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GDIÁRIO DO AMAPÁ GQUARTA-FEIRA 108 DE JANEIRO DE
2020
PolíticaNacional
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Editora Chefe: Ziulana Melo 8 Fone:
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8 E-mail: diario-ap@uol.com.br
OPINIÃO
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Ataque dos Estados Unidos que matou um dos homens fortes do regime iraniano gerou tensão no Oriente Médio
Bolsonaro diz que Soleimani não era general eque impacto
de ataque sobre preço dos combustíveis não foi grande
O presidente Jair Bolsonaro disse que a tendência do pre–
ço do combustível no Brasil é se estabilizar, mesmo com a
tensão no Oriente Médio entre Estados Unidos e Irã.
Na noite da quinta-feira (2), um ataque norte-americano
nas proximidades do aeroporto de Bagdá, no Iraque, matou
o general iraniano Qassem Soleimani. O governo do Irã pro–
meteu retaliação e, em meio à escalada da tensão, o preço do
barril do petróleo teve forte alta na semana passada. Irã e Ira–
que estão entre os maiores produtores do mundo.
De acordo com Bolsonaro, os preços caíram desde a alta
inicial e, na opinião do presidente, o impacto do ataque no
mercado de petróleo não foi grande. Ele também disse que
Soleimani "não era general". O governo dos Estados Uni–
dos, ao qual o governo brasileiro é alinhado, chama Soleirnani
de terrorista. "Reconheço que o preço [dos combustíveis]
está alto na bomba. Graças a Deus, pelo que parece, a ques–
tão lá dos Estados Unidos e Iraque, do general lá que não é
general e perdeu a vida [Soleimani], não houve... O impac–
to não foi grande. Foi 5% passou para 3,5%. Não sei quanto
está hoje a diferença em relação ao dia do ataque. Mas a ten–
dência é estabilizar", afirmou o presidente na saída do Palá–
cio da Alvorada. O governo tem reuniões ao longo desta
segunda para tratar de eventuais impactos da crise sobre opre–
ço dos combustíveis no Brasil. Bolsonaro deve participar de
algumas dessas conversas.
Terrorismo
Na sexta-feira (3), após os ataques dos EUA, o Ministé–
rio das Relações Exteriores brasileiro divulgou uma nota em
que disse que apoia a "luta contra o flagelo do terrorismo".
Bolsonaro disse na saída do palácio que o conteúdo da nota
do ltarnaraty passou pela avaliação dele e que seu posicio–
namento, como presidente, não é "muito destoante" do divul–
gado pelo ministério.
Crise EUA·Irã: Itamaraty
diz
emnota que
apoia 'luta contrao fiagelo do tmorismo'
OMinistério das Relações Exteriores divulgouuma nota
na qual afirmou que apoia a "luta contra o flagelo do terro–
rismo".
A nota do ltamaraty foi divulgada um dia após oprinci–
pal general iraniano, Qassem Soleimani, ter sido morto em
um ataque ordenado pelo governo dos Estados Unidos.
Segundo opresidente Donald Trump, o ataque foi ord..–
nado para "parar" urna guerra, não para "começar".
"Ao tomar conhecimento das ações conduzidas pelos
EUA nos últimos dias no Iraque, o governo brasileiro mani–
festa seu apoio à luta contra o flagelo do terrorismo e reite–
ra que essa luta requer a cooperação de toda a comunidade
internacional sem que se busque qualquer justificativa ou
relativização para o terrorismo", afirmou o ltamaraty nesta
sexta-feira.
'Poderio bélico'
Na nota, o ministério não condenou a morte do general
iraniano, mas condenou um ataque à embaixada dos Esta–
dos Unidos em Bagdá (Iraque).
Mais cedo, nesta sexta, opresidente Jair Bolsonaro che–
gou adizer que o governo não se manifestaria sobre o assun–
to por não ter o "poderio bélico" dos Estados Unidos.
"Eu não tenho o poderio bélico que o americano tem
para opinar neste momento. Se tivesse, eu opinaria", afirmou
o presidente.
Efeitos da crise
Um dos efeitos da crise entre Estados Unidos e Irã foi o
aumento de 3,6% no preço do barril de petróleo, chegando
a US$ 68,60.
No Brasil, Bolsonaro afirmou que o governo não vai
interferir no preço dos combustíveis, mas que a alta é o que
"mais preocupa" neste momento.
Outro efeito provocado pela crise foi a queda no fecha–
mento das bolsas de valores internacionais.
