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DIÁRIO DO AMAPÁ
e
QUARTA-FEIRA 108 DE JANEIRO DE 2020
Opinião
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jornal ,,
DIARIO
LUIZ MELO
ZIULANA MELO
ZIULANA MELO
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conceitos emitidos em artigos e colunas são de responsabilidade dos seus autores e nem
sempre refletem a opinião deste Jornal. Suas publicações são com o propósito de estimular o
debate dos problemas amapaenses e do país. O
Diário do Amapá
busca levantar e fomentar
debates que visem a solução dos problemas amapaenses e brasileiros, e também refletir as
diversas tendências do pensamento das sociedades nacional e internacional.
e
ULISSES LAURINDO - JORNALISTA
Articulista
Descontinuidade, as amarras brasileiras
V
árias soluções são constantemente
lembradas sempre com a ideia de
devolver ao Brasil seus melhores
dias e ocupar sua importância no mundo.
Vale lembrar que de 1968 a 1973 o PIB
brasileiro saltou de 9,8% para 14%, época
do regime militar, período que ficou
conhecido como o Milagre Brasileiro e de
Anos de Chumbo. A continuidade política
prevaleceu tendo como base a gestão de
Juscelino Kubitschek, quando a economia
exibiu um crescimento econômico susten–
tável apoiado no Plano de Metas de JK,
cujo programa sugeria o crescimento de
50 na gestão em cinco anos. Procurar as
causas desse avanço identificava-se que a
razão maior se devia
à
continuidade admi–
nistrativa do governo JK.
O que se lamenta agora no país é ades–
continuidade dos programas estabelecidos
por administrações anteriores que não
seguem o cronograma anteriormente apro–
vado com raízes ligadas à vaidade na
manutenção de planos fora da sua autoria.
No governo de Lula, nos seus primeiros
anos, seguiam-se a política deixada e
desenvolvida por Itamar Franco e Fernan–
do Henrique Cardoso, criadores do Plano
Real que tirou do país o espantalho da
inflação.
Nos primeiros anos de Lula o país
respirava confiança, a mesma da
linha do período militar que usava
o mote "Brasil, ame-o ou deixe–
o". Depois da ausência do dinhei–
ro da China e a ganância da per–
petuidade de poder retrata o que
está aí.
É
constante a falta de continui–
dade administrativa na política bra–
sileira, seja nas áreas municipal,
estadual e federal. Para tornar mais
clara a tese, ligo o exemplo do programa
criado no Rio de Janeiro para atender à
educação com a construção de 502 esta–
belecimentos escolares, com o nome de
Centro Integrado de Educação Pública
(Ciep), obra conjunta do arquiteto Oscar
Niemeyer, do professo Darci Ribeiro e de
Leonel Brizola, quando duas vezes dirigiu
o estado.
Louvado pelo mundo inteiro como ini–
ciativa para quantificar a educação entre
as classes menos favorecidas acabou com
vida curtíssimas tão Jogo a administração
estadual passou para outras mãos que em
nada justificava o abandono do programa,
claramente, por não ser de autoria dos
novos governantes. Foi
wn
pecado nacio–
nal lamentado pelo mundo inteiro porque
~f!IJ!ll!'=P!~ a
opção estrangeira era de que a pro–
gramação procurava amparar os
mais pobres e a imensa população
jovem.
''
A
continuidade
política
prevaleceu
tendo
como
base
a
gestão
de
JK,
quando a
economia
exibiu
um
crescimento econômico
sustentável
''
O mau exemplo deixado pelos
sonegadores do sonho dos mais
pobres estudarem em estabeleci–
mentos que lhes ofereciam tempo
integral nos colégios e escolas,
apoiado em assistência médica,
odontológica, psicológica e, sobre–
tudo, alimentar e aptidão física, deixou
de ser um ato desabonador para a cultura
das regiões, como também grave desserviço
à
altura, pois a clientela eram jovens da
infância
à
adolescência com ajuda que a
pobreza dificultava o acesso.
O sociólogo Darci Ribeiro alertou que
fechar as portas de programa igual ao
Ciep era correr o risco de, em pouco anos,
pelo desamparo da juventude, alimentar
o aparecimento de muitos trombadinhas,
vaticínio que hoje é realidade no Brasil.
O país enfrenta sério desequilíbrio na ati–
vidade da juventude, ficando clara que a
razão, a vertente, se apoia na visível vai–
dade dos homens públicos brasileiros,
preocupados apenas com seu ego pessoal,
deixando o rio correr com sua maré furio–
sa, porque pouco lhes afeta.
e
WELLINGTON SILVA - JORNALISTA E HISTORIADOR
Articulista
Um olhar do Brasil para Bachelet
S
eria muito digno de aplausos se a
Comissária dos Direitos Humanos
da ONU, madame Michelle
Bachelet, divulgasse em números o total
de vítimas inocentes brutalmente assas–
sinadas no Brasil pelo crime organizado,
principalmente pelo tráfico de drogas,
não esquecendo obviamente de incluir
policiais civis e militares estupidamente
mortos.
Não se pode falar daquilo que não se
tem a dimensão real dos fatos, atores
envolvidos, grau de periculosidade em
que se encontra a criminalidade no Brasil,
e fundamentalmente, seus níveis de envol–
vimento político nas favelas. Historica–
mente, a coisa mais conveniente de outros
países, ditos "civilizados", sempre foi
jogar pedras no estado brasileiro contra a
pronta-resposta da ação policial quando
finalmente consegue intimidar e frear o
crime.Mesmo que seja por métodos extre–
mos, logicamente forçados pelas circuns–
tâncias do momento, as vítimas envolvidas
no cenário do crime, aliviadas, agrade-
cem!
Não existe polícia gentil e boa–
zinha no mundo! Sua natureza é
repressiva! Ela deve ser consti–
tucionalmente gentil com pes–
soas de bem, as vítimas, que é
seu dever legal e moral defender.
Todo soldado de uma força arma–
da é treinado para matar e sobre–
viver, isso a qualquer custo. Seu
dever é defender seu povo e a sua
pátria. Isso é uma regra básica em qual–
quer país, que parece que madame Michel–
le Bachelet não enxerga ou não quer
enxergar.
Fico imaginando a cena de como seria
se a senhora Comissária dos Direitos
Humanos da ONU, acompanhada de
comissão, resolvesse bater um papo com
traficantes numa favela. De bate-pronto
um bandido olharia para o outro e diria:
- Chefe, vamu sequestra ela e pedir um
bom resgate em dólar ou em euro!
''
·É
uma
jogada! Mas
temuqui falar com uns
chegado
da
política
prátê
cobertura,
sacou?
Senão
é
uma
jogada
fria!
O chefe diria:
- É
uma jogada! Mas temuqui
falar com uns chegado da política
prátê cobertura, sacou? Senão é
uma jogada fria!
A senhora sacou madame?
O crime rotineiramente e tran–
quilamente,num certo tempo,cini–
camente acomodou-se infiltrado
nas esferas de poder, e é isso que a
Operação Lava-Jato, Ministro Sérgio
Moro, Polícia Federal, Ministério
Público, Forças Armadas e polícias civil
e militar estão combatendo.
Penso que a senhora Comissária dos
Direitos Humanos da ONU deveria se preo–
cupar com a crise política da Venezuela e
suas vítimas, a população, assim como a
esquecida Síria, países pobres da África e
da América Central.
Se assim o fizer, terá aplausos do mundo!
Do Brasil cuidamos nós!