Diário do Amapá - 28/03/2020

LUIZ MELO Diretor Superintendente ZIULANAMELO Diretora de Jornalismo Circulação simultânea em Macapá, Belém, Brasília e em todos os municípios do Amapá. Os conceitos emitidos em artigos e colunas são de responsabilidade dos seus autores e nem sempre refletem a opinião deste Jornal. Suas publicações são com o propósito de estimular o debate dos problemas amapaenses e do país. O Diário do Amapá busca levantar e fomentar debates que visem a solução dos problemas amapaenses e brasileiros, e também refletir as diversas tendências do pensamento das sociedades nacional e internacional. ZIULANAMELO Editora Chefe MÁRLIO MELO Diretor Administrativo DIÁRIO DE COMUNICAÇÕES LTDA. C.N.P.J: 02.401.125/0001-59 Administração, Redação e Publicidade Avenida Coriolano Jucá, 456 - Centro CEP 68900-101 Macapá (AP) www.diariodoamapa.com.br ara diminuir a velocidade de propagação do novo coronavírus, a recomendação das autoridades governamentais é para que as pessoas fiquem em casa. Neste cenário, osgastos com shows, baladas, bares, compras em lojas físicasdo varejo, entreoutros, deixarão de fazer parte da rotina durante um tempo, o que pode colaborarparadarum fôlegoàs finançaspessoaisoumes- mo favorecer o hábito de poupar dinheiro. Por outro lado, apermanênciaprolongada emcasapode levarao aumento de gastos com outrasdemandas, como contasdomésticas e compras de insumos básicos. Diante disso, a Associação de Educação Financeira doBrasil--AEF-Brasil, cujamissãoépromover efortalecer a causa da educação financeira em todo o país, apresenta algumas orientações que podem ajudar a equilibrar essa balançae fazerdaquarentenaummomento oportunopara repensar comportamentosqueprejudicamumavida finan- ceira saudável, além de adotar novas práticas que contri- buam para torna-la ainda mais promissora. "Estamosvivendoumacrisesemprecedentesno mun- docomessaquestãodonovo coronavírus. Hámuitas incer- tezas sobre o mercado, a economia, os empregos. Não dá paranegar quequem não fez a lição de casaem relaçãoàs finanças pessoais pode sofrer mais os efeitos desse pro- blema, já que ter uma reserva financeira num momento como este, por exemplo, poderia contribuir para atraves- sá-lo comumpouco maisde tranquilidade", explicaClau- dia Forte, superintendente da AEF-Brasil, ao comentar a importância da educação financeira para atravessar situa- ções como essa. Ela reforça, contudo, que mesmo nesse contexto de crise é possível promover pequenas mudanças que cola- borarão para melhorar a vida financeira e gerar impactos positivos para o futuro. "Mesmo nessa situação de qua- rentena continuaremos tendo gastos, especialmente com os itensbásicosdo nossocotidiano. Mascomones- se contexto estamos mais voltados aquilo que nos é essencial, é um bom momento para uma reflexãosobrecomo economizar naspequenas coisas e sobre os supérfluos de que podemos nos livrar, revertendo o valor dessas coisas paraconstruirum futuro maisestáveldoponto de vista financeiro", orienta Claudia. A seguir, confira algumas dicas da supe- rintendente da AEF-Brasil sobre como eco- nomizar e equilibrar a vida financeira, e como ter vidasaudávelemmeioapandemiadesaúde que nos envolve: • Para ospaisqueestão comcrianças emcasa, evite ficar com a televisão ou computador ligados o tempo todo, poisovalordaenergiaelétricapodeaumen- tar. Emalgunsperíodosoptepela leitura, desenhosa mão, resgate de brincadeiras antigas e estimule o uso de brin- quedos pedagógicos; •Quem trabalhaemcasa,noesquemadehomeoffice, podeutilizarumcômodo que tenhauma luznaturalmelhor e usufruir dela o máximo possível, evitando assim o uso da energia elétrica em excesso; •Enestesdiasoscomputadoresestão sendo maisusa- dos que nunca e para economizar energia no uso desses equipamentos,desligueocomputador etodososperiféricos da tomada quando não estiverem em uso, faça alterações nasconfiguraçõesdo