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emARIO DO AMAPÁ esABADO 111 DE JANEIRO DE 2020

Opinião

1

jornal ,,

DIARIO AMAPA

LUIZ MELO

ZIULANA MELO

ZIULANA MELO

Editora Chefe

MÁRLIOMELO

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Direror Superimendeme Dirernra de Jornalismo

COMPROMISSO COM ANOTICIA

DIÁRIO DE COMUNICAÇÕES LTDA.

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Circulação simultânea em Macapá, Belém, Brasília e em todos os municípios do Amapá. Os

conceitos emitidos em artigos e colunas são de responsabilidade dos seus autores e nem

sempre refletem a opinião deste Jornal. Suas publicaçCies são com o propósito de estimular o

debate dos problemas amapaenses e do país. O

Diário do Amapá

busca levantar e fomentar

debates que visem a solução dos problemas amapaenses e brasileiros, e também refletir as

diversas tendências do pensamento das sociedades nacional e internacional.

e

ULISSES LAURINDO - JORNALISTA

Articulista

FHC, outra vez?

D

esconheço que Fernando Henrique

Cardoso queira novamente concorrer

a cargo eletivo, como anunciam

alguns Instituto de Pesquisa. Vitorioso em

duas eleições 1994 e 1998, passando o bas–

tão para Luiz Inácio Lula da Silva. Com 89

anos seria dificil FHC reeditar as obras que

realizou nos dois mandatos, porque a lem–

brança de seu nome seria grata surpresa e

contentamento dos eleitores do Brasil,aque–

les que, de fato, querem o bem do povo, pela

grande base para o progresso do país, como

foi o Plano Real, destronando a inflação

que angustiava a Nação, no patamar em tor–

no de 80 por cento ao mês, deixando-a 4,5

por cento ao ano.

Para os esquerdistas, o pecado de FHC

foi criar o modelo de privatizações de

empresas estatais, sendo 70 federais e 55

estaduais, que renderam ao cofre do tesouro

nacional 755 bilhões de dólares para a União

e 434 bilhões, para os Estados.

Pessoalmente, não creio que Fernando

Henrique vá topar novamente os riscos e

trabalho de novo período eleitoral. Antes da

eleição de Jair Bolsonaro escrevi um

artigo aqui nesse espaço, analisando

o abandono que seu Partido, o

PSDB, o deixou, valorizando

outros parlamentares, deixando de

lado o presidente que, sem paixão

ocupou a presidência deixando, o

legado de muito orgulho para um

homem público.

Não serei eu a lembrar aos

milhões de eleitores o que é normas

na política do país quando um homem

do valor de FHC , o mais adequado é

desvalorizar as obras deixadas e com preo–

cupação de diminuir tudo de bom que foi

feito. Não são apenas os inimigos do pro–

gresso geral do país. Uma prova disso foi

atribuido ao presidente Jair Bolsonaro duran–

te o período eleitoral que o elegeu e disse

que 'o grande erro da ditadura foi não matar

vagabundo e canalhas como Fernando Hen–

rique."

É

insensato partindo de importância do

presidente tal manifestação contra um polí–

tico que, além da presidência foi ministro

Não serei eu alembraraos milhões

de eleitores oque

é

normas na

política do país quando um homem

do

valor

de

FHC

,

omais

adequado

é

desvalorizar as obras deixadas

e

com preocupação de diminuir lado

de bom que foi leilo.

' '

das Relações Exteriores e da Fazenda

e da grande obra em favor do povo,

como o Plano Real.

Repito que não acredito na

aceitação de FHC disputar mais

uma vez a presidência, embora

publicaram que ele está com

1O

na corrida, vendo de perto Sérgio

Moro e Lula.

O PSDB na hora de decidir pelo

melhor, criou a imagem de João

Doria, imaginando que o político

carioca iria para os planos mais elevados

da política brasileira, o que, infelizmente,

para o partido foi uma perda, quando tinha

em seu camarim um nome que poderia ser

explorado, não só para o bem deles, mas de

todos nós. O Brasil tem o direito de aspirar o

primeiro mundo, porque condições não lhe

faltam, Mas figurar entre os melhores, a pri–

meira condição é escolher homens de enver–

gadura e prestigiá-lo em tudo. A recordação

da ação de Fernando Henrique Cardoso como

presidente merece saudação e esperar que

apareça alguém igual.

e

MARCOS DE LACERDA PESSOA - MESTRE, PH.D. E PÓS-DOUTOR EM ENGENHARIA

Articulista

Brasil, um exportador de cérebros

P

ara muitos de nossos jovens, renda

passou a ser mais importante que

emprego ou carreira. O que ocorria

antigamente, de alguns pais incentivarem

os filhos a prestar concurso para empresas

estatais, nas quais eles se manteriam até a

aposentadoria, é algo que está desaparecen–

do rapidamente.

