2
O DIÁRIO DO AMAPÁ O DOMINGO E SEGUNDA-FEIRA 119 E 20 DE JANEIRO DE 2020
Cidadesl
8 Fone:
99165-4286
8
E-mail: diario-ap@uol.com.br
AÇÃO
e
Companhia de TrânsitoeTransporte deMacapá (CTMac) também jáse manifestou essa semana sobre aausência de legislação que autortze o serviço
Proposta de instituir 'táxi-lotação' éinconstitucional, afirma Setap
O
Sindicato das Empresas de
Transporte de Passageiros do
Amapá (Setap) alertou para a
inconstitucionalidade da proposta de
instituir o serviço de táxi-lotação e lem–
brou que todos os projetos de lei apre–
sentados em cidades brasileiras com
essa iniciativa foram vetados por feri–
rem a legislação de transito.
"Nos termos da Constituição Fede–
ral, estabelecer as diretrizes da Políti–
ca Nacional de Transportes e legislar
sobre trânsito e transporte são compe–
tências exclusivas da União. Qualquer
PL
nesse
sentido é inconstitucional,
passível de Ação Direta de Inconstitu–
cionalidade, se for transformado em
lei", ressalta Renivaldo Costa, porta–
voz do Setap.
De acordo com a Constituição
Federal, os municípios só podem orga–
nizar e prestar, diretamente ou sob regi–
me de concessão oupermissão, os ser–
viços públicos de interesse local, inclill-
8
COMBATE
do o de transporte coletivo, que tem
caráter essencial. Exemplo disso são
as concessões às empresas de ônibus
que fazem o transporte de passageiros
dentro dos limites do município.
Também é permitida aos municí–
pios a suplementação à legislação fede–
ral e à estadual no que couber. No
entanto, é proibido legislar de forma
contrária ao que dispõe a Política
Nacional de Transportes.
Neste caso, considerando que o ser–
viço de táxi é, por definição legal, uma
modalidade de transporte individual de
passageiros, torna-se ilegal a modali–
dade denominada "lotação" ou "táxi
compartilhado", já que esta prática tem
por objetivo fazer o transporte de pes–
soas sem sujeitar-se às mesmas obri–
gações, exigências e requisitos que
devem ser observados pelos serviços
de ônibus, vans e equivalentes, tais
como circular em horários e rotas com
menos demanda.
Em 2019, o Ministério Público
Estadual expediu recomendação para
que umprojeto que instituía o taxi-lota–
ção em Imperatriz do Maranhão fosse
vetado. O MPE explicou que o modo
de atuação dos táxis lotação/comparti–
lhados, em razão da similaridade decor–
rente de linhas e trajetos predefinidos,
acaba porprivilegiá-los com a compe–
tição desleal com o sistema regular de
transporte coletivo, dado o elevado
número de taxistas que realizam o mes–
mo itinerário dos coletivos, fazendo
com que os valores cobrados não sejam
competitivos.
"Chama a atenção ainda para a
questão de que o táxi-lotação não arca
com o ônus das meia-passagens ou das
gratuidades, que são exclusivas do
transporte coletivo. Todos os fatores
levam a um desequilíbrio de mercado
e à desertificação das licitações para a
atividade de transporte público", nar–
rou o Ministério Público de Imperatriz.
8TJAP
8
Ação
MP·AP recomenda que Banco do Brasil
regularize atendimentos en Vitória do Jari
O
Ministério Público do Amapá (MP-AP), por meio da Pro–
motoria de Justiça de Vitória do Jari, expediu recomen–
dação ao Banco do Brasil S/A, para que, no âmbito de
suas atribuições, adote todas as providências necessárias
à
ade–
quação dos serviços bancários, para que sejam prestados
à
popu–
lação da cidade.
De acordo com a promotora de Justiça Thaysa Assum, titu–
lar da Promotoria de Vitória do Jari, o documento está embasa–
do no Inquérito Civil nº 0000137-81.2017.9.04.0012. Ela desta–
cou que a prestação dos serviços públicos em geral é prevista na
Lei Federal nº 8.078/1990.
