acolhê-lo para que ele sinta que não está
sozinho e chegue a tirar a própria vida”,
completou o psiquiatra. A professora Gra-
ça Almeida vê na abordagem do tema a
possibilidade de evitar com que novos
casos de suicídio ocorram. “A adolescên-
cia é uma importante fase de transição e
precisamos estar atentos aos sinais, e bus-
car entender o que está levando o aluno a
ter pensamentos de morte. Não vamos tirar
a liberdade desse adolescente, mas sim con-
versar com ele para buscar meios de ajudá-
lo”.
De acordo com dados do Ministério da
Saúde, 40% das pessoas que cometeram
suicídio buscaram um serviço de saúde de
2 a 7 dias antes do ato. “O suicídio está
fazendo mais vítimas do que o HIV, por
exemplo. Por isso, precisamos desmistifi-
car o tema e mostrar como fazer o acolhi-
mento dessa pessoa e o encaminhamento
para uma abordagem interdisciplinar para
dar início ao atendimento”, comentou o
coordenador do Centro de Apoio Psicos-
social Infantil, Cássio Monteiro.
O CAPSi
O Centro de Atenção Psicossocial para
Infância e Adolescência tem como objeti-
vo oferecer atendimento a crianças e ado-
lescentes de 3 a 18 anos. Presta atendi-
mento clínico em regime de atenção diária,
evitando as internações em hospitais psi-
quiátricos. Acolhe e atende pessoas com
transtornos mentais procurando preservar
e fortalecer os laços sociais do usuário,
assim como promove a inserção social das
pessoas com transtornos mentais por meio
de ações intersetoriais, como grupos e ofi-
cinas terapêuticas. É um serviço de saúde
municipal, aberto, comunitário, que ofere-
ce atendimento diário de demanda espon-
tânea ou referenciada.
Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) pro-
moveu nesta quarta-feira, 17, a roda de con-
versa Desmistificando o Suicídio, voltada
aos profissionais da educação. A finalidade foi
orientar os educadores para que possam tentar
identificar possíveis ideações suicidas em crian-
ças e adolescentes no âmbito escolar.
De acordo com o psiquiatra José Augusto Lei-
te, até os quatro anos de idade a criança não tem
um conceito global de morte e perda, ela só é
formada a partir dos 11 anos e a vida moderna
tem propiciado o aumento de casos de suicídio.
“Os jovens têm cada vez mais informações sobre
o mundo, mas não têm experiência para proces-
sar isso. Nesse momento é que a escola e a famí-
lia precisam buscar entender o que pode estar
causando as ideações de mutilação e suicídio”.
“Além de mostrar aos educadores como iden-
tificar esses comportamentos, é necessário que
entendam que o principal é escutar esse aluno e