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TURISMO

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Para fechar o ano com uma história motivadora, o Diário do Amapá ren

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Saga da alpinista Cléo Pachec

CLEBER BARBOSA

EDITOR DE TURISMO

Nascida emMacapáe hoje umacidadãdo

mundo, a irrequieta Cleonice Pacheco Wei–

dlich, conhecida como Cléo, ganhou esse

sobrenome estrangeiro ao se casar com um

alemão, mas hoje éradicada nos Estados Uni–

dos. E foi o passaporte americano que deve

ter ajudado a abrir as portas para um antigo

sonhocomoalpinista: conquistartodos os 14

picos superiores a 8 mil metros. O maior e

mais famoso deles foi vencido na primavera

de 2010, quandoelaculminouo Everest, com

seus 8.848 metros, tornando-se uma das pri–

meiras brasileiras a realizar o feito.

Na verdade, Cléo quis ir ainda mais longe

quando conquistouoEverest elançou-sea um

'double-header', ao também tentar escalar

monteo Lhotse (8516m), porém sem cume.

Mas aamapaense

Cléo

Pacheco passoupor

dificuldades atéo reconhecimentodeseus fei–

tos, mesmocomo"cidadã americana". Segun–

do oblogueiro ealpinistaPedro Hauck,um dos

primeirosaacreditar- ecreditar- a elagran–

des conquistas. "Atéentão,ninguém sabiaque

ela era brasileira, nem eu mesmo. Mas como

eu me identifi quei como brasileiro, respon–

deu em português. Foi aí que a - então des–

conhecida - Cleo passouasernotada noBra–

sil,após euterpublicadoartigos sobreela",diz

ojornalistabrasileiro.

Proezas

Cleo Weidlichse auto-entitula"sherpa girl"

- quenoTibet seriaalgocomo"gente do les–

te" - e tem um projeto consistente para cul–

minartodos os cumes 8.000 pelo mundo. Em

2009, elatentouo Broad Peak (8.051m)ecul-

minou o Cho Oyu (8.188m), sem oxigênio

suplementar. Essa fo i a primeira ascensão

femininabrasileiraao ChoOyu semoxigênio

engarrafado.

Dinâmica

Já em 2011, os planos de Cleo eram ainda

mais ousados. Na primavera, o Kangchen–

junga (8.586m). No verão, o K2 (8.61 lm). E

no outono, a difícil Rota Britânica da Face

Sudoeste do Shishapangma (8.027m).

EmMaca

pá,

onde Cléo nasceueviveuseus

primeirosanos devida,suafamília nãoescon–

de o orgulho com suas façanhas como alpi–

nista, apesar da grande preocupação com sua

segurança. "Mas a gente confia muito nela,

que sempre busca seguir as regras de segu–

rança, algo fundamentalparaprofissionais de

ponta como ela se tornou", diz seu irmão, o

empresário Edyr Pacheco.

Guerreira.

Um altímetro no

pulso, ferramenta

comum entre os

alpinistas pelo

mundo. Na foto,

a amapaense

Cléo Pacheco

faz pose e entra

para o seleto

grupo de poucas,

poquíssimas

mulheres que

chegaram ao

topo acima dos

8

mil metros.