Diário do Amapá 09/07/2020

LUIZ MELO Diretor Superintendente ZIULANAMELO Diretora de Jornalismo Circulação simultânea em Macapá, Belém, Brasília e em todos os municípios do Amapá. Os conceitos emitidos em artigos e colunas são de responsabilidade dos seus autores e nem sempre refletem a opinião deste Jornal. Suas publicações são com o propósito de estimular o debate dos problemas amapaenses e do país. O Diário do Amapá busca levantar e fomentar debates que visem a solução dos problemas amapaenses e brasileiros, e também refletir as diversas tendências do pensamento das sociedades nacional e internacional. ZIULANAMELO Editora Chefe MÁRLIO MELO Diretor Administrativo DIÁRIO DE COMUNICAÇÕES LTDA. C.N.P.J: 02.401.125/0001-59 Administração, Redação e Publicidade Avenida Coriolano Jucá, 456 - Centro CEP 68900-101 Macapá (AP) www.diariodoamapa.com.br ara diminuir a velocidade de propagação do novo coronavírus, a recomendação das auto- ridades governamentais é para que as pessoas fiquememcasa.Neste cenário,osgastoscomshows, baladas, bares, compras em lojas físicas do varejo, entreoutros,deixarãode fazer parte da rotinadurante um tempo, o que pode colaborar para dar um fôlego às finanças pessoais ou mesmofavorecer o hábito de poupar dinheiro. Por outro lado, a permanência pro- longadaemcasapodelevaraoaumentodegastoscom outrasdemandas,comocontasdomésticasecompras de insumos básicos. Diantedisso,aAssociaçãodeEducaçãoFinanceira do Brasil -- AEF-Brasil, cuja missão é promover e fortalecer a causa da educação financeira em todo o país,apresentaalgumasorientaçõesquepodemajudar a equilibrar essa balança e fazer da quarentena um momento oportuno para repensar comportamentos que prejudicam uma vida financeira saudável, além de adotar novas práticas que contribuam para torna- la ainda mais promissora. "Estamos vivendo uma crise sem precedentes no mundocomessaquestãodonovocoronavírus.Hámui- tas incertezassobreomercado,aeconomia, osempre- gos. Não dá para negar que quem não fez a lição de casa em relação àsfinanças pessoaispode sofrer mais osefeitosdesseproblema,jáqueterumareservafinan- ceira nummomento como este, por exemplo, poderia contribuir para atravessá-lo com um pouco mais de tranquilidade",explicaClaudia Forte, superintendente daAEF-Brasil,aocomentaraimportânciadaeducação financeira para atravessar situaçõescomoessa. Ela reforça, contudo, que mesmo nesse contexto decriseépossívelpromoverpequenasmudançasque colaborarão para melhorar a vida financeira e gerar impactospositivosparaofuturo."Mesmonessa situaçãodequarentenacontinuaremos tendo gastos, especialmente com os itensbásicos do nosso cotidiano. Mas como nesse con- texto estamos mais voltados aquilo que nosé essencial, é um bommomentopara uma reflexãosobrecomoeconomizar nas pequenas coisas e sobre os supérfluos de quepodemosnos livrar,revertendoovalor dessascoisasparaconstruirumfuturomais estáveldopontodevistafinanceiro",orienta Claudia.Aseguir, confira algumasdicas da superintendente da AEF-Brasil sobre como economizar e equilibrar a vida financeira, e como ter vida saudável em meio a pandemia de saúde que nos envolve: • Para os pais que estão com crianças em casa, evite ficar com a televisão ou computador ligados o tempo todo, pois o valor da energia elétrica pode aumentar.Emalgunsperíodosoptepela leitura,dese- nhosamão,resgate debrincadeirasantigaseestimule o uso de brinquedos pedagógicos; • Quem trabalha em casa, no esquema de home office, pode utilizar um cômodo que tenha uma luz naturalmelhoreusufruirdela omáximopossível,evi- tando assim o uso da energia