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GDIÁRIO DO AMAPÁ GSÁBADO 118 DE JANEIRO DE 2020
PolíticaNacional
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VÍDEO
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Roberto Alvim disseque aarte deve ser'heroica' e'imperativa', 'ounãoseránada', assim comoGoebbels.
Bolsonaro exonera secretário da Cultura, que fez discurso
com frases semelhantes às de ministro de Hitler
O presidente Jair Bolsonaro exonerou nesta sexta-feira
(17) o secretário nacional da Cultura, Roberto Rego Pinhei–
ro, conhecido como Roberto Alvim, que fez um discurso no
qual usou frases semelhantes às usadas por Joseph Goebbels,
ministro da Propaganda de Adolf Hitler durante o governo
nazista. Goebbels era antissemita radical e foi um dos ideali–
zadores do nazismo.
Assim como Goebbels havia afirmado em meados do sécu–
lo XX que a "arte alemã da próxima década será heroica" e
"imperativa'', Alvim afirmou que a "arte brasileira da próxi–
ma década será heroica" e "imperativa".
A exoneração foi publicada em uma edição extra do Diá–
rio Oficial da União, no início da tarde. O secretário-adjunto
do órgão, José Paulo Soares Martins, deve assumir o coman–
do interino até a escolha de um substituto.
Em nota, Bolsonaro afirmou que a permanência de Alvim
no governo ficou "insustentável".
Nesta quinta-feira, antes da publicação dovídeo de Alvím,
Bolsonaro participou de uma live no Facebook ao lado do
agora ex-secretário. Na ocasião, Bolsonaro disse: "Ao meu
lado aqui o Roberto Alvim, o nosso secretário de Cultura.
Depois de décadas, agora temos sim um secretário de cultu–
ra de verdade, que atende o interesse da maioria da popula–
ção brasileira, uma população conservadora e cristã."
Fala do secretário
O discurso do secretário, divulgado emuma rede social na
quinta (16), se referia ao lançamento de um concurso de pro–
jetos de arte.
O vídeo de Alvim ganhou grande repercussão nas redes
sociais e tanto o nome do secretário quanto o de Goebbels
foram parar entre os assuntos mais comentados do Twitter no
Brasil.
A fala dele também gerou forte repercussão nos meios
artístico e político. O presidente do Senado, Davi Alcolum–
bre (DEM-AP), e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia
(DEM-RJ), pediram a demissão imediata do secretário.
Justiça aceita denúncia, e29 ex·gestores de
fundos de pensão
viram
réus na Greenfield
O juiz Vallisney de Oliveira, da 10' Vara da Justiça
Federal, em Brasília, acolheu denúncia do Ministério Públi–
co e tomou réus 29 ex-gestores de fundos de pensão por
gestão temerária. Eles tinham sido denunciados pelo Minis–
tério Público Federal (MPF) no último dia 9, e não há data
prevista para julgamento.
De acordo com o MPF, os ex-gestores causaram pre–
juízo de R$ 5,5 bilhões aos fundos de pensão Petros, dos
funcionários da Petrobras; Funcef, dos colaboradores da
Caixa Econômica Federal; Previ, dos funcionários do Ban–
co do Brasil; e Valia, dos trabalhadores da Vale.
Ao acolher a denúncia, o magistrado afirmou que o
Ministério Público apresentou "vasto material probatório
contra todos os denunciados no delito de gestão temerá–
ria".
"O MPF produziu e apresentou a este Juízo peça acu–
satória formalmente apta, acompanhada de vasto material
probatório, contendo a descrição pormenorizada contra
todos os denunciados (então dirigentes, conselheiros e res–
ponsáveis pelos investimentos no âmbito da Petros, Fun–
cef, Previ e Valia), como incursos no delito de gestão teme–
rária pela constituição e aportes ao FIP Sondas, entre os
anos de 2011e2016", diz Vallisney.
Entre os réus está Esteves Colnago, atual chefe da
Assessoria Especial de Relações Institucionais do Minis–
tério da Economia e ex-ministro do Planejamento. Col–
nago nega irregularidades.
Em nota divulgada quando a denúncia foi apresenta–
da, no último dia 9, ele informou estar
à
disposição da for–
ça-tarefa e acrescentou que todas as atividades foram
desempenhadas conforme o regimento interno e as normas
legais.
Denúncia
Os procuradores denunciam que os ex-gestores igno–
raram os riscos dos investimentos, as diretrizes do mercado
financeiro, do Conselho Monetário Nacional, dos regi–
mentos internos dos fundos, e não realizaram estudos de
viabilidade sobre os aportes.De acordo com o MPF, os
crimes foram praticados entre 2011 e 2012 e consumados
até 2016, quando ocorreram os últimos aportes no Fundo
de Investimentos e Participações (FIP) Sondas.
