Diário do Amapá - 12/02/2020

/ / / / coragem, temperou a garganta ajeitou a camisa entre o cinto, levantou-se e partiu para o púlpito. Todos estavam admirados pela estreia do Asiel no templo. Ao chegar ao altar disparou: “Eu muito me levanto aqui.” Os seus irmãos que o incentivaram, descarregaram uma sonora gargalhada. Foi quando o Asiel falou: “Era por isso que eu não queria vir”, e ato contínuo sentou-se. Após o ato litúrgico ele prometeu ir à forra. Dizia constantemente: “Vocês vão me pagar” No fim de semana, Asiel, Orlandino e Osmarino, forammandado ao sítio, para fazer algum trabalho e colher frutos maduros. No dia anterior, foi aniversário de um deles. A festança foi regada de muito aluar e uma feijoada completa na qual não faltou pé de porco e toucinho. No dia seguinte, logo cedinho os três arrumaram seus pertences de campo e rumaram para o sítio. Só que a fei- joada começou a provocar embrulhada no intestino de Asiel. Com muita dor de barriga, abreviou a sua a volta para casa, logo após o meio dia. O certo, que se não fos- se trágico seria cômico. É que não podendo mais conter aquilo que se tornou excreto, resolveu eliminar o conteúdo fétido residual pela porção terminal do tubo digestivo, a saber: a feijoada do dia anterior, no meio do caminho. Após esvaziar a pança, veio à sua mente a vingança. E arquitetou uma cilada. Cobriu com o chapéu de palha o resíduo fétido expelido. Esperou os dois irmãos, que ao cair da tarde se apro- ximaram e ficaram curiosos, diante da posição de Asiel, de joelhos segurando seu chapéu no chão. Ao se aproximarem, perguntaram – O que aconteceu Asiel? Ele respondeu: - Peguei um canário pardo, cantador. Estou precisando de um auxílio para que ele não fuja. E um dos irmãos falou: - E o que podemos fazer para te ajudar? Ele respondeu: “Eu vou levantar o chapéu e vocês com as mãos de um lado e o outro do outro lado, no momento que eu levantar o chapéu, vocês raspempor bai- xo, bem rápido para o canário não fugir. Vou contar 1, 2, 3, quando eu chegar no 3, vocês segurem o canário.” Os dois responderam combinado. Agora adivinhem o que aconteceu? Os dois atolaram as mãos no mal cheiro- so conteúdo que estava sob o chapéu, espalhando resí- duo de fezes para todos os lados. Enquanto isso, Asiel partiu em desabalada carreira, sentindo-se vingado dos seus irmãos. á muitos tempos passados, quando Vitorino Freire ainda era Água Branca, no Maranhão, alí morava seu João Alves. Homem honrado, trabalhador que cultivava a terra e tinha um sítio. Possuía vários filhos: Oscar, o mais velho, Asiel, Orlandino, Osmarina, Otiene- te, Osório e assim por diante. O mais velho, desde a adolescência foi vocacionado para vida religiosa, mais tarde foi consagrado para vida pas- toral. Asiel era o mais engraçado da turma. Muito inteligen- te, gostava de pregar uma peça. Asiel era muito circuns- pecto. Não gostava de falar em público. Se quisesse tirá-lo do sério, pedisse para ele dar uma saudação num aniversá- rio, num comício ou mesmo na igreja. Sabendo disso, seus irmãos há muito vinham incenti- vando-o para que ele falasse em público, na primeira oca- sião que aparecesse. Um dia eles estavamna igreja. O dirigente dos trabalhos religiosos facultou a palavra a quem quisesse se pronun- ciar. Foi a oportunidade encontrada que seus irmãos tiveram para incentivá-lo falar. Cada um dava uma palavra de estí- mulo para que Asiel falasse. De repente Asiel se encheu de O comandante da Marinha do Brasil, almirante Ilques Barbosa Junior, informou quea autoridade marí- tima vai chancelar um novo aumento do calado opera- cional na Barra Norte do Rio Amazonas – equivalente a 2 mil toneladas a mais de carga na foz do rio-mar. Arquivo

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