elétrica em excesso; • E nestesdias oscomputadoresestãosendomais usados que nunca e para economizar energia no uso desses equipamentos, desligue ocomputador e todos os periféricos da tomada quando não estiverem em uso,façaalteraçõesnasconfiguraçõesdoequipamento, como regular o brilho da tela e o tempo para omicro entrar emmodo de espera ou em hibernação quando estiver ocioso, podem reduzir o consumo de eletrici- dade; • Encurteosbanhos, pois jáestaremosgas- tando mais água na cozinha, e explique aos pequenosqueaáguaévitaleé finitaemnos- so planeta; • Não se empolgue com as compras online. Continua valendonessecontextoa regra de ouro de sempre pesquisar: dife- renciar oqueé querere oqueé precisar de algo.Alémdecompararpreços,taxas,con- dições etc. Você pode usar buscadores de preços na internet que ajudam a mapear os valoresdeummesmoitememdiferentes lojas virtuais; • As indústrias e fornecedores estão abaste- cendo normalmente os supermercados, por isso, não há motivo para que os consumidores estoquem excessivamenteacomidadentrodecasa.Compreapenas aquantidadecertaeparaonúmerodepessoasdafamília. Além de pensar no próximo, você economizará; •Fortaleçaeapoieocomérciolocal,aquelavendinha do bairro pode desaparecer se nósnãocomprarmos lá; • Para quem está endividado, é interessante usar o tempo livre para organizar as finanças. Anotar tudo ou fazer uma planilha para saber exatamente quantoganha e quanto gasta por mês, além dovalor total da dívida. É importante verificar o problema para tomar algumas medidas; • Quem está endividado, não pode se dar ao luxo de comprar o que tem vontade, sem necessidade. Se forprecisarmesmofazer aaquisiçãodealgumproduto, economize ejuntedinheiroparaacompraàvistae com desconto. Não parcele para não comprometer o orça- mentodospróximosmeses,afinalninguémsabercomo estará a situação do país após esta pandemia do coro- navírus. pandemiadocoronavírus impôsabruptamente a todas as pessoas a realidade da quarentena: privação da liberdade, limites, mudança de hábitos e rotinas, dificuldades financeiras e organiza- cionais.Todos ao redor do mundo estão - ouestarão- submetidosaessenovomodode viverqueexige uma sériedeadaptaçõesetransformaçõesqueparecem,em um primeiromomento, impossíveisde seremrealiza- das, mas não são.As pessoas são diferentes e reagem de modos únicos frente a desafios e situações-limite. Entretanto,aHistóriadaHumanidademostraquesim, somos e seremos capazes de lidar com o rigor que a situação impõe, se soubermos manter a serenidade. Ecomoépossívelmanterserenidade numa situa- ção tão drástica? Tenhoacompanhadoeorientadomuitaspessoas, pacientes e amigos, e tenho percebido que o acesso à tecnologia, que se tornou essencial para nós e com potencial para ser nossa aliada, tem se tornado nossa inimiga. Evite compartilhar todo tipo de mensagem falandosobrea pandemia,sobremétodosdeproteção, desinfecçãoe,maisainda,mensagensdepânico, rela- tos de pessoas que estão fora no Brasil, porque isso sócontribui para aumentar nossomedofrente a algo que não temos controle, além das medidas de pre- venção jáconhecidase difundidas.Issonãosignifica que devemos permanecer alienados: escolha uma fonte de informação para se atualizar durante um curto período do dia, uma única vez já é suficiente. Use a tecnologia a seu favor: chame pessoas para conversar,façachamadasdevídeo,conecte-secomas pessoas.Muitagentetemaproveitadoomomentopara proporatividadesemgrupoatravésdasmídiassociais: cantar, rezar, bater papo, realizar discussões teóricas emáreasdeseuinteresse.Sejageneroso:chamepessoas