Diário do Amapá - 18/04/2020

LUIZ MELO Diretor Superintendente ZIULANAMELO Diretora de Jornalismo Circulação simultânea em Macapá, Belém, Brasília e em todos os municípios do Amapá. Os conceitos emitidos em artigos e colunas são de responsabilidade dos seus autores e nem sempre refletem a opinião deste Jornal. Suas publicações são com o propósito de estimular o debate dos problemas amapaenses e do país. O Diário do Amapá busca levantar e fomentar debates que visem a solução dos problemas amapaenses e brasileiros, e também refletir as diversas tendências do pensamento das sociedades nacional e internacional. ZIULANAMELO Editora Chefe MÁRLIO MELO Diretor Administrativo DIÁRIO DE COMUNICAÇÕES LTDA. C.N.P.J: 02.401.125/0001-59 Administração, Redação e Publicidade Avenida Coriolano Jucá, 456 - Centro CEP 68900-101 Macapá (AP) www.diariodoamapa.com.br pisódios de crise pelo mundo acontecem com relativa frequência, masnem sempre e nem todas as pessoas sentem seus impactos. Entretanto, a Covid-19, em evento raro como uma pandemia, pegou a maioria das pessoas de surpresa, confinando milhões do dia para a noite, afetando diretamente a rotina das pessoas e exigindo respostas rápidas de enfrentamento de diversos segmentos da eco- nomia e da sociedade. Sendo a pandemia um problema de alcance global, mascom reflexos domésticospalpáveis, é grande o desafio daqueles que atuam direta e indiretamente na vida de milhões de indivíduos. No dia a dia das administradoras de condomí- nios,asempresas têm agido rapidamente e num contexto incomum, pois quase diariamente as autoridades públicas e de saúde alternam pro- nunciamentos e acumulam novas medidas, decretos e posicionamentos para o combate à doença, enquanto determinações anunciadas anteriormente ainda estão sendo implementadas e adequadas aos negócios e aos condomínios. Em questão de poucos dias, medidas mais rigorosas foram sendo tomadas acompanhando os avanços mais críticos da pandemia.As admi- nistradoras de condomínios tiveramde se lançar emnovas tarefas,comoaelaboraçãodecirculares, cartilhase orientações sobre os cuidados na pre- venção, enquanto elas próprias ajustavam-se ao distanciamento social, readequando suas rotinas eatividades,resguardandofuncionáriosdogrupo de risco e fornecendo condiçõese equipamentos para o trabalho da maioria em home office. Para que tudo continue funcionando,a baga- gemde mercado,aexperiênciapráticae a moder- nização das administradoras fazem diferença, bem como o caráter de atuar em associação. A Associação das Administradoras de Bens Imó- veise Condomínios(AABIC), por exem- plo, criou um Comitê de Emergência para orientar suas associadas neste momentodecrise.Essaforma de orga- nização é fundamental para qualquer setor, uma vez que possibilita a dis- cussão e criação de iniciativas estru- turadas,o compartilhamentode expe- riências e interesses comuns, impres- cindíveis tanto nodia a dia, quantoem momentos de crise, como o atual. Atroca de conhecimento também foi benéfica para as parcerias com síndicos e conselheiros, onde foram tomadas decisões urgentes e necessárias, como cancelamento de assembleias,a gestão de uso dos espaços, a sus- pensão e o adiamento de obras e reformas nas unidades e áreas comuns, além de criação de regras emergenciais, intensificação da limpeza e melhor controle da portaria. E se a tecnologia tem ajudado o convívio durante o isolamento social de um modo geral, para a gestão e suporte da vida condominial ela temumpapel substancial. Ousodasplataformas e ferramentas virtuais que as administradoras já vinham modernizando está sendo intensificado, auxiliandode formacrucialnacomunicaçãoentre moradores, funcionários, síndicos e prestadores de serviços,noesclarecimentoeacompanhamen- to de dúvidas de condôminos, além de diversos serviçose processosautomatizados,fundamentais ao funcionamento dos condomínios. Porém, tão imprescindível quanto a conve- niência tecnológica é a possibilidade de poder contar com o componente humano, ainda mais em situações de alta pressão e demanda,no coti- diano complexo da administraçãocondominial. Situações comoa orientação aos síndicos, sejam elesmoradoresoucontratados,osconflitos entre moradores ou as novidades do confina- mento, como restrição de circulação e até ações coletivas de solidariedade, acabam demonstrando que as tarefas do setor nem sempre estão centradas em aplicativos. Nesse cenário da necessidade de bom convívio, ficam mais evidentes as fragilidadesde plataformasestartups de administração imobiliária que se autodenominam "100% digitais". Sem possuir uma consultoria com bagagem e conhecimento técnico suficientes, que garantam reconhecimentono mercado,e sem