ao covid- 19, agora são policiais e bombeiros militares que reclamam da falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s). Aescassez dos equipamentos coloca esses profissionais em risco iminente de infecção pelo coronavírus. Luiz Flávio Gomes era amigão de Randolfe Rodrigues, que chegou a trazê-lo para palestras em Macapá, quando concedeu entrevista à Diário FM. Na avaliação de Randolfe, o Brasil perde uma mente brilhante, uma inteligência fora docomum e um intelectual como poucos. Por decisãodopresidente doTjap, JoãoLages, o coman- dante do navio Karoline, Paulo Márcio Queiroz, foi solto por habeas corpus da defesa. Aprisãofoi efetuada em 26/03 soba justificativa de que o acusado estava deliberadamente atrapalhando as investi- gações. Na terça-feira (31), o MP-APconcedeuparecer para que a Prefeitura de Santana utilize recursosdo“Acordode Com- posição” feitocom aAnglo Ferrous Brazil para a reparação de danos socioambientais causados pelo desabamento do terminal portuário da empresa no município. LFG, comoera carinhosamente chamadonoparlamento, morreu de leucemia aguda, doença contra a qual já vinha lutando desde setembro, quando pediu afastamento da Câmara Federal, em Brasília. Embora pré-candidato à prefeito de Macapá, Marcos Roberto tem o entendi- mento de que o pleito deve ser adiado e queas atençõese esforços devemser vol- tados para o combate ao covid-19. Para ele, a união de esforços é mais do que nunca necessária e a disputa política pode ficar pra depois. Depois das pressões intermináveis da oposição, gover- nadores, prefeitos, secretários de saúde e da imprensa, o presidente Bolsonaro sancionou na noite de quarta-feira (1) o auxílio emergencial de 600 reais para os trabalhadores informais durante a pandemia do covid-19.Até que enfim. Com o mundo sendo sacudido pelo covid-19, o calen- dário brasileiro vai aos poucos se adequando aos tempos de coronavírus. MP-AP está movendo campanhas para arrecadar doa- ções, especialmente EPI e material de limpeza, para apoiar profissionais de áreas essenciais, como saúde e segurança pública, que seguemna linha de frente no combate ao coro- navírus. O imposto de renda não ficou imune à pandemia e o prazo limite de entrega da declaração anual, que seria até 30 de abril, foi prorrogado até 30 de junho. Tem gente comemorando. Com o covid-19, a corrida ao Laurindo Banha teve um “pit stop” paraque as atenções se voltassem paraa pandemia. A atitude dos concorrentes não seria outra, afinal, pegaria muito mal a continuação das articulações para as eleições emmeio à disseminação do coronavírus. Depois retomam- se os diálogos. Pastoral Carcerária Nacional divulgou mais uma nota para expressar sua grande preocupação com o estado de saúde dos detentos emmeio à crise provocada pela difusão do novo coronavírus. Outra nota alertava que, “se o vírus se espalhar pelas prisões brasileiras, as consequências serão desastrosas. 80% dos casos de coronavírus têm sintomas leves, como uma gripe; no entanto, os presos e presas pos- suem imunidade muito baixa por conta dascon- dições degradantes existentes no cárcere”. Desta vez, a Pastoral denuncia os obstáculos que gestores de prisões espalhados pelo Brasil impõem para a entrada de alimentos límpidos, materiaisdehigienepessoal,delimpezaedemedi- camentos. “Desde o surgimento de sua moderna arquitetura segregadora e impenetrável, a prisão semprefoi utilizadaeconstruídapara gerar epro- duzir doenças. Curar nunca foi o objetivo.” APastoral registra relatos de vários Estados brasileiros,comoAmazonas,Minas Gerais,São Paulo e Rio de Janeiro. Além de perpetuar oquadrode insalubridade, prosseguem os maus-tratos: “Não é porque há uma pandemia em curso que as torturas e vio- lências atrás dos muros das prisões pararam”. Outra denúncia feita é com a falta de notícias e informações. “A Pastoral Carcerária, apesar de ter sua atuação restrita nesse momento por conta da quarentena instaurada e da proi- bição às visitas, enxerga que seus agen- tes têm uma importante função de dia- logar com os familiares para saber como a situação nas prisões está, denunciar eventuais torturas e irre- gularidades, e também auxiliar como for possível para amenizar o sofri- mento do cárcere.” Leia aqui a nota: A Campanha da Fraternidade deste ano nos convida a abrir os olhos, sentir compaixão e cuidar do próximo.No bojo da atual pandemia que provoca o isolamento social das pessoas, isso é mais do que fundamental; no entanto, o cárcere escancara e expõe, mais uma vez, suas ferramentas e tecnologias de tor- tura, adoecimento e domínio sobre o corpo des- cartado e marginalizado. Desde o surgimento de sua moderna arqui- tetura segregadora e impenetrável, a prisão sem- pre foi utilizada e construída para gerar e pro- duzir doenças. Curar nunca foi o objetivo. Isso porque a morte por enfermidades é – com base no senso comum, guiado pela mídia punitivista – natural, razão pela qual não haveria nexo cau- sal de responsabilização entre o dano à saúde e a ação/omissão daqueles que possuem o poder- dever de custodiar presos e presas. Masa gestão prisional neste período de crise dosistemade saúde mostraque há, sim, nexo causal entre doença e escolha política. Opoderestatal anun- cia que está fornecendo,regularmente, produtos para manter a salubridade dascelas. Mas a realidade mostra que gestores de prisões espalhados pelo Brasil escolheram aumentar onúmero de obstáculospara a entrada de alimen- tos límpidos, materiais de higiene pes- soal, de limpeza e de medicamentos. No Amazonas há relatos de problemas na alimentação, e por causa da escassez e da falta de salubridade do alimento, isso provoca redução vitamínica no corpoe, consequentemen- te, diminuição da imunidade fisiológica. O gosto da podridão é imperioso. EmMinas Gerais, também recebemos denún- ciasde proibiçãoda entrega de mercadoriaspelos familiares. Produtos de higiene pessoal e de lim- peza são constantemente barrados na porta das cadeias. Questiona-se: como prevenir a entrada de doenças no cárcere, como o coronavírus, ou reduzir os sintomas – ou permitir a cura – sem alimentos saudáveis, materiais de higiene e pro- dutosde limpeza? Evidencia-se, com isso,a face doentia da prisão. Oiapoque era consideradoo ponto de irradiaçãodocoro- navírus para todo o estado devido à fronteira com a Guiana Francesa e suas mazelas. Com um mês de pandemia, 12 casos suspeitos e nenhum caso confirmado até quarta-feira (1), o município contraria as previsões até então sombrias para sua gente.

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