Diário do Amapá - 09/04/2020

asd azul 3>6 magenta 4>8 Não é só o ministro Mandetta (Saúde) que con- sidera imprudente afirmar que a cloroquina é o "santissimoremé- dio" pra debelar o Coronavirus. Sãovários pesquisadoresdomundo, dentre eles inclusive cientistas de Israel e australianos, que defendem uma asso- ciação de medicamentos para vencer a doença. Segundo a Veja, em conversa recente, Bolsonaro teria dito para Luiz Henrique Mandetta: “Só toma cuidado com uma coisa. Você vai salvar opessoal da gripe, masvai matar o pessoal de fome”. De acordo com o GEA, Amapá chega a 107 casos con- firmados de coronavírus. Agora são 525 descartados e 670 suspeitos em investi- gação. Números realmente assustam. Decreto de WGóes determina ponto facultativo nas repartições públicas esta- duais, no dia 9 de abril de 2020, quinta- feira santa. O mesmo acontece com o município de Macapá, com decreto assinadopelo pre- feito Clécio Luís. Vereador André Lima já voltou a ocupar assento na Câmara Municipal de Macapá, após deixar o comando da CTMAC por conta da lei eleitoral. Relatório da Caixa atualizado às 16h de hoje registrava 25,1 milhões de cadastros de trabalhadores informais para recebimento do coronavoucher. GEAeBancada garantemR$ 11,9milhões para os muni- cípios do Amapá. Alinhamento foi através de videoconferência. Recurso será para o enfrentamento ao Covid-19 e redu- ção no impacto da economia. Bolsonaro e Mandetta, inclusive, tiveram uma conversa nariz a nariz nesta quarta 8. E se não chegaram a fumar o ‘cachimbo da paz’, pelo menos devem ter selado uma temporada de trégua. Pelo bem da Nação, tomara! Detalhe: nesta altura do campeonato, politização e ati- tudes extremistas só atrapalham e enchem o saco. E que, enfim, esqueçama política e deixema área técnica trabalhar contra o Covid - 19, o grande inimigo comum de brasileiras e brasileiros. Ninguém está preocupado com a Rede Globo. Mandetta nãoé opreferido da Globo e sim da população, com 76% de aprovação ao trabalho dele no foco ao coro- navírus (pesquisa DataFolha). Capacidade técnica e boa formação superior é impres- cindível em qualquer ramo de atividade profissional, prin- cipalmente na área da saúde. Davi Alcolumbre anunciou Antonio Anastasia (PSD-MG) como relator da “PEC do Orçamento de Guerra”. Amatéria, que será analisada segun- da 13, concede ao governo federal o direito legal de realizar gastos além das regras fiscais previstas na Constituição. Por conta da Covid-19, claro. Doria eWitzel têmmelhor aprovação doque Bolsonaro na crise, diz Datafolha. Governadores são os principais antagonistas do presi- dente na condução da emergência do coronavírus. O aplicativo foi baixado em 22,4 milhões de celulares e o site para obtenção do benefício recebeu 186 milhões de visitas. Na conversa com Mandetta nesta quarta 8, Bolsonaro voltou a defender a cloroquina como a ‘bala de prata’ pra derrubar o coronavírus. “Indicaria esse medicamento até para a minha mãe, hoje com 93 anos”, disse. A Prefeitura de Macapá abriu um canal específico para atender demandasdedenúnciasrelacionadasaoCoronavírus. Entre os dias 23de março e 5 de abril, o serviço recebeu mais de 2 mil chamadas, sendo mais de mil sobre descum- primento do decreto que combate o Coronavírus. lguma coisa nos move. Para muitos é Deus. Para outros, a sorte, o dinheiro, o desafio entre tantos outros motivos para acordar e começar a se mexer. Ao procurar o melhor nome para isso que nos move na crise atual da pandemia do coronavírus, prefiro chamar essa coisa de natu- reza. Somoscorposdesejantesemconflitocomnossas identidades construídas e naturalizadas. O que isso quer dizer? A todo o momento, podemos entrar em colapso noencontro dos nossos desejosmais autên- ticos, e na maioria das vezes, desconhecidos, com aquilo