intermediação humananas negociaçõese norela- cionamentocom osempreendimentos,dificilmen- te as startupsconseguem atenderà demanda com- plexa de administraçãodeum condomínio,sobre- tudo,nesseperíododeisolamentosocial,quepode serimpostocom ainda maisrigorpelasautoridades para conter o avanço da Covid-19. Infelizmente, algumasempresasrecém-criadaspodemvir envol- tas numa atraente capa de inovação, mas faltam a elas experiência e maturidade necessárias para conduzir asrelaçõesentre empresas,condomínios e moradores eainda contribuir como intercâmbio real de aplicações e soluções práticas e eficientes. Acrise causada pelo novo Coronavírus ainda nãodemonstra sinais de acabar, masexistemmui- tas atividades e profissionais trabalhando para que outras pessoas tenham menos riscos de con- tágio. Para as administradoras de condomínios, principalmente as ligadas à entidade de classe, é ummomento de reconhecimento de todo o setor, por todas as decisões e orientaçõesque impactam diretamente sobre aqueles que estão em seus empreendimentosnoperíodode isolamento.Com certeza, é uma dedicação que valerá como apri- moramento e aprendizado para o mercado. specialistas são praticamente unânimes sobre esta questão: em nenhum âmbito, o mundo será o mesmo após a pandemia de coronavírus.É a primeira vez que passamos por uma crise global nesta proporção e, como era de se esperar, ninguém estava preparado para tal. Com o isolamento instaurado para conter a propagaçãoda doença, por todo omundoempre- sas quebraram,pessoasperderam seus empregos e, neste momento, empresáriosde todosos seto- res - que conseguiram se manter ativos - estão repensando desde seus modelos de negócios à relação com funcionários e com a tecnologia. Lidar com uma situação dessas não é o tipo de coisa passível de ser ensinada em uma facul- dade - ou ao menos não era até agora. Emmeio a este marde incertezas, empresáriosvêm apren- dendo com seus acertos e erros enquanto os acontecimentos se sucedem e torcem para que as coisas voltem à normalidade o mais rápido possível. No entanto, como alertam os especia- listas, é preciso ter consciência de que os efeitos negativos da crise na economia ainda podem permanecer por um bom tempo. Por isso, é necessário que nos preparemospara a retomada da melhor maneira possível. Os impactosda pandemia nomercado de tra- balho afeta todas as categorias e, nesse cenário, muitasempresasnão estãomedindoesfor- çosemprol dos trabalhadores.Na minha empresa não vem sendo diferente. Para conseguir manter todos os funcionários e o fluxo de caixa esta- mos criando e nos adaptando a novos hábitose comportamentose também reavaliando as reais necessidades de se manter algumas estruturas e pro- cessos. É importante dar atenção especial à área financeira neste momento,porque nofinal das contas,uma empresa não que- bra imediatamente por falta de lucro con- tanto que haja dinheiro em caixa para priorizar as contas que mais representam e impactam o caixa.Dar atenção e ter cautela às finanças, não apenas impede a falência,mas também assegura que funcionários não sejam dispensados sem nenhum benefício e garante que todos sintam segurança em trabalhar no seunegócio.É impor- tante lembrar que uma empresa não se trata ape- nas de dinheiro, e sim, de pessoas. Com a ajuda de um consultor financeiro, temos encontrado soluçõespara realizar os pró- ximos pagamentos, tantopara oscolaboradores, quanto para financiamentos e impostos. Para que possamos manter os funcionários também temos estudado as medidas do Governo para as empresas,como as linhas de cré- dito doBNDS,reduções de salário pro- porcional e da jornada de trabalho e o adiantamento das férias. Outro ponto importante para a retomadaé ampliar a tecnologia eino- vaçãoo máximo possível, aumentan- doa velocidade dosprocessose a pro- dutividade das pessoas. Tínhamos em mente essa ampliação para o segundo semestre de 2020, mas resolvemos apli- caragora, evemdandocerto.Osprocessos estãosendootimizadospara melhorar a qua- lidade da tomada de decisões do negócio. O foco agora deve estar na saúde das pessoas e no controle da doença e as empresas também devem ter consciência de sua responsabilidade social contribuindo para tornar as rotinas de tra- balho mais flexíveis e disponibilizando meios e informações. Entendo que sairemos dessa crise mais preparados porque, a partir de agora, os negócios se manterão ativos apenas mediante a implementação de hábitose metodologiasapren- didos durante a pandemia. Portanto, tudo o que temos vivido durante este momento extremo,cer- tamente também irá gerar resultados positivos que permanecerão na pós-crise.

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