equipamento,comoregular obrilho da tela e o tempo para o micro entrar em modo de espera ou em hibernação quando estiver ocioso, podem reduzir o consumo de eletricidade; • Encurte os banhos, pois já estaremos gastando mais água na cozinha, e explique aos pequenos que a água é vital e é finita em nosso planeta; • Não se empolgue com as compras online. Continua valendonessecontextoaregradeourodesemprepesquisar: diferenciar o queéquerer eo queéprecisar dealgo.Além decomparar preços, taxas, condiçõesetc.Vocêpode usar buscadoresde preçosna internet que ajudam amapearosvaloresdeummesmo itememdife- rentes lojas virtuais; •As indústrias e fornecedores estão abas- tecendo normalmente os supermercados, por isso,nãohámotivo paraqueosconsumidores estoquemexcessivamenteacomidadentrode casa.Compreapenasaquantidadecertaepara onúmerodepessoasda família.Alémdepensar no próximo, você economizará; •Fortaleçae apoieocomércio local, aquela vendinha do bairro pode desaparecer se nós não comprarmos lá; •Para quem está endividado, é interessante usar o tempo livre para organizar as finanças. Anotar tudo oufazerumaplanilhaparasaberexatamentequantoganha equantogastapormês,alémdovalor totaldadívida.Éimpor- tante verificar o problema para tomar algumasmedidas; • Quem está endividado, não pode se dar ao luxo de compraroquetemvontade, semnecessidade. Se for precisar mesmo fazer a aquisição de algum produto, economize e junte dinheiro para a compra à vista e com desconto. Não parcele para não comprometer o orçamento dos próximos meses, afinal ninguém saber como estará asituação do país após esta pandemia do coronavírus. "Comose tratadeumperíodocomplexoparaaeconomia doBrasiledomundo, esseéumbommomento paraentender maissobre finançase lidarmelhorcomosdesafiosque apa- recerão.Alémdisso, trabalhandoemcasaecomascrianças fora da escola e bom aproveitar para ensiná-los sobre eco- nomia. É uma boa hora para explicar para eles sobre os gastos obrigatórios de uma casa, como água, luz, gás e seu impacto no orçamento da família. AAEF-Brasil possui um portfóliodemateriaisprontoparaser usado,de livros, game, EADs, websérie e documentários gratuitos na plataforma www.vidaedinheiro.gov.br ", finaliza Claudia Forte. pandemia do coronavírus impôs abruptamente a todasaspessoasarealidadedaquarentena:privação da liberdade, limites,mudançadehábitose rotinas, dificuldades financeiras e organizacionais. Todos ao redor domundoestão-ouestarão-submetidosaessenovomodo deviverqueexigeumasériedeadaptaçõesetransformações que parecem, em um primeiro momento, impossíveis de serem realizadas, mas não são.As pessoas são diferentese reagemdemodosúnicos frenteadesafiosesituações-limite. Entretanto,aHistóriadaHumanidademostraquesim,somos eseremoscapazesdelidarcomorigorqueasituação impõe, sesoubermos manter a serenidade. E como é possível manter serenidade numa situação tão drástica? Tenho acompanhado e orientado muitas pessoas, pacientese amigos, e tenho percebido que o acesso à tec- nologia, que se tornou essencial para nóse compotencial para ser nossa aliada, temse tornado nossa inimiga. Evite compartilhar todo tipo de mensagem falando sobrea pan- demia, sobre métodos de proteção, desinfecção e, mais ainda, mensagens de pânico, relatos de pessoas que estão fora no Brasil, porque isso só contribui para aumentar nosso medo frente a algo que não temos controle, além dasmedidasde prevenção jáconhecidasedifundidas.Isso não significa quedevemospermanecer alienados: escolha uma fontede informaçãoparaseatualizarduranteumcurto período do dia, uma única vez já é suficiente. Use a tecnologia a seu favor: chame pessoasparacon- versar,façachamadasdevídeo,conecte-secomaspessoas. Muitagente temaproveitadoo momento parapropor ativi- dades em grupo através das mídias sociais: cantar, rezar, baterpapo,realizardiscussõesteóricasemáreasdeseu