Salles receberá ONG após relatório que aponta 'carta branca' do governo acrimes ambientais
Oministro do Meio Ambiente, Ricar–
do Salles1marcou um encontro na próxi–
ma segunda-feira (20) com representan–
tes da ONG internacional Human Rights
Watch.
É
a primeira vez que o ministro
receberá a organização.
Areunião com Salles foi um pedido da
Human Rights, segundo a ONG informou
ao blog. Procurado pela reportagem, o
ministro confirmou a agenda na próxima
segunda-feira.
A reunião acontecerá uma semana
após o relatório anual da Human Rights
Watch dizer que o governo Bolsonaro
enfraquece agências ambientais e reduz a
fiscalização na Amazônia.
O documento foi divulgado na última
quarta-feira (15) e analisa a situação dos
direitos humanos no mundo. No relató–
rio, a ONG internacionalrepete que polí–
ticas do governo do presidente Jair Bol–
sonaro "deram carta branca a redes cri–
minosas" na área ambiental.
Ao blog, a diretora da HRW no Bra–
sil1Maria Laura Canineu1disse que vai
apresentar o relatório ao ministro para
saber quais medidas serão tomadas.
"Fomos muito críticos sobre as polí–
ticas ambientais desse governo, desde o
enfraquecimento das agências de proteção
ambiental, aos cortes de orçamento, e
inclusive ataques a defensores da flores–
ta (indígenas, moradores de comunida–
des locais, e até agentes públicos)", afir–
ma Canineu.
A diretora explica que o objetivo é
ouvir Salles sobre tais questões e ques–
tioná-lo sobre que medidas ele tomará
para reduzir o desmatamento para cum–
prir o Acordo de Paris.
"Até agora o Brasil tá na direção con–
trária. Enquanto os alertas de desmata–
mento crescem em 85% no último ano1
até setembro do ano passado as multas
do lbama tinham reduzido em 25% até
o mês que se tem dados, que é setembro
de 2019", cita Canineu.
O governo Bolsonaro já fez diver–
sas críticas a ONGS. No fim de 2019,
por exemp lo, o presidente acusou o
ator Leonardo DiCaprio e a ONG
WWF de financiarem queimadas cri–
minosas no Brasil.
Filas do INSS: Ministério Público pede ao TCU que suspenda
contrata~io
de militares
''
Cerca de
Zmilhões
de
pessoas estão
na fila, e
governo
O subprocurador-geral do
Ministério Público no Tribunal de
Contas da União (TCU), Lucas
Furtado1 pediu nesta sexta-feira
(17) ao tribunal que suspenda a
contratação1pelo governo1de mili–
tares da reserva para atuar no
INSS.
A representação será distribuí–
da a um dos ministros do TCU.
Caberá ao relator atender ou não
ao pedido.
Procurada1a Secretaria de Tra–
balho informou que a Advocacia
Geral da União (AGU) se mani–
festará sobre o caso quando for
notificada do pedido.
Na última terça (14), o gover–
no informou que irá contratar 7 mil
militares para tentar reduzir as filas
de atendimento.
Atualmente1cerca de 2 milhões
de pessoas estão
à
espera de uma
resposta para obter benefícios.
Argumentos do Ministério
Público
No pedido apresentado ao
TCU1 Lucas Furtado questiona a
legalidade da medida. Isso porque,
segundo ele1 a contratação não
poderia ser direcionada apenas a
militares da reserva.
"Ao meu ver1não pode haver o
direcionamento da contratação
para os militares da reserva1pois1
nesse caso1 é nítida a reserva de
mercado que o governo federal está
promovendo para remediar o
impasse das filas de processos pen–
dentes de análise"1afirmou o pro–
curador.
Furtado também argumentou
que o militar da reserva não é um
funcionário público aposentado e
que a disponibilidade dos milita–
res de reserva visa atender a pos–
síveis necessidades das Forças
Armadas1 não a necessidades de
atividades de natureza civil.
Segundo informou o governo1
o custo das medidas para acabar
com a fila de pedidos no INSS será
de R$ 14,5 milhões por mês, valor
que inclui a gratificação dos mili–
tares - que1por lei1equivale a 30%
adicionais sobre a aposentadoria
na reserva.
anunciou contratação de
7
mil
militares da reserva
para tentar diminuir esse número. Contratação não
pode
ser direcionada, diz procurador.
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Trecho do texto
A representação será distribuída aum dos ministrosdo
TCU.
Caberá ao relator atender ounão aopedido.