Diário do Amapá - 24 e 25/05/2020

/ / / / asd azul 3>6 magenta 4>8 Repórter do SBT, Roberto Cabrini, além de gravar matéria noshospitais da Covid, esteve com oprefeitoClé- ciona sua rápida passagempor Maca- pá, a serviço. Quis saber, principalmente, sobre efeitos dos 1ºs dias do lockdown e, também, como anda por aqui o combate ao coronavírus. Parceiro de Clécio nasagendasde combate à Covid-19, Josiel (DEM) tem dito e repetidoque ofaz integrando comi- tiva de trabalho comosuplente do manosenador Davi Alco- lumbre, em Brasília. “Descartando suposições maldosas, porque jamais tra- taria de política num cenário tãocruel para os macapaenses”, pondera Josiel. Maia destacou que no passado, quando seus adversários foram investigados, que veio a público por exemplo o caso das conversas de Lula com Dilma, eu não vi ninguém do nosso campo, me coloco nesse campode oposiçãoao gover- noda presidenteDilma, criticando a decisão”, pondera Maia. Aliás, até se falou na Covid, mas no sentido de se tirar proveito da situação. Porque, sob foco absoluto de tudo e todos, abriria guarda da imprensa para o passar da ‘boiada’ do interesse do Meio Ambiente, apenas com jamegão de Bol- sonaro, comoproposto peloministroRicar- do Salles. Amapá atinge marca dos 6 mil infectados pela Covid- 19; número de mortos chega a 162. Dados foram divulgados na tarde deste sábado (23). Outros 8.386 estão em análise laboratorial. Os testes também descartaram 5.208 casos suspeitos. O ex -deputado, delegado Ericláudio Alencar também deu seu pitaco sobre vídeo da reunião ministerial do gover- no Bolsonaro: “O que me deixou pasmo ao ver o vídeo da reunião não foram os palavrões, as exposições ridículas de egos inflados, a tentativa de interferência na PF, nada disso. Foi a total ausência de uma iniciativa para o combate ao coronavírus. 21 mil mortos e nenhuma palavra sobre o assunto", disse o delegado. Prefeitura convoca 367 servidores temporários que atua- rão no enfrentamento ao coronavírus em Macapá. Foram ofertadas 422 vagas, mas ainda nem todas preen- chidas, apesar da urgência, urgentíssima. Randolfe defende prisãoparaWeintraub e reafirma que Bolsonaro tentou intervir na PF. “Cadê a ordem de prisão contra Weintraub? Não tem conversa alguma. Tem que ser preso urgentemente!”, tuita Randolfe. A deputada Cristina Almeida, em suas redes sociais, felicitou opovode Oiapoque pelos75anos do município, e demonstrou preocupaçãocom os números da Covid- 19 e com as cheias do Rio Oiapoque que atingem comunidades, como a Vila Bra- sil, por exemplo. Em seu mandato e ocupando tribuna na Alap, Cristina tem cobrado providên- cias das autoridades. Ex-ministro da Saúde Nelson Teichconfirmou ter recu- sado a um convite do ministro interino, Eduardo Pazuello (Saúde), para ser conselheiro da pasta que o oncologista acabou de renunciar. Agradeceu, penhorado, mas disse depoisque nãoestaria sendo coerente, se aceitasse o convite. “Foi assim também quando o presidente do Senado esteveem isolamentopor ter contraídoa doença e, no âmbito da parceria Davi-Clécio, no lançamento e inauguração de obras resultantes de emendas do presidente do Congresso”, adita mano de Davi. A reuniãoministerial de 22 de abril parecia umencontro de colegiais, tamanha a profusão de palavrões. Sobrou inde- licadezas e faltousolidariedade às famílias dos mortos pela Covid-19. Presidente e ministros disputarama primazia noquesito “boca suja”. Weintraub quer prender o STF e Damares, os governadores e prefeitos. E o país que de vire pra dormir com um barulho desses. Rodrigo Maia minimiza críticas a divulgação de vídeo