Diário do Amapá - 25/07/2020

LUIZ MELO Diretor Superintendente ZIULANA MELO Diretora de Jornalismo Circulação simultânea em Macapá, Belém, Brasília e em todos os municípios do Amapá. Os conceitos emitidos em artigos e colunas são de responsabilidade dos seus autores e nem sempre refletem a opinião deste Jornal. Suas publicações são com o propósito de estimular o debate dos problemas amapaenses e do país. O Diário do Amapá busca levantar e fomentar debates que visem a solução dos problemas amapaenses e brasileiros, e também refletir as diversas tendências do pensamento das sociedades nacional e internacional. ZIULANA MELO Editora Chefe MÁRLIO MELO Diretor Administrativo DIÁRIO DE COMUNICAÇÕES LTDA. C.N.P.J: 02.401.125/0001-59 Administração, Redação e Publicidade Avenida Coriolano Jucá, 456 - Centro CEP 68900-101 Macapá (AP) www.diariodoamapa.com.br / / arodetetive particular,vocêjá paroupara pensar na sua estratégia de divulgação? Certamente que já, pensando em ser conhecidoapartirdoboca abocafeitopor amigos e clientes, talvezem anunciar no jornal dobairro, criar uma página na internet. Essas são algumas dasmúltiplaspossibilidadesdedivulgarumaboa empresadeinvestigaçãoparticular,tenhaelavários agentesouapenas um detetive particular respon- sável. Mas, e a exposição nas redes sociais, você também já pensou? Seutilizadasdemaneira correta,passamuma boaimagem suaedesuaagênciadeinvestigação, mas, se usadas de maneira errada, podem expor mais do que o necessário. Caro cliente de detetive particular, ou se você está buscando um: que tal seguir as linhas deste artigo para verificar se o profissional que você tem em vista segue boas práticas de exposição? Você mesmo também poderá aprender desde já como evitar se expor demais em seu círculo de contatos ao buscar e contratar um detetive parti- cular. Como aparecer nas redes? No Facebook, pode-se ter um perfil pessoal, umperfil profissionalemesmoumapágina,como se fosse um site. O detetive pode ter seu perfil pessoal, sim, mas é adequado que o mantenha exatamente desse jeito: pessoal. Guarde-o para seus amigos, colegas de profissão conhecidos de fato, e não se abra para outros contatos a partir desse perfil. Mais ao final do texto veremos por quê. Um perfil profissional (ouseja,um perfil seu, pessoal, mais voltado a divulgar sua profissão) é de se pensarcasovocêqueira permitiressa forma decontatocompotenciaisclientes.Paraumnegó- cio de investigação particular, não costuma ter utilidade:seusclientesnão irãoquerer que aspes- soas de sua própria rede de contatos vejam esse perfil em sua lista, então, preferirão o con- tatoporoutrosmeios.Se você pensouem ter um perfil profissional, talvez queira substituir essa ideia por criar uma pági- na. A página no Facebook funciona como um site ou um blog, onde são divulgadas publicações. Uma página de um investigadoroudeumaagência de investigaçãopoderátrazerideiasou notíciasdaprofissãoúteisaoutros inves- tigadores, sendo uma forma de fazer conhecido seu nome, trazendo também a informaçãoparacontato.Normalmentevocê nãoquereráque seusclientessigam essapágina (poisapessoainvestigada,seamigaouconhecida, poderá suspeitar), mas é útil para tornar seu tra- balho conhecido a potenciais clientes e ser reco- nhecidoentreoutrosdetetives.Nemprecisodizer: evite trazer muitas fotos que o identifiquem. Caso queira utilizar o Twitter profissional- mente,seuusopoderásercomofarianumapágina do Facebook: para publicações úteis acerca da profissão (notícias, ideias) e forma de contato, para você poder ser alcançado por pessoas inte- ressadas em contratar um detetive particular ou mesmo por detetives que buscam parceiros. JáparaInstagram recomenda-seouso talcomo falamossobre o perfil pessoal do Facebook: para outrosassuntos,pessoais,sem alardedaprofissão. Por ser mais aberto e descontraído, não se reco- mendaemgeral seuusoprofissional pordetetives particulares.Repito:nãoserecomenda,masnada impede quepossaseratéusadocomsucessocomo ferramenta de divulgação. O detetive particular pode ter foto pessoal na internet? A resposta curta é: não, o melhor é que não. Senão tiversuaimagemnainternet,mais tranquilo e seguro será para sua profissão. Porém, quase