Hoje, os jovens desejam empreender, boa

parte deles motivada por casos de enorme

sucesso, especialmente no mundo da infor–

mática e da internet.

Recursos para startups têm sido dispo–

nibilizados pelo governo e setor privado.

Um exemplo é a linha de crédito recente–

mente aberta pelo BNDES, voltada para

empresas nascentes. No entanto, enquanto

em outros paises a burocracia para tomar

recursos é reduzida, aqui ela é excessiva e

desanimadora. Também temos os investi–

dores-anjo, mas a exigência para acesso a

recursos privados tende a ser grande.

Outra realidade a considerar é o fato de

ainda haver um ranço em parte de nosso

meio acadêmico, que prefere se manter no

purismo cientifico, sem a "contaminação"

com omercado. Tal postura tem levado uma

boa parte de nossa produção acadêmica às

prateleiras das bibliotecas universitárias e

não ao mercado.

A nossa carência de suporte gerencial e

de ambientes adequados para o empreende–

dorismo inovador leva a dificuldades adi–

cionais, como:

1.

criar um produto ou serviço sem

público (o sucesso vem de encontrar

wn

problema que as pessoas real–

mente queiram pagar para resol–

vê-lo);

2.

permitir, ao longo do desen–

volvimento, que distrações tirem

o foco do mais importante: a satis–

fação do usuário;

3.

escolher a equipe de trabalho

errada (pessoas pouco qualificadas

ou desalinhadas com o propósito da

empresa nascente);

4.

não estabelecer uma estratégia de

monetização desde o começo da empreita–

da;

5. não ajustar custos e preços dos produ–

tos ou serviços desenvolvidos à realidade

do mercado;

6. não ter um plano de marketing bem

elaborado, focado no público certo e usando

os canais mais adequados;

7. por distração ou falta de agilidade, ser

ultrapassado pela concorrência;

8. lançar muito cedo ou demorar demais

para colocar o produto ou serviço no mer–

cado;

9. não ouvir as demandas e sugestões dos

investidores; e 10. não dispor de networking,

isto é, de uma rede de contatos e conselheiros

para se apoiar.

No Brasil, tem-se verificado uma fuga

de capital humano qualificado, também

denominada "fuga de cérebros" ou brain

~llll••~

drain. Nos últimos anos, acadêmicos

bem qualificados ou indivíduos com

elevada aptidão empreendedora têm

emigrado para outros paises, onde

encontram recursos de mais fácil

acesso, suporte gerencial e

ambiente mais adequado ao

empreendedorismo inovador.

''

Hoje, os jovens

desejam

empreender,

boa parte

deles motivada por casos

de

enorme

sucesso,

especialmente

no mundo

da

informática

e

da internet.

''

A fuga de cérebros, porém, não

deve ser vista sempre com rejeição.

Ela pode reverter positivamente,pois

possibilita que a pessoa capacitada pas–

se a dispor de exposição privilegiada a

ideias emergentes no cenário mundial do

empreendedorismo inovador.

E, em vários casos, brasileiros que emi–

graram para outros países acabam também

realizando novos negócios no Brasil e tra–

zendo para cá novos produtos e serviços, bem

como novos caminhos para o nosso desen–

volvimento.

É

preciso, porém, que passemos a oferecer

melhores condições para isso,incluindo redu–

ção da burocracia na atração de recursos,

acesso a suporte gerencial de qualidade, cria–

ção de mais ambientes colaborativos que pro–

piciem o networking entre pessoas com inte–

resse em empreendedorismo inovador, e

maior abertura de toda a academia na oferta

de conhecimento cientifico-tecnológico para

os empreendedores, de forma a propiciar aos

jovens maior oportunidade para provarem

suas capacidades criativas e empreendedoras,

gerando progresso.