que desejamos conscientemente, o desejo da nossa identidade construída. É nessa hora quando se revela o caos. Quando nos falta o chão. Quando os questionamentos mais terríveis surgem e sem qualquer resposta que possa de fato aliviar nossa angústia.Algumas ferramentas importantesentramentãoem cena: religião, política, família,entreoutrasque fazempartedasnossascone- xões frequentes e que ganham força na tentativa da manutençãodessa identidade. Masatéque issopossa ocorrer surgem os chamados sintomas: angústia, ansiedade, medo e delírios, estes que podem ser de caráter depressivo como uma fantasia negativa ou mesmo na ideia da invencibilidade, assumindo o papeldosuper-homem, quandonadairá nosvencer. Anossadiferença comocorposdesejantesversus identidade para a natureza como um todo é que na natureza não encontramos construções. A natureza fala sempre no lugardecorpodesejanteenãonegocia seusdireitos. Nanossa pretensão de alcançarmosum ideal individual ou coletivo, travamos uma batalha insana para a manutenção daquilo que acreditamos ser o melhor, na maioria das vezes contrariando aos desejos da natureza. Nãocabemaqui julgamentos.Apenas um convite para olharmos o processo individualantea crise pelaqualpassamos e, quem sabe, localizarmos um território maisseguro. Quandocomeçamosaexpe- rimentar oolhar de quem localiza sua pró- pria estrutura como identidade construída, entendemos também a necessidade da des- construção não como fim, mas como um pro- cesso que sempre vivemos sem nos dar conta. Entendermos a importância de estarmos inevitavel- mente ansiosos e seus consequentes benefícios é diferente de não admitirmos estar mal e querermos nos livrar da ansiedade,e,com isso, transformarmos ansiedade em potência e não mais num agente para confundir o processo natural dessa máquina dese- jante, a nossa própria natureza. Mas o momento é de urgência. O que devemos fazer então para não enlouquecer? Nãose passa por umadesconstruçãopessoalsem sentir os abalos da estrutura. É hora então de identi- ficar os sintomas e decidir se eles serão seus aliados ounão. Sercuidadosoestá intrinsicamenteassociado ao medo. Por isso, medo pode ser potência se usado conscientemente. Precisar sair de casaparaalgumas tarefas indispensáveis é uma realidade. Um pouco de ousadia, que pode esbarrar no delírio do super- homem, se faz necessário. Masquantoaoisolamento?Como lidarcom essa situaçãoque para muitos já está imprati- cável? Não é uma resposta simples. Enfatizar a construção de identidade e de máquina desejante torna-se indispensável. Esse momento pode ser encarado como um cas- tigo ou uma oportunidade, assim como os sintomasadvindos dele. Querer se livrar dele é diminuir potência. É preciso considerar uma lei básica da natureza: ela é auto reguladora. O que quer dizer que não existe nada que seja natural sem ser a favor da vida como um todo. Se você ainda está vivoé porque faz parte desse mesmo corpo. E como parte, você precisa entender o movi- mentopropostopela natureza e agir a seu favor, mui- tas vezes contrariando seu desejo consciente, o de não ficar isolado. A natureza sempre está com as cartas na mão e nos convida a jogar um jogo em que todos podem sair ganhando. Observamos as regras do jogo, des- construamos nossosantigos hábitos para experimen- tarmos novas estratégias. Esse é o convite. Esse é o nosso poder ainda ativo. Não está na hora de pen- sarmos no que virá depois. Agora é tempo de querer jogar, viver esse processodaforma mais leve possível e cada um saberá comofazê-lo. O que poderá acessar. Em que condições e de quais ferramentas poderá se servir. E aí pode estar o pulo do gato: pararmos para identificar o que exatamente possuímos e o quanto tudo isso ainda nos serve.

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