paraconversar,mandeumrecadinhoparaaquelapessoa que você sabe que está sozinha e temmaior potencial de "pirar". Na minha rede de amigos, eu tenho obser- vado com cuidado quem está "surtando" e tenhochamadoessaspessoasparaconversar, distrair e até chamar a atençãopara onível de "piração". Nãoé precisoser psicólogo, psiquiatra ou terapeuta para cuidar dos amigos, das pessoas à nossa volta: basta um pouco de humanidade. Pessoas que já fazem algum tipo de tratamentopsiquiátricopodemestar mais vulneráveis a se desestabilizarem. Dê suporte a elas. Chame para conversar, cer- tifique-se de que ela está bem, pergunte se suas medicações estão em dia, se for o caso. São pequenos cuidados que podem fazer uma grande diferença. O nível de ansiedade das pessoas está muito elevado e muita gente tem apresentado crisesmaissérias,quenecessitamdeajudaprofissional e isso não é frescura. Vários profissionais da área de saúdemental temsedisponibilizadonasredessociais para escuta e suporte gratuitos e procurar ajuda é o primeiro grande passo para recuperar o equilíbrio. Procure manter-se em atividade, mas também descansar a mente. Dentro de casa, há uma série de afazeresque protelamos,deixamosparadepois,geral- mentealegandofaltade tempo.Ahoraéagora.Coisas paraconsertar,arrumar gavetas, armários,documen- tos, jogar coisa velha fora e um sem número de ati- vidades que podem ser executadas nesse período. Evitepermanecertempos infindáveisnumaúnica ati- vidade, porque você pode se enjoar dela e, com isso, aumentar seu tédio. Aprenda a dosar. Como disse, a mente também precisa descansar. Não tenha vergonha de ficar deitado um dia inteiro, ficarde pijamaearrastarasmeiaspelochãooumesmo ficarsemroupapelacasa.Lembre-sedoquantorecla- made ter queusarroupasocial,uniforme,calçacom- prida esapatofechado todososdias. É legal também exercitar um pouco de vaidade. Cuide-se. Tome banho, façaasunhas, arrume ocabelo,apare ou depile os pelos se achar necessário. Otédio,airritaçãoeoestressechegarão para todos, não importa se sozinhos ou acompanhados. Do mesmo modo, o importante é desviar o foco da irritação comumaoutraatividade:ouvirumamúsi- ca, tomar um banho, respirar fundo. Se você está confinado com outras pessoas, nãotenhavergonhaenemreceiodeseafas- tar um pouco. Vá descansar, respeite sua necessidade de espaço, mude de ambiente. Nãohánadadeerradoemserecolherumpouco para aumentar os níveis de paciência. O confina- mento em grupo, sobretudo em família, nos coloca frenteafrente comasdificuldadesdeconvivênciaque conseguimosdriblarouevitarquandoarotinaestánor- malizada: aquele irmão "chato", aquela avó "crica", aquele pai cheio de "manias" e isso pode fazer com que os ânimos se exaltem ainda mais. Famílias convivendo com crianças possuem um grandedesafio: driblar o tédiodospequenos. Procure mantê-losematividade,abuse da criatividade.Jogos, brincadeiras, pinturas, desenhos. Não se incomode com paredes rabiscadas, se for o caso. Tenho uma amiga quereservouuma parede inteira doquartodos filhos para eles poderem rabiscar e deu muito certo. Evite deixar as crianças o tempo todo nos celulares, tabletse computadores.Sim, podeserumgrandesos- sego, mas procure dosar com outras atividades sau- dáveis. Você que está podendo permanecer confinado e não se expondo a riscos a todo o tempo, como é o caso dos profissionais de saúde e de pessoas que são obrigadas a sair às ruas por uma questão de sobrevi- vência,seja grato. Compreenda quevocêestáinserido num sistema de privilégios do qual muitas pessoas não fazem parte.

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