

Estádevoltaumagrandeopçãoparaquem
faz planos de conhecer o Amapá de uma
maneira bem diferente. A dica é fazer um
“river tour”, que significa pegar um barco e
singrar os rios da região para se conhecer
melhorcomunidades, pessoasecostumesdas
localidades do interior. E dá para fazer isso
bempertinho deMacapá, apartir deSantana.
Trata-sedopasseiofluvialdenominado“Pira-
rucu &Cia”, idealizadopeloempresárioama-
paense Raimundo Simeão, 67, o popular
Muscula
. O projeto nasceu em 2014, depois
queadquiriu oCatamarã7 Ladies, preparan-
do os pacotes, que incluem alimentação a
bordo e até pernoite em chalés.
Falando ao
Diário do Amapá
, ele conta
que já trabalhavacombuffet,apartirda aber-
turadeumaempresaderecepçõeseeventos,
masquede tanto levarosamigospara conhe-
cer uma propriedade às margens do Rio
Matapi, aChácaraLorena, decidiuorganizar
ospasseioseassimfortalecero turismorecep-
tivo. “A gente possui lá a criação de peixes
em cativeiro, então fizemos os chalés e pas-
samos a vender os pacotes aos turistas, que
podem passar o fim de semana num lazer
diferente”, sugere o empresário.
Atrações
Raimundo explica que existem várias
opções de roteiro para se fazer a bordo do
catamarã (que tem formato de balsa). Uma
dasmaisprocuradassaidoDistritodoMata-
pi,próximoabalsadaMazagão, emSantana.
De lá dá para se percorrer o Rio Matapi,
conhecendo comunidades como São Rai-
mundo da Foz do Rio Pirativa, que reúne
inclusive um tradicional povoado formado
porfamílias remanescentesdequilombo,cha-
mada Vila São Raimundo.
Ali também é uma das maiores concen-
trações de grupo de botos amazônicos, que
costumamsaudar a passagem dos visitantes
comumbaléemocionante, dignoderegistros
emvídeosoufotografias. “Tambémpodemos
atravessar a frente de Santana até a Ilha de
Santana,peloRio Amazonas, ondeépossível
aproveitar praia de areia branca e até fazer
uma trilhaecológicaqueexiste lá”,dizonos-
so anfitrião.
Outraopção de passeio éna Prainha, que
ficana Reserva da Fazendinha, em Macapá,
também às margens do Amazonas. De lá é
só retornarparaopernoitenachácara deRai-
mundo Simeão, onde o pernoite em um dos
chalés sai por R$ 120, com café da manhã
incluso. O aluguel do Catamarã, com o que
sechamada de “All inclusive”, temcusto de
R$60 por pessoa. Masfazendogruposmaio-
res, dá para negociar esse valor.
O bacharel em Direito Claudino Dias, 51, foi com
toda a família no fimde semana passado para conferir
o passeio fluvial organizado pela Pirarucu & Cia. Ele
dissequefoiumadesuasmelhoresviagenspelo interior
do Estado. “As pessoas deveriam primeiro conhecer o
próprio Estado para depois sair por aí conhecendo o
Brasil eo mundo. Épreciso saber valorizar oqueénos-
so”, diz. Segundo Claudino, as atrações selecionadas
pelos organizadores do passeio são dignas de serem
mostradas aos turistas de fora. “Aqui nós temos o que
todomundoquerencontrarhojeemdia, ouseja,atrações
diferenciadas realmente, coisa de fazer gringo babar”,
brinca.
Claudino é um viajante habitual, conhecer muitos
lugares pelo Brasil e até no exterior. Diz que além de
todas asvantagens do passeio fluvial por Santana, está
o fatoreconômico. “Aquivocêpassaum fimdesemana
comsuafamília,conhecevários lugaresincríveisepaga
apenas R$ 60 com o almoço incluído. Isso não paga
nem o ingresso para ir ao Beach Park, em Fortaleza,
onde ainda temas despesas com aalimentação”, com-
para o turista.
OadvogadoamapaenseWashingtonCaldas também
integrava o grupo de turistas que conheceu o passeio
pelo Matapi na semana passada. Segundo ele, o dife-
rencial é mesmo o jeito tucuju de receber osvisitantes.
“A gente temomaiorprazer de levar afamíliaparaum
programa como esse, onde a gente se sente em casa
mesmo, com todo o carinho e a comodidade de fazer
um passeio de barco pelos rios da região, mostrando
para as crianças aquilo que ascidades já não oferecem
mais, que é esse contato com a natureza, sua fauna e
sua flora”, conclui. Para informações é só ligar para
Raimundo Simeão, pelo telefone (96) 3223-8496.
Uma das grandes atrações do passeio fluvial orga-
nizadopor Raimundo Simeãoéagastronomiaregional,
tendo pescados como o Tambaqui e o Pirarucu, que
são pegos ali mesmo em sua propriedade. As famílias
ougruposdecolegasde trabalhoquecostumamalugar
o Catamarã 7Ladiespodemoptar emalmoçar abordo
daembarcaçãoou naChácara. “Tempara todo tipo de
cliente. Até mesmo quem não é acostumado ou não
gostadefazer viagensdebarcomudadeopiniãoquando
conhece o catamarã, que possui dois cascos, tem boa
largura e assim muito mais estabilidade. Outro dia a
gente recebeu até um cadeirante a bordo”, diz.
A embarcação
A propósito, o Catamarã 7 Ladies é uma produção
genuinamente amapaense, adquirido no ano passado
junto ao estaleiro Náutica Amapari. Seu casco é todo
dealumínio e temcapacidade para45pessoas, incluin-
do trêstripulantes. Obarcopossui todaadocumentação
exigida e tem registro junto à Capitania dos Portos.
Simeão disse ter visto embarcação semelhante trans-
portando turistasemJoão Pessoa(PB). “E lá éno mar,
com águas agitadas”, compara.
Fotos:Divulgação