A representante do MP-AP na cidade ressaltou que, mesmo
após o envio de inúmeros ofícios, não houve resposta no senti–
do de adotarem providências para a efetiva solução do problema
no município. "A instituição financeira está sem oferecer servi–
ços básicos e as relações bancárias são integradas ao Código de
Defesa do Consumidor. Portanto, o Ministério Público requer
que o Banco do Brasil S.A resolva essa situação", pontuou a pro–
motora de Justiça.
Amapá diminui 30,6% dos casos de malária em 2019
Programa de
ressoctaliza~o
já
atendeu cerca de dois mil reeducandos
~
~
e
asas de malária no Amapá teve redu–
ção de 30,6% em2019, comparado
com o ano anterior, segundo a Supe–
rintendência de Vigilância em Saúde (SVS).
Esse índice representa 4.172 casos a menos.
É
o melhor resultado nos últimos 5 anos.
As ações de controle do vetor da malá–
ria (mosquito Anopheles) são desenvolvi–
das pelo Governo do Estado com apoio das
prefeituras municipais. Em 2019, foram
ofertadas capacitações no combate, con–
trole, diagnóstico e tratamento da doença.
Além desse trabalho, a SVS entregou à
população equipamentos, como mosquitei-
ros impregnados e insumos para borrifação
intradorniciliar. Outro reforço preventivo
foi a contratação dos agentes de endernias.
Segundo o superintendente da SVS,
Dorinaldo Malafaia, o combate à malária foi
intensificado devido à gravidade da doen–
ça em alguns municípios. Ele destaca que
o foco do trabalho foi na transmissão para
reduzir ainda mais os casos. "O Governo
do Estado teve efetividade no combate e
ótimos resultados nas ações. A redução de
30,6% de casos significa que milhares de
pessoas deixaram de pegar essa doença no
Amapá", reforçou.
A
ressocialização de apenados em Maca–
pá, por meio do trabalho, tem dado opor–
tunidade aos reeducandos de recuperar
sua condição de voltar ao convívio social.
É
o
programa "Liberdade eCidadania", iniciativa do
Judiciário Amapaense, por meio da Vara de Exe–
cuções Penais (VEP), desenvolvido em parceria
com a Prefeitura de Macapá e o sistema prisio–
nal. O programa foi criado há mais de 15 anos já
beneficiou cerca de 2.000 mil reeducandos do
semiaberto, com índice de 95% de sucesso.
O desembargador João Lages, presidente do
Tribunal de Justiça do Amapá (TJAP), disse que
o programa faz um link com o Justiça Presente,
um projeto do Conselho Nacional de Justiça
(CNJ) que tem apresentado resultados positivos
para a população carcerária. Para ele, o progra–
ma se consolida como gerador do bem comum e
contribui para a pacificação da sociedade.
O projeto Liberdade e Cidadania atende atual–
mente 160 reeducandos nas atividades de lim–
peza, conservação e paisagismo das praças e
demais logradouros da capital.
"Depois que entrei para este programa,
mudou muita coisa na minha vida, porque omun–
do do crime não é pra ninguém. Eu tenho outro
pensamento agora, graças a Deus, sou muito
·1i ..
feliz". São palavras emocionadas dareeducanda
Carla Costa Romano, que trabalha no setor de
limpeza do aterro controlado do município de
Macapá. "Graças ao projetohoje sou operador de
motosserra, de motopodador e já aprendi a tra–
balhar com compostagem e paisagismo, por isso
agradeço muito aos idealizadores do projeto como
o Tribunal de Justiça, que nos ajuda e nos aco–
lhe", relatou o reeducando Ronaldo dos Santos
Melo que cumpre pena domiciliar.
Além da remissão de pena, os reeducandos
recebem da prefeitura um valor equivalente a
75% do salário mínimo. "Não é só opagamento
da bolsa, são vários tipos de intervenções para
que o ressocializando passe a ter um comporta–
mento esperado pela sociedade", afirmou Alice
Ramalho, coordenadora do projeto na PMM.
De acordo com ojuiz João Matos Júnior, titu–
lar da Vara de Execuções Penais (VEP), os últi–
mos números revelam que 95% das pessoas que
passaram pelo projeto nos últimos 15 anos, não
voltaram a praticar crimes. "Isso significa uma
redução de custos para o Estado, que não vai pre–
cisar mais gastarvalores grandiosos com amanu–
tenção dessas pessoas no cárcere. Mas, sobretu–
do, significa a recuperação efetiva dessas pes–
soas", afirma.