e cita conversa Dilma-Lula. “Todo mundo quando sofre uma investigação, mais transparência, geralmente faz crítica. Mas ninguém olha o passado”, lembrou. Na porta do Alvorada, em Brasília, Bolsonaro admitiu ter, sim, pedido a Sergio Moro para protegê-lo. “Não quero que me blinde, mas você tem a missão de não deixar eu ser chantageado. É obrigação dele me defen- der. Não éme defender de corrupção, de dinheiroencontrado no exterior. Não, é defender o presidente para que possa trabalhar, possa ter paz”, disse o presidente. orge Amado me contou que, depois de longo exílio, reencontrou um dos maiores poetas de língua espanhola, Pablo Neruda, e perguntou-lhe por um ami- go comum, que tinha convivido com eles em Praga, onde nascera sua filha Paloma Amado. Neruda respondeu-lhe: “Jorge, não me perguntes por ninguém. Somos sobre- viventes: todos já morreram.” Já o meu mestre e companheiro de tra- balho na redação de O Imparcial, Dr. Fer- nando Perdigão, quando eu era moço, dis- se-me: “Sarney, a gente só sabe que está velho quando chegar ao Cemitério do Gavião, olhar para os túmulos e dizer: “Este aqui era meu amigo, esse ali foi meu alfaia- te, aquele acolá, meu colega de faculdade, ummais adiante, meu professor de latim”. Ri com ele e depois passei a lembrar-me de sua didática sempre que ia ao cemitério e reconhecia nas lápides amigos e conhe- cidos. Com esse sentimento, sentei-me para escrever esta coluna lembrando-me do Cló- vis Rossi, que acaba de nos deixar. Grande jornalista. Na Folha de S.Paulo também tínhamos, acima de todos, o Cláudio Abra- mo, mestre dos mestres; no Jornal do Brasil, Herberto Sales e o notável Carlos Castelo Branco, o Casteli- nho, grande jornalista de análise, igual ou melhor do que Tobias Monteiro, que, além de historia- dor, foi o primeiro a fazer grandes reportagens sobre as figuras do Império, sobre o qual escreveu, em dois volumes, o História do Império, reconstituindo, com a fon- tes primárias, a Lei do Ventre Livre, a Abolição, a República. Castelo foi mais do que ele: escreveu a história con- temporânea do Brasil em seus artigos no JB (Coluna do Castelo), permitindo-nos acompanhar, pelo seu trabalho, todos os acontecimentos, altos e baixos, do nosso País. Foi meu colega na Academia Brasi- leira de Letras, onde o recebi. Vou aos patriarcas e aqui coloco o maior de todos: Odylo Costa, filho, meu amigo, o maior que tive, pai do jornalismo moder- no no Brasil, no qual foi não somente o mestre no texto: inovou a feitura, o modelo, o texto dos jornais, a começar pelo Jornal do Brasil. Lembro Pompeu de Sousa e o deus Austregésilo de Athayde. No princípio do século XX, houve uma grande polêmica sobre se o jornalismo era ou não litera- tura. Discussão inútil. Pelo jor- nalismo, pode-se fazer boa lite- ratura, sem dizer que temos gran- des escritores que foram também grandes jornalistas. Josué Montel- lo era um. Gostava do jornal. Ado- rava a polêmica e foi um dos maiores romancistas e intelectuais brasileiros. A morte de Clóvis Rossi fez-me rebuscar estas lembranças. Todos já mor- reram, mas todos estão vivos através da pala- vra escrita, onde mora a eternidade. Mas não posso terminar sem colocar uma coroa de louro no velho Nascimento de Moraes, aqui do Maranhão, pai de todos, a quem ainda conheci e com quem trabalhei. Depois, aí vai também a saudade, Ban- deira Tribuzzi, amigo e irmão, poeta maior, que citei nas Nações Unidas, com quem fun- damos este jornal. Dizia ele: “Que tempos de viver-se!” Além de tudo, profetas. Todos mortos-vivos. /

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