inte- resse.Sejageneroso:chamepessoasparaconversar,mande um recadinho para aquela pessoa que você sabe que está sozinhae temmaior potencialde"pirar".Naminha redede amigos, eu tenho observado com cuidado quem está "sur- tando"etenhochamadoessaspessoasparaconversar,distrair e até chamar a atenção para o nível de "piração". Não é preciso ser psicólogo, psiquiatra ou tera- peutaparacuidardosamigos,daspessoasànos- savolta: basta um pouco de humanidade. Pessoas que já fazem algum tipo de tra- tamento psiquiátrico podem estar mais vul- neráveis a se desestabilizarem. Dê suporte a elas. Chame para conversar, certifique-se de queela estábem, perguntesesuasmedicações estão em dia, se for o caso. São pequenos cui- dados que podem fazer uma grande diferença. O nível de ansiedade das pessoas está muito ele- vado e muita gente tem apresentado crises mais sérias, que necessitam de ajuda profissional e isso não é frescura. Vários profissionais da área de saúde mental temsedisponibilizadonas redessociaisparaescuta e suporte gratuitos e procurar ajuda é o primeiro grande passo para recuperar o equilíbrio. Procuremanter-seematividade, mastambémdescan- sar a mente. Dentro de casa, há uma série de afazeres que protelamos, deixamos para depois, geralmente alegando faltade tempo.Ahoraéagora.Coisaspara consertar, arru- margavetas,armários, documentos, jogarcoisavelha fora eumsemnúmerode atividadesque podemser executadas nesseperíodo. Evitepermanecer tempos infindáveisnuma única atividade, porque você pode se enjoar dela e, com isso, aumentar seu tédio. Aprenda a dosar. Como disse, a mente também precisa descansar. Não tenha vergonha de ficar deitado um dia inteiro, ficar de pijama e arrastar as meias pelo chão ou mesmo ficar sem roupa pela casa. Lembre-se do quanto reclama de ter que usar roupasocial, uniforme,calçacompridaesapatofecha- do todos os dias. É legal também exercitar um pouco de vaidade. Cuide-se. Tome banho, faça as unhas, arrume o cabelo, apare ou depile os pelos se achar necessário. O tédio, airritaçãoeoestressechegarãopara todos,não importasesozinhosouacompanhados.Domesmo modo, o importante é desviar o foco da irritação com uma outra atividade: ouvir uma música, tomar um banho, respirar fundo. Se você está confinado comoutras pessoas, não tenha ver- gonha e nem receio de se afastar um pouco. Vádescansar,respeitesuanecessidadedeespa- ço, mudede ambiente. Não há nadadeerrado em se recolher um pouco para aumentar os níveisdepaciência.Oconfinamentoemgrupo, sobretudoem família,noscoloca frentea frente com as dificuldades de convivência que conse- guimosdriblar ou evitar quando a rotinaestánor- malizada:aquele irmão"chato",aquelaavó"crica", aquele pai cheio de "manias" e isso pode fazer com que os ânimos seexaltem ainda mais. Famíliasconvivendocomcriançaspossuemumgrande desafio:driblar o tédiodospequenos.Procuremantê-losem atividade, abusedacriatividade. Jogos, brincadeiras, pinturas, desenhos. Não se incomode com paredes rabiscadas, se for o caso. Tenho uma amiga que reservou uma parede inteira do quartodos filhosparaelespoderem rabiscare deu muito certo. Evite deixar as crianças o tempo todo nos celulares, tablets e computadores. Sim, pode ser um grande sossego, mas procure dosar com outras atividades saudáveis. Você que está podendo permanecer confinado e não se expondo a riscos a todo o tempo, como é o caso dosprofis- sionais de saúde e de pessoas que são obrigadas a sair às ruas por uma questão de sobrevivência, seja grato. Com- preenda que você está inserido num sistema de privilégios do qual muitas pessoas não fazem parte. As dicas podem ser infindáveis, porque cada pessoa pode descobrir um jeito diferente e inovador de lidar com essa crise. Vamos em frente, cuidando uns dos outros e se cuidando, até que possamos voltar à nossa rotina. E fique em casa, se for possível!

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