todo mundo está na internet, então, ter seu perfil com fotos não costuma gerar problema. A ideia é que o detetive não quer ser reco- nhecidocomodetetiveenquantoestáem campo, investigando, mas é raro que alguém que oveja oreconheça só por- que ele está na rede social. Então, em regra, não há problema. É outro caso quando o detetive se torna conhecido por dar entrevistas na televisão ou em jornais em revistas que mostram sua foto, ou mesmo quando tem um canal maisconhecidono YouTube; se esse é o caso,éimportanteque eletenhaumaagên- cia de investigação,atue maiscomomentor de outros detetives ou no planejamento de casosondeoutros investigadorescontratados irão seexpor,poisserá maisdifícil passar despercebido em investigações em campo. É muito importante pensar não só na sua ima- gem transmitida,mas tambémpensar no seuclien- te e potenciais! O fato é que seu cliente pode ter convivência próxima com a pessoa que será sua investigada — uma irmã, um filho, o marido ou a esposa, um colega de apartamento. Neste caso, durante um contato como potencial cliente,você não entregaria umapasta de publicidade contendo relatos de seu trabalho de sucesso ou seucurrículo para ele levar para casa, onde apessoa a ser inves- tigada tem acesso. O mesmo vale para as redes sociais! Como? Ora, se você tem uma conta no Facebook (seja pessoal, seja profissional), você não permitirá que o cliente que o contratou para um caso de suspeita de infidelidadesejaseuamigo na rede social. Aliás, isso deverá ficar bem claro desde o primeiro contato, especialmente se fecha- rem contrato: ocliente nãodeverá ficar com cartão de visita e não poderá adicionar o investigador em sua rede social se a pessoa investigada for pró- xima e tiver acesso aos meiosde comunicação do cliente (computador,notebook, celular) e a outros bens pessoais (porta cartões de visita, carteira). estes últimos meses, presenciamos não somente um levante de lives nas redes sociais como também a queda de alguns influenciadores digitais. Os influenciadores são os novos hollywoodia- nos da Cultura de Massa, cujo mercado movimenta milhões por ano. Eles são ama- dos, odiados, tornam-se heróis bem como inimigos de seus seguidores. A verdade é que este fenômeno não é novo e ninguém deveria se espantar tanto com os "escândalos" dos influenciadores. Isso já acontecia com as celebridades de Hollywood antes mesmo da internet existir. Todos se esquecem, tanto seus seguidores quanto o próprio influencer, que por detrás dos perfis de facebook, youtube e instagram do influenciador, reside ummortal, imper- feito, cheio de questões, assim como qual- quer um. Os perfis das redes sociais não repre- sentam inteiramente a complexidade do ser humano (pelo menos, por enquanto), e quanto mais se acre- ditar e criar a expectativa de que se é tal perfil, mais frustrações são criadas também. Isso se dá pois há uma confu- são de identidades: muitos influenciadores abrem suas casas, suas intimidades e acabam acredi- tando que são unicamente esta figura pública, ao seu ver, quase-perfeita, mes- mo que inconscientemente. Por outro lado, seus seguidores se identificam com essa figura e projetam nela a perfeição que lhes falta, criando expectativas. Daí, quando os influenciadores "pisam fora" dessa expec- tativa, a luz criada por ambos transforma- se em sombra coletiva. Edgar Morin, no livro "Cultura de Massas do Século XX", aponta que as celebridades possuem uma caracte- rística olimpiana (Mitologia Gre- ga), ou seja, são consideradas quase que divindades pelos seus fãs. Vale lembrar que um dos "pecados" na Mitologia Grega é cometer hybris - tentar igualar- se aos deuses. Ícaro, Prometeu, Sísifo, entre outros, tentaram e foram castigados por isso. Quanto maior a luz, maior a som- bra. Quanto mais o influenciador e seus seguidores acreditarem que ele é o que ele demonstra ser em suas redes digitais, uni- camente, mais sua sombra irá crescer e um dia escapar. A queda, neste caso, é inevitá- vel, pedagógica e natural, afinal, crises assim são fundadoras e ampliadoras de consciên- cia. Será possível um meio termo? Somente o tempo dirá.

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