Ministro diz que Brasil não reconhece resultado da eleição para oCongresso da Venezuela
O ministro das Relações Exteriores,
Ernesto Araújo, afirmou que oBrasilnão
reconhecerá o resultado para a Assem–
bleia Nacional da Venezuela.
Segundo ogoverno de Nicolás Madu–
ro, o deputado Luis Parra, pró-governo,
saiuvitorioso. Com
isso,
se tornou onovo
chefe do Poder Legislativo no país.
Principal líder oposicionista e auto–
proclamadopresidente da Venez:uela des–
de 2019, Juan Guaidó disse ter sido imp..–
dido de votar, eaoposição passou adizer
que houve um "golpe" na eleição.
"Em Caracas hoje, Maduro tenta
impedir, à força, votação legítima na
Assembleia Nacional ereeleição de Juan
Guaidó paraapresidência daAN [Assem–
bleia Nacional] e do governo interino,
crucial para a redemocratização do país.
Brasil não reconhecerá qualquer resulta-
do dessa violência e afronta à democra–
cia", publicou Ernesto Araújo neste
domingo.
O governo brasileiro reconhece Juan
Guaidó como presidente da Venezuela
desde janeiro do ano passado. Em feve–
reiro de 2019, opresidente Jair Bolsona–
ro o recebeu no Palácio do Planalto, em
Brasília.
A Venez:uela enfrentaurna crise polí–
tica, econômica esocial. Adversários polí–
ticos acusam o governo Maduro de per–
seguição; a inflação no país estava em
815.194% no ano passado; emilhares de
cidadãos têm fugido para outros países,
entre os quais o Brasil.
Reeleito presidente, Maduro se diz
alvo deperseguição eafirma que háurna
tentativa de golpe no país articuladapelos
Estados Unidos.
Bolsonaro diz que governo não vai interlerir no preço dos combustíveis
O presidente Jair Bolsonaro afir–
mou que o governo não vai interferir
no preço dos combustíveis diante do
aumento provocado pela crise entre
Estados Unidos e Irã.
Bolsonaro deu adeclaração ao con–
ceder uma entrevista em um hospital
em Brasília, onde visitou a primeira–
dama, Michelle Bolsonaro, submetida
a um procedimento cirúrgico estético
nesta semana.
Nesta quinta (2), o general irania–
no Qassem Soleirnanifoi morto emum
ataque ordenado pelo governo dos
Estados Unidos. Nesta sexta, com o
aumento da tensão entre os dois países,
o preço do barril do petróleo fechou
em alta de 3,6%, a US$ 68,60.
"Presidente, ese opreço do petró-
leo não parar?", indagou um jornalis–
ta aBolsonaro quando opresidente dei–
xava o hospital em Brasília.
"Se? Você começa com 'se'. 'Se',
tem que tomar providência. A Petro–
bras está se recuperando do que sofreu
nos últimos anos, em especial no
governo do PT", respondeu.
O repórter, em seguida, indagou a
Bolsonaro se o governo tomará algu–
ma providência caso opreço do petró–
leo continue aumentando.
O presidente, então, respondeu:
"Com toda certeza. Eu converso com
o almirante Bento [ministro de Minas
e Energia], com opresidente da Petro–
bras e com o Paulo Guedes [ministro
da Economia] e nós temos urna linha
de não interferir, mas acompanhar e
buscar soluções."
Segundo Bolsonaro, épreciso fazer
um "apelo" aos governadores. "Vamos
supor que aumente 20% o preço do
petróleo, vai aumentar 20% o ICMS,
não
dá
para os governadores cederem
um pouco nisso também? Porque todo
mundo perde. Quando você mexe em
combustível, toda nossa economia é
afetada nesta questão", afirmou.
Reunião na próxima semana
De acordo com opresidente, have–
rá urna reunião com aequipe de gover–
no na próxima segunda-feira (6) para
discutir o assunto.
Ele afirmou que oaumento no pre–
ço do barril de petróleo é o que mais
preocupa neste momento.
''
Preço
do
barril
de
petróleo subiu
em
razão da crise
entre EUA
e
Irã, provocada pela
morte
de um
general. Segundo Bolsonaro,
uma reunião
será
feita
para
discutir assunto.
' '
Trecho do texto
Com oaumento da tensão entre os doispaíses,
o
pre~o
do petróleo fechou em altade 3,6